JK. {kth + jjk}

Dois: shot a gun.

Jk.

Que porra de nome era esse?

Beleza, até que era descolado. Talvez fosse um vulgo, certo? Um apelido. Ou sei lá.

Acabei me sentindo um pouco pequeno quando apertei sua mão estendida sobre a mesa, sentindo-o apertá-la com demasiada força. Com toda certeza, ele malhava e isso estava nítido não só na maneira com que pegou minha mão, mas também em seu porte.

Por um breve momento senti vontade de ser mais como ele.

— Que porra de nome é esse? — Não consegui segurar minha língua grande dentro da boca e acabei reproduzindo meu pensamento de instantes atrás.

Talvez meu maior problema fosse não conseguir ter um pingo de filtro. Não pensar antes de fazer qualquer coisa parecia fazer parte dos meus átomos.

Jk, todavia, riu. Era o que ele mais estava fazendo desde que nos conhecemos, há poucas horas atrás. Será que eu era um palhaço?

— É um apelido. Prefiro que se refiram a mim dessa maneira. — respondeu, com um dar de ombros sutil.

Outra coisa sobre ele que eu havia reparado, era que Jk, mesmo com uma aparência marcante e expressão forte, era uma pessoa gentil e calma a maior parte do tempo.

Quase totalmente o oposto de mim.

— Também tenho apelidos — dei de ombros, bebendo meu Capuccino.

— E quais são?

— V. Eu gosto de V.

Ele sorriu levemente, olhando outra vez pela janela. Dessa vez acompanhei seu olhar, dando de cara apenas com o pouco movimento na avenida principal do centro comercial de Liverpool.

— V. — ele repetiu, quase como se degustasse a palavra em sua boca — Por que "V"?

Franzi a boca, formando um bico. Era uma mania que eu tinha quando pensava em alguma resposta e não conseguia me livrar.

— Por que "Jk"? — nada melhor do que fugir de uma pergunta com outra.

Ele virou a bebida achocolatada e largou o copo vazio de plástico e papelão sobre a mesa ente nós.

— Porque meu nome é Jeon Jungkook. Então, por que não?

Ele inclinou levemente a cabeça, me analisando atentamente.

Pigarreei.

— Até que faz sentido, Jeon Jungkook.

— Por favor, me chame de Jk.

— Que seja.

— Sabe — ele tirou o cabelo que caía sobre os olhos — por que " V" e não, sei lá, "Taehy"? Acho que combina mais com seu nome, Taehyung Kim.

— Na verdade é Kim Taehyung. Sabe, o ocidente costuma colocar o sobrenome depois. E o motivo simplesmente não é da sua conta.

Ele riu soprado, se recostando no encosto acolchoado do banco.

— Já percebi que você é um rapaz difícil de lidar.

Dessa vez quem riu foi eu.

— E se eu for? — me inclinei pra frente, olhando-o de maneira desafiadora.

— Melhor ainda — ele seguiu meu movimento, deixando-nos mais próximos do que se era recomendado para dois homens — Eu adoro um desafio, V. — sua voz abaixou de tom, fazendo meu apelido soar de um jeito um tanto inapropriado.

Respirei fundo, voltando rapidamente para a posição de antes e longe desse cara estranho.

— Por que me ajudou hoje, afinal?