Respostas

95 11 0
                                        

ROMANCES MENSAIS

LIVRO VII – CASAMENTO DE JULHO

📅

CAPÍTULO IX - RESPOSTAS

Existem dias em que parece que tudo o que fazemos resulta em problemas ou vai dar errado de alguma forma. Aqueles dias em que a gente sente que nunca deveria ter saído da cama e que o universo parece estar de testando para saber o quanto somos capazes de suportar as humilhações e todos os desastres que podem acontecer em sua vida. E para a minha infelicidade, esse dia era hoje.

Depois que Oliver foi embora com Ally, Cait, Caroline e Mal, garantindo levá-las para casa em segurança, Damon e eu voltamos para casa em completo silêncio. Depois de cuidar dos machucados do rapaz, ele foi tomar banho e eu permaneci em seu quarto, repassando todos os acontecimentos do dia. A culpa e a curiosidade me consumiam.

Eu não deveria ter contado as meninas sobre a conversa que ouvi de Damon com Kai, mesmo elas sendo de confiança. Eu também não deveria ter contado a elas que o seguiria e menos ainda concordado com a ida delas. Eu não deveria ter me afastado delas quando a luta começou, ainda que eu estivesse preocupada demais com Damon para me lembrar que não estava sozinha naquele galpão repleto de pessoas de caráter duvidoso.

Mas de todas as coisas que eu não deveria ter feito essa noite, tirar minha blusa para estancar o sangue do ferimento no rosto de Damon e prestar atenção em seu corpo, quando ele estava machucado foi de longe uma das minhas piores decisões. Agora, sentada em sua cama, enquanto eu o espero sair do banho, minha mente me traía com imagens nada puras de Damon.

Eu odeio Damon. Quer dizer, não o odeio, odeio, mas definitivamente, ele não é a minha pessoa favorita no mundo. Nós nos conhecemos desde sempre, então hoje não foi a primeira vez que eu o vi sem camisa. Está bem que a última vez que eu o vi sem roupa, nós tínhamos uns onze anos. No entanto, ele é Damon Salvatore. O mesmo Damon que eu não suporto. O mesmo mulherengo que não leva nada a sério.

Então por que eu continuo a pensar no peitoral definido e nos músculos firmes? Por que o abdome definido e a sua tatuagem na costela não saem de minha mente? Por que eu não consigo parar de pensar em sua clavícula era marcada e em como seus olhos me encaravam de forma tão intensa ao ponto de sentir um formigamento em minhas pernas?

E como se fosse um castigo divino por meus pensamentos impróprios, Damon sai do banheiro apenas com uma toalha na cintura e outra ao redor do pescoço. Observo as gotas caírem de seu cabelo e deslizarem pelo peito desnudo até a borda da toalha. Repreendo-me mentalmente, mas sou incapaz de desviar o olhar.

Damon me encara de volta sem dizer nada. O rosto que antes estava banhado em sangue apresentava os curativos que fizemos em sua bochecha e no olho direito. O homem suspira e se aproxima de seu guarda-roupa. Assim que escolhe suas roupas, Damon se vira para mim e me encara como se me questionasse o que eu estava olhando. Nesse momento, sinto minhas bochechas corarem ao notar que eu continuava a encará-lo intensamente.

- Não sabia que tinha tatuagem. - Comento, ficando de costas para Damon. Relembro a frase que fora dito por tio Clint inúmeras vezes em nossos acampamentos. - Isso me traz recordações.

- Nana korobi oki ya. - A frase dita com a voz rouca de Damon desperta sensações estranhas em meu corpo. Engulo em seco e volto a encará-lo de novo. Os olhos de Damon exibiam aquele mesmo brilho intenso que me atraiu inexplicavelmente. - Sete tombos, oito levantamentos. Não importa quantas vezes você é derrubado, você deve se levantar de novo.

- Apesar de toda a sua excentricidade, as frases de tio Clint sempre surtiram efeito. Era como se ele fizesse uma lavagem cerebral em nossas mentes. - Comento, dando um fraco sorriso. Damon ri discreto e se aproxima da cadeira que estava encostada em sua mesa de computador, sentando-se de frente para mim. Ele usava um short preto e, para o meu desespero, estava sem camisa. Desvio o olhar e dou um sorriso nostálgico, tentando concentrar minha mente nas lembranças do passado. - Todas as vezes em que pensei em desistir, o lema de nossa família vinha em minha mente. Era como se a voz dele ecoasse em meu ouvido dizendo "seja teimosa e inteligente como um Barton, Elena".

Casamento de JulhoOnde histórias criam vida. Descubra agora