Dor

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ROMANCES MENSAIS

LIVRO VII – CASAMENTO DE JULHO

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CAPÍTULO XIII - DOR

Já se passava da hora do almoço quando eu consegui me levantar da cama. Eu sentia uma dor dilacerante em minhas costas que me fazia perder o ar e ficar zonza. Paro na porta do banheiro e me encolho ao sentir a cólica se intensificar. Minhas pernas ficam fracas e é como se todo o meu corpo ficasse pesado. Em meio a tropeços, finalmente chego em minha cama e volto a me deitar. Eu estava fraca e não importava em qual posição eu ficasse, a dor não melhorava.

Ouço batidas na porta, mas nem mesmo me dou ao trabalho de responder. Travo os dentes ao sentir mais uma vez a dor aguda em meu útero. Meu corpo tremia e eu não conseguia controlar as lágrimas que desciam. E naquele momento, eu desejava com todas as minhas forças a minha mãe. Ela era a única que parecia saber exatamente o que fazer para que eu me sentisse melhor.

- Elena! Até quando pretende ficar na cama? Está na hora de almoçar. Eu pedi comida chinesa. - A voz de Damon ecoa do outro lado da porta com mais algumas batidas. Ao não ter nenhuma resposta da minha parte, ele abre a porta e coloca apenas uma parte de seu corpo para dentro do quarto, ainda se apoiando na porta. - Elena? Por que você... o que houve? Você está chorando? O que aconteceu?

Damon entra no quarto e me olha assustado e preocupado enquanto se aproxima de mim. Quando eu finalmente consigo encará-lo, sua reação se torna ainda mais chocada. Eu definitivamente não estava em meu melhor momento. Ele então se abaixa e acaricia meu rosto, afastando alguns fios de cabelo que caiam sobre meus olhos.

- Você está bem? Está pálida e soando frio. Está sentindo alguma coisa? - Questiona o rapaz com tanta preocupação que nem mesmo parecia o mesmo idiota que me tira do sério e que é capaz de derrubar pessoas duas vezes maior do que ele. 

- Cólica. - Sussurro e ele parece ficar ainda mais apavorado.

- Céus. O que eu faço? Devo te levar a um hospital? Tem... tem alguma coisa que eu possa fazer? Quer dizer, você toma alguma coisa em específico? - Pergunta Damon, ficando cada vez mais nervoso. Eu acabaria rindo de sua expressão perdida e amedrontada se o meu útero não estivesse tentando me exterminar. - Eu... eu...

- Está tudo bem. Eu vou melhorar. - Respondo, tentando transmitir alguma calma a Damon. - Eu já tomei remédio e ir ao hospital não vai adiantar em nada. Eu só preciso... de um tempo.

- Certo. Certo. - Concorda Damon, ainda inquieto. Ele se levanta e leva a mão a boca, mordendo as unhas, enquanto me encara com preocupação. - Eu... eu vou ligar para a tia Isobel. É. É isso! Ela com certeza deve saber o que fazer.

E antes que eu dissesse que eu já havia tentado essa opção, mas que seria impossível conseguir contato com ela, já que minha mãe estaria com o celular desligado por causa de seu trabalho - uma política que ela adotou para que ninguém interrompesse seu processo criativo -, Damon corre para o seu quarto para buscar seu celular. Depois de alguns instantes, ele retorna, ainda mais angustiado do que antes.

- Ela... ela não está atendendo. - Informa o rapaz, voltando a discar o número da minha mãe.

- Não adianta tentar falar com... - Arfo e me mordo meu lábio para impedir que um grito escapasse ao sentir mais uma das pontadas fortes. Respiro fundo algumas vezes, procurando manter a calma e volto minha atenção a Damon. - Minha mãe está com o celular desligado. Ela sempre desliga quando está trabalhando.

- Tudo bem. Então eu... eu vou ligar para a Caroline. Ela também deve saber o que fazer. - Responde o rapaz, procurando o número da loira em seu celular.

Casamento de JulhoOnde histórias criam vida. Descubra agora