Brigas

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ROMANCES MENSAIS

LIVRO VII – CASAMENTO DE JULHO

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CAPÍTULO XXIII - BRIGAS

O carro seguia pelas ruas intimidadoras da região de Isle of Lost e o silêncio pesado entre Damon e eu não me ajudava em nada a manter a calma. Meu namorado se mantinha com a expressão distante, provavelmente ainda absorvendo as informações sobre a mãe. Observo-o pelo canto do olho, preocupada com sua reação.

Mas antes que eu reunisse toda a minha coragem para tocar no delicado assunto, Damon estaciona o carro em frente a uma casa de luxo que não combinava em nada no meio de toda a pobreza que cercava a região. Homens de aparência suspeita surge, completamente armados e prontos para atirar no primeiro que ousasse desobedecer a suas recomendações.

- Fique aqui. Eu já volto. – Pede Damon, tirando o cinto de segurança.

- O quê? Não mesmo. Eu vou com você. – Afirmo, decidida.

- Elena... – Damon suspira, cansado. – Esse lugar é perigoso. Você não imagina as barbaridades que ocorrem nessa casa. Por isso, é melhor você ficar por aqui.

- Se é tão perigoso assim, então eu realmente não posso permitir que você entre nesse lugar sozinho. Eu vou com você e não se fala mais sobre isso. – Retruco e Damon bufa, inconformado.

- Por que você é tão teimosa? – Resmunga, respirando fundo para manter a calma. - Por favor, fique aqui. Eu prometo que não demoro.

Em resposta, retiro meu cinto de segurança e desço do carro, ignorando os chamados repreendedores e alarmados de Damon. Aproximo-me com cautela da entrada da protegida casa. Os dois homens que vigiavam a luxuosa casa me encaram de maneira ameaçadora e aponta suas armas em minha direção. Paro de andar no mesmo instante e Damon se loca em minha frente, exibindo sua postura intimidadora.

- Quem são vocês? – Pergunta um dos homens, encarando-nos com atenção.

- Vão embora. – Grita o outro, alterado.

- Volta para o carro, sua maluca. – Sussurra Damon, irritado.

- Eu não vou voltar. – Insisto, cruzando os braços. Isso parece deixar Damon ainda mais indignado.

- Que droga, Elena! Será que dá para fazer o que eu estou pedindo? Eu não vou colocar sua vida em risco dessa forma. – Damon me encara com os olhos brilhando em súplica. – Por favor, volta para o carro.

- Eu não vou voltar. – Repito e o outro parece se segurar para não gritar de raiva, enquanto eu me mantenho séria e determinada.

- Se vocês não se identificarem ou se não forem embora agora mesmo, nós teremos o prazer de transformá-los em queijo suíço, enchendo-os de buracos de bala. Vocês que decidem. – Ironiza o segundo guarda, aproximando-se enquanto destrava a arma. – E então?

Ao ver que eu não mudaria de ideia, Damon geme incomodado e suspira, enquanto usava seu corpo como uma espécie de armadura para me cobrir e impedir que os seguranças de aparência perigosa me encarassem ou ao tentassem me machucar. Ele então suspira e ajeita a postura, parecendo ainda mais intimidante.

- Nós viemos falar com o palhaço do Kai. – Responde Damon, aproximando-se, sem se deixar intimidar pela forma ameaçadora como éramos encarados.

- Afastem-se e se identifiquem! – Exige o primeiro guarda que me abordou, parecendo um pouco mais disposto a nos ouvir.

- Identificação... – Damon ri com escárnio e avança de maneira ainda mais intensa. Os dois homens se encolhem um pouco, mas permanecem de pé e tentam corresponder aos olhos gélidos do rapaz que se aproximava. – Você já ouviu falar sobre o Diablo Mortal?

Casamento de JulhoOnde histórias criam vida. Descubra agora