Notas:
Ei, você!
Então, o aviso que deixo aqui é bem óbvio, na verdade. Porém, preferi fazê-lo assim mesmo.
Este capítulo como todos os outros com datas do dia 05, talvez seja um conteúdo sensível para você, okay?
ALERTA DE CONTEÚDO SENSÍVEL!!
___________________________________A casa ficava próxima a uma pequena ladeira, encostada a outras casas bem parecidas e pequenas. Ao lado da rua, uma mulher e menina desceram de um ônibus cheio.
- Papai, papai...
- Filha, cuidado pra não cair. Seu pai deve estar tomando banho. - a mulher pagava o ônibus vendo sua filha correr para a casa. Era adorável a forma como a garota sempre corria para os braços do pai, do seu "herói" como ela chamava.
- Papai, você tá me ouvindo? Papai? - a garotinha se aproxima do corpo e se assusta com a gosma vermelha pelo chão - Papai, fala comigo, você tá me assustando. - ela entra em desespero, ali, ajoelhada balançando o corpo do pai que não a respondia. O homem vivia fazendo brincadeiras com a pequena, mas sempre a respondia quando escutava a voz da filha com medo ou chorosa. Agora não só a voz, o rosto da menina estava banhado em lágrimas. - MAMÃE!
- O que...? - a mãe não consegue continuar, a imagem em frente aos seus olhos era perturbadora demais. - Wallace! - a mulher tenta chamar, mas sai um sussurro inaudível. Ela não sentia, mas seu rosto estava tão molhado quanto da menina. E apenas por sua filha, apenas por vê-la insistentemente balançar o corpo sem vida e um olhar suplicante no rosto, ela levanta do chão - que nem tinha percebido que estava ajoelhada - segura o braço da garota e sai da casa o mais rápido possível.
Isso é um pesadelo. O primeiro pensamento que ocorreu a Isabel foi esse. O segundo foi: o seu marido fora atingido por uma bala perdida? Era essa a explicação, não é? Uma bala perdida, era sempre uma bala perdida. Mas no meio da rua, olhando para todos os lados, nada nem ninguém estava mais perdida que ela mesma. Sentia-se letárgica, ainda que algo em seu corpo a queimasse, a rasgasse, ela se sentia simplesmente anestesiada.
- Mamãe, o papai tá brincando? - a mulher fecha e aperta seus olhos, isso não podia estar acontecendo. Um pesadelo, tinha que ser. - Mãe? - ela não conseguindo responder puxa sua filha para um abraço, precisavam daquilo.
As duas não percebem quando um carro para muito próximo a elas. Quando a mulher saiu da casa, ela só pensava em ir pra longe daquela cena, fugir da imagem fixa no seu cérebro, porém suas pernas não tinham forças para dar mais de seis passos e terminou, literalmente, no meio da rua. O homem do carro poderia ter se irritado, todavia sua atenção foi imediatamente para a criança suja de sangue nas pernas.
- Vocês precisam de ajuda? A menina está machucada? Senhora? - diz muito rápido, tentando chamar a mulher cautelosamente. - Vou ligar pra Polícia. - seu corpo se torna gélido e seu coração bate freneticamente. Definitivamente isso não é pra mim, pensou ele; que nunca entenderia como seu marido conseguia lidar com situações de risco e violência todo dia - Alô, por favor, eu preciso de ajuda. Tem uma criança machucada aqui.
- Senhor, acalme-se e fale mais devagar. Aqui onde?
- No bairro da Rocinha!
- Ah, okay. - a voz do outro lado da linha sai mais monótona do que o esperado para a indignação do homem.
- Como "okay"? A garota está ensanguentada, por favor.
- Nós estaremos providenciando uma viatura, senhor. Mande a localização exata.
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HQs: Mortes em Série
RomanceO que fazer quando mortes fictícias assombram a vida real? Um serial killer assombra a cidade do Rio de Janeiro inspirado em situações de histórias em quadrinhos da Marvel e DC Comics. Sempre no dia 05, alguém aparece morto junto a uma carta detalha...