Capítulo 2

7 1 0
                                    

Assim que chegou na faculdade no dia seguinte, Rebekah já aproveitou que chegou um pouco mais cedo e foi logo falar com seu namorado antes de entrarem, quando viu sua amiga Mariana entrando, chamou-a também.

– Ei, preciso que vocês me respondam uma coisa com toda a sinceridade. - ela disse, séria.

Evan nunca a tinha visto daquele jeito e então apenas assentiu.

– Claro amiga, sempre serei sincera. - respondeu Mariana.

– Vocês contaram para alguém sobre a história da Tita?

– Não. - Evan respondeu, confuso.

– Nem eu, por quê?

– Bom, não sei se você ficou sabendo mas, ontem um rapaz foi assassinado de forma bruta, eu fui no necrotério e ele tava dilacerado, E me mostraram um papel que o assassino deixou dizendo que o assassinato foi por vingança pelo que fizeram com ela. Mas só nós sabemos disso. Então, como ele sabia?

– Nossa amiga, sério? - Mariana ficou chocada.

Evan arregalou os olhos, se realmente havia acontecido um crime desses na cidade na noite anterior, como que ele não ouviu ou sentiu que alguém estava em perigo, sendo que ele mesmo havia prendido um assaltante?

– Vou investigar. - respondeu ele, simplesmente.

– Melhor não, a polícia desconfia que foi você. - disse Rebekah.

– Eu?

– Sim, eu também não acreditei mas foi o que ele disse.

Evan bufou, já fazia muito tempo que ele não se sentia injustiçado dessa forma, mas ele não podia desistir, se fosse para provar sua inocência, ele mesmo correria atrás desse sujeito que matou o tal rapaz.

Depois de um tempo conversando, eles entraram na faculdade. Por um tempo, conseguiram esquecer o assunto, mas ao chegar em casa, Evan voltou a pensar sobre o que poderia ter acontecido, aquilo não saía da cabeça dele.

Enquanto isso, as meninas e o outro rapaz envolvido naquele crime hediondo há anos atrás, ao ficarem sabendo da morte do colega, nem sequer foram ao enterro, por medo de serem mortas no caminho para o local onde ele seria enterrado. Mas, mesmo assim, não deixaram de prestar homenagens ao amigo nas redes sociais. Naquela mesma noite, o outro rapaz, Guilherme, decidiu ir à padaria da esquina para comprar pão, até ali tudo bem, mas na volta para casa, tudo mudou. Ele começou a se sentir observado, perseguido, como se alguém tivesse seguindo ele de perto. Ele olhou para a rua, alguns carros vinham passando, mas nada de tão preocupante. Olhou para trás, nada também, apenas um casal passava na outra calçada, enquanto comiam guloseimas. Teria ele ficado tão abalado com a morte do amigo que simplesmente estava achando que aconteceria o mesmo com ele? Pelas circunstâncias em que a rua se encontrava, sim.

Respirou fundo, pensou positivo e caminhou firmemente para casa. Até certo ponto. Ao parar para atravessar a rua, sentiu sua cabeça ser coberta por algum saco plástico, além de algo que parecia ser um braço bem largo e forte passar pelo seu pescoço, quase o enforcando.

– Socorro! Socorro! - gritou ele, mas a voz estava abafada pela sacola e o braço também não o ajudava. Ele se sentia sendo arrastado no chão, puxado pelo pescoço. Até que foi jogado no chão e o rapaz havia tirado a sua "venda". Ao olhar, era um rapaz com moletom preto com um capuz que cobria o rosto e calça de moletom cinza. Eram as mesmas características do rapaz que assassinou seu amigo. Talvez por causa do capuz, ele só atacava de noite.

Como ele sabia do bilhete ao lado do corpo, logo já entendeu o que ele queria.

– Por favor, não me mata! Eu não estuprei a Tita! - implorou ele, tentando se levantar.

– Porque chegou gente. - respondeu o assassino, mostrando que tinha uma faca na mão.

Guilherme, por um segundo, teve um vislumbre de tudo, realmente havia chegado uma das professoras da época, antes até mesmo que o seu amigo terminasse o que começou, mas não impediu porque partiram pra cima dela, se não fosse por isso, ele também teria feito aquilo.

– Me perdoa, eu me arrependo tanto! Mate as meninas que mandaram, eu te levo até elas, mas me deixa ir. - ele implorou mais uma vez, com lágrimas nos olhos.

Seu desespero estava surtindo efeito, Evan, que acabara de comer, conseguiu ouvir o seu desespero através das ondas sonoras que sua voz emitia e logo seus olhos ficaram brancos.

– É o assassino! - ele pensou, saindo pela janela de casa e correndo por lá.

Ele correu, correu, correu o mais rápido que pôde e quando chegou, o assassino estava esfaqueando o garoto sem parar. dentro de um beco, enquanto ele gritava de dor. Como de costume, Evan não tentou intimidar ele e fazê-lo parar, já foi partindo pra porrada. Ele tentou lhe dar um soco na sua nuca, mas o cara, com uma agilidade incrível, abaixou e deu uma cotovelada em seu estômago. Claro que Evan, com sua super-resistência, não caiu, mas ele tinha que deter o cara. O assassino se levantou, tentou socá-lo, mas Evan desviou e revidou com outro soco bem mais forte, quando tentou dar mais um, o rapaz segurou sua mão. Evan logo pegou-o com toda a força pelo braço e o jogou contra a parede, fazendo uma pequena rachadura. Deu vários socos no rosto do assassino, os socos eram tão rápidos e fortes que ele não conseguia revidar, o capuz acabou cedendo, mas ele estava de máscara, o que não o permitiria ver o rosto dele, mas deu para ver, através do reflexo da lua, que a máscara estava um pouco melada e vermelha, mostrando que o rosto devia estar ensanguentado.

Com a distração, o cara espetou a ponta da faca no abdômen de Evan, que sentiu a pressão, mas não chegou a furar sua pele. Segurou a mão do rapaz que continha a faca e foi a afastando, mas levou uma cabeçada, o fazendo ir pra trás. O assassino tentou vários golpes com a faca, muito rápidos, mas Evan era igualmente ágil e desviou de todos, até que ele perdeu a paciência, deu um salto e o chutou no peito, o derrubando. Quando Evan partiu pra cima dele para lhe dar o golpe final, o assassino o segurou na barriga com as pernas e o jogou para trás, fazendo Evan bater numa caçamba de lixo que estava lá. Com o impacto, Evan sentiu dor, por isso, demorou para se levantar, seus olhos voltaram a ficar azuis e ele viu o assassino voltar a colocar o capuz e fugir correndo dali, convicto de que já havia matado o pobre garoto Guilherme. Evan, ao se aproximar dele, evitou ao máximo olhar para seu corpo totalmente mutilado, pois não aguentaria ver, não de cara limpa. Como ele não tinha celular, teve que carregar o rapaz nas costas até o hospital, onde chegou em poucos minutos com sua supervelocidade. Ao entrar, todos olharam seu uniforme preto e branco e o reconheceram e se aproximaram para pegar o corpo.

– O que houve? - perguntou um médico colocando o corpo do rapaz na maca.

– Faca. - disse Evan.

Imediatamente levaram Guilherme para um dos quartos, Evan não estava mais em condições de correr atrás do assassino, ele não conseguia acreditar que mesmo sendo tão poderoso, não conseguiu capturá-lo, alguma coisa não estava certa lá. Bem, ele percebeu que os dois tinham habilidades semelhantes, como a agilidade por exemplo, ele também tinha uma força que o fazia empatar com Evan. Seria então, algum vilão mais forte e poderoso que ele teria que enfrentar depois da morte do Robert?

Uma coisa era certa: One Above All jamais colocaria um vilão desse tipo no caminho dele só para testá-lo, ele confiava no garoto o suficiente para não fazer nada do tipo. Então, quem seria o sujeito? E como ganhou aquelas habilidades?

Depois de muito tempo caminhando, já tarde da noite, sua mãe dormia e ele entrou no quarto completamente exausto, deitou-se na cama com seu uniforme e apagou, sem energia para mais nada. 

Diversus - Sede de VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora