O Assassino

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Leandro observava calmamente os agentes a sua frente. Sua expressão leve ainda exalava gentileza, em outra ocasião ele seria um homem meramente amável. Mas, nessa ocasião, sua indiferença com seus atos e com os acontecimentos, apenas o deixava mais assustador.

O que se passava na sala, era analisado meticulosamente por Bianca e Fábio do lado de fora, cada um fazendo anotações. Carlos vez ou outra se aproximava para observar o interrogatório e também o final da operação.

- Vamos começar pelo último atentado até chegar ao "primeiro". - Augusto explica fazendo aspas com as mãos.

- Por mim, tudo bem! - Ângela revira os olhos ao escuta-lo.

- Assim como na história Heróis em Crise, vocês estavam em um lugar estrategicamente afastado escolhido por você. Você usou do Ácido Gama-Hidroxibutírico para deixa-los desorientados e sonolentos. - Augusto lê o papel e o encara - Deixou Rosana em coma, matou Vitor e tentou matar os filhos de Thiago. - Leandro confirma.

- Por quê você não atacou Clarisse? - Ângela pergunta.

- Ela era a flor! - diz calmo.

- Hera venenosa, salva pelo Flash... - Augusto constata seguindo a linha de raciocínio.

- Então, Thiago seria a Harley Quinn, na HQ namorada da Hera e ele marido de Clarisse. - Leandro balança a cabeça em concordância, agora seus olhos brilhando em antecipação por observar os agentes seguirem o rumo da história.

- Mas, quem seria o Gladiador Dourado? - Augusto pergunta observando a expressão de Ângela ficar mais rígida.

- Meu filho, obviamente.

- Tanto o Gladiador quanto a Harley foram os principais suspeitos...

- Você sabia que Thiago e Luan também eram os principais suspeitos. Como? - Augusto pergunta não deixando sua voz soar tão surpresa quanto ele estava.

- Fui eu quem arquitetou todo o plano, desde o início.

- Então, você confessa que tentou fazer um deles ser preso em seu lugar?

- Não! Eu me entreguei no final, não foi?

- Não é verdade! Descobrimos que era você por trás de tudo e seguimos seu rastro até o chalé. Duvido que sua real intenção não fosse fugir. Além do mais, você tentou matar todos no lugar. - Ângela fala com uma expressão irritada.

- Não se sinta ofendida, reconheço que vocês descobriram minha identidade, em partes fiquei até supreso. - fala amigavelmente - E sobre eu tentar matar a todos; bem, eu precisava seguir com a história. Mas, vocês chegaram mais cedo do que o esperado.

- Você só se importa com as histórias? E todas as pessoas que você matou? - o loiro pergunta sem disfarçar sua indignação. - Não irá dizer nada?

Os dois psicólogos prendem inconscientemente a respiração enquanto o delegado apertava seus lábios.

- Acho que ele não irá responder! - Fábio sussurra.

- Ele irá fazer alguma citação ou referência. - Bianca diz depois de alguns segundos em silêncio.

- "Porque se eu me defender, estarei aceitando as acusações, e eu não as aceito. Se eu me defender, o que os juizes vão exigir de mim? Que eu pare de filosofar. Mas eu prefiro a morte a ter de renunciar à filosofia."

Ângela revirou os olhos, claramente perdendo a pouca paciência que tinha. Leandro soltava várias referências para fugir do assunto quando este se tornava mais 'emocional', os únicos a que ele se disponibilizava a responder eram sobre os detalhes das mortes. E isso estava tirando a agente do sério a muito tempo.

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