𝗦𝗲𝗱𝘂𝗰𝘁𝗶𝗼𝗻 𝗟𝗲𝘀𝘀𝗼𝗻𝘀

Test

Eu ainda estou tentando compreender o que Jorge acabou de falar. Depois de dizer a sua proposta ele não fala mais nenhuma palavra, apenas me olha com um sorriso enigmático no rosto.

- Desculpe, Jorge. Mas eu acho que eu não entendi direito o que você acabou de dizer. Por acaso você quer que eu trabalhe como prostituta, é isso? - Pergunto com uma certa raiva.

- Não. Eu quero que você me ajude com um filho da puta que está disposto a me destruir. Diego Domínguez.

- E quem é esse?

- Ele é o filho do senador Domínguez. Ou melhor, do ex-senador.

- Ah sim. - Falo sem animação alguma na voz. - E qual é o seu problema com esse tal Diego Domínguez?

- Ele é o dono da kiss night. Aquela boate a uma quadra daqui. Ele mantém a reputação daquele lugar tão limpa que quase parece um ambiente familiar.

- Já entendi, você está com inveja dele, não é? - Sorrio provocativa. Vejo irritação em sua face.

- Cala a boca. - Ele esbraveja. - Eu só não gosto de como ele construiu o seu negócio tentando destruir o meu. Eu já sei que ele está por trás de todos esses malditos rumores sobre a Hot Desire. Isso já está me deixando de saco cheio.

- Tá, e onde eu entro nessa história?

- Quero expor toda a hipocrisia de Diego e terminar com essa palhaçada. E você, Martina, é a garota perfeita para me ajudar.

- E o que exatamente você quer que eu faça?

- Eu quero que você o seduza. - Jorge abre aquele seu típico sorriso malicioso. - Você é linda. Seu corpo exala sensualidade. Mas também há algo inocente em você. - A maneira como ele me descreve faz meu rosto queimar. Ele me vê corar e ri. - Viu? Você só comprovou minha tese. Você é perfeita para Diego.

- É só isso que você quer que eu faça? Seduzir o cara?

- Sim, e depois eu quero que você grave um vídeo, digamos... bem íntimo de vocês. Eu quero que o mundo saiba quem é esse cara de verdade.

- Deixa eu ver se eu entendi, você quer que eu grave um vídeo de nós transando? - Falo completamente chocada com essa idéia absurda. - Você é doido? - Pergunto ficando de pé e o encarando. - Não, você é simplesmente perturbado. Eu não vou fazer isso.

- Tudo bem. - Jorge dizia calmamente ficando de pé. - Pensei que você faria qualquer coisa para sair do buraco que está, mas acho que superestimei sua determinação. - Ele falava enquanto se servia com outra bebida. - Quero dizer, a quem eu estou enganando? Você é apenas uma garota ingênua que foi enganada por um namoradinho idiota. - Confesso que ele conseguiu me atingir. - Já que você prefere perder sua casa e continuar atolada em um monte de contas artrasadas do que fazer o trabalho, não é problema meu. - Ele dá de ombros e toma um gole de sua bebida. - Pode ir, depois não diga que eu não tentei ajudá-la. - Jorge aponta para a porta do escritório. Enquanto eu caminhava até a mesma, uma memória de minha infância me faz lembrar do quanto meus pais amavam aquela casa e no quanto eu fui feliz lá com eles e com meu irmão. Sem pensar duas vezes eu me viro novamente.