Arrependimento

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ROMANCES MENSAIS

LIVRO VII – CASAMENTO DE JULHO

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CAPÍTULO XX - ARREPENDIMENTO

Completamente envolvido pelo ritmo intenso de The Fellowship que tocava em volume máximo na academia da mansão, eu corria com todas as minhas forças, sentindo meu coração bater euforicamente. E assim que completo os trinta minutos de corrida, diminuo a velocidade até conseguir parar de maneira segura.

Pego a toalha e a garrafa de água, sentindo todos os músculos de minhas pernas latejarem. Já fazia um bom tempo que eu não pegava tão pesado no treino. Com toda a correria do dia a dia, eu sentia falta de tirar um tempo para extravasar minha energia com levantamentos de peso e exercícios aeróbicos.

Sorrio ao sentir meu corpo muito mais leve. Bebo um pouco de água e encaro o bonito céu veranil de Hawkins pela janela da academia. Sem a faculdade, a academia de Lost of the Isle e as constantes ameaças dos capangas de Kai, a vida tem sido bastante tranquila nessa última semana. Ao mesmo tempo em que eu aproveitava essa calmaria, o medo de ser apenas o início de uma tempestade me preocupava.

Suspiro e coloco a garrafa no chão, antes de me alongar um pouco. Em algum momento, tenho a impressão de estar ouvindo a campainha da casa tocar. Seco meu rosto e pauso a música. No mesmo instante o som agudo ecoa pela casa, enquanto meu celular vibra sobre a cadeira extensora. Coloco a toalha em volta do meu pescoço e tomo mais um gole de água, aproximando-me de meu celular. A campainha continuava a tocar de maneira irritante.

- Oi, Elena. – Cumprimento a mulher, atendendo o celular. – Já terminou de comprar seus livros?

- Você está bem? – Questiona Elena, parecendo preocupada.

- Eu? Sim. Eu estou. Por que a pergunta? – Indago, bufando ao ouvir a insistência de quem quer que estivesse na porta. Começo a andar em direção a sala de estar. – Aconteceu alguma coisa?

- Não. Ainda não, mas... Eu já estou chegando em casa. Se aparecer qualquer pessoa....

Reviro os olhos ao ouvir a sequencias de toques da campainha para chamar a minha atenção, fazendo com que fosse quase impossível de ouvir o que Elena tentava me dizer.

- Que inferno! – Resmungo, irritado. – Espere um pouco, Elena. Eu não estou ouvindo muito bem o que você está dizendo. Tem algum apressadinho querendo quebrar a campainha da casa.

- Damon, espera...

- Já vai, porra! – Grito, afastando o celular do ouvido. – Eu juro que se for o Oliver de novo, dizendo que esqueceu a droga da cópia da chave em casa, eu vou quebrar a cara dele. Para que ele tem as chaves daqui se nunca as usa? Eu já disse que estou indo!

Impaciente, abro a porta pronto para xingar quem estava tentando destruir minha audição com o barulho irritante da campainha, mas assim que vejo uma mulher de cabelos longos em um tom avermelhado escuro, olhos verdes intensos e rosto marcado pelas delicadas sardas, perco completamente a ação.

A mulher que um dia foi conhecida como Lilly Salvatore estava parada de frente a minha porta com uma caixa de chocolates da requintada Vosges Haut-Chocolat em mãos. Ela esboça uma expressão surpresa e me encara por alguns instantes, como se estudasse minha aparência, procurando por algo que eu não soube identificar. Sua boca abre e fecha algumas vezes, mas antes que ela dissesse qualquer coisa, retomo a consciência e tento fechar a porta. Infelizmente, ela foi mais rápida e conseguiu colocar o pé.

Casamento de JulhoOnde histórias criam vida. Descubra agora