Capítulo 3

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Na manhã seguinte, a morte de Guilherme foi confirmada pelos médicos, deixando a família e a polícia arrasados.

— Uma pena o que aconteceu, ele tinha uma vida e tanto pela frente. - lamentou um.

— E nós também podíamos tirar algumas informações dele. - disse outro.

— Não temos escolha, precisamos agir vinte e quatro horas por dia, trocando de turno. Tropa por tropa. - disse o delegado.

— Doutor Augusto, se o senhor me permitir interromper, acabamos de receber uma denúncia de roubo. - afirmou um deles, entrando na sala do delegado.

— Roubo? Aonde? - o delegado Augusto se levantou.

— No centro da cidade, precisamos investigar isso.

Então, todos os quatro foram na viatura até o local onde o roubo foi anunciado. Ao chegarem, perceberam que se tratava de um sobrado, com dois andares e janelas, um portão de ferro. Ao descerem, tocaram a campainha.

— Quem é? - perguntou uma voz conhecida por eles.

— É a polícia doutor Alfredo. - respondeu Augusto.

Então, a porta se abriu e ele os chamou pra entrar.

— Qual o problema senhor? - perguntou o motorista.

— Lembra daquela amostra de sangue que vocês me mandaram para estudar?

— Sim, para ver se você encontrava algum composto químico ou o que quer que fosse que deu poderes àquele garoto. Por quê? Foi isso que foi roubado? - o delegado torceu o nariz.

— Sim, exatamente. Quando vocês me enviaram aquela amostra do sangue, eu consegui dividi-lo e aplicar em vários frascos diferentes para estudar. E bem, eu não encontrei nada, realmente era só um sangue comum B positivo.

— E então?

— Eles estavam bem aqui, todos os frascos. Eu estava dormindo quando ouvi um barulho de um frasco quebrando. E olha só, esse frasco tinha uma amostra do sangue, ele quebrou e eu não consegui recuperá-lo. - finalizou ele.

— E quando foi que ele foi roubado? - perguntou novamente Augusto.

— Há dois dias atrás, eu vi quando o ladrão quebrou o vidro e tentou fugir. Eu consegui segurá-lo pela perna, mas ele tinha uma arma e me atingiu na perna. - ele mostrou a perna enfaixada - Então eu fiquei caído aqui no chão. E como meu celular e meu telefone estavam no meu quarto, não consegui levantar pra telefonar para vocês, só me arrastar pra fazer o curativo.

— E você viu o rosto do ladrão? - perguntou o sargento.

— Não, mas pelo que pude perceber, era um garoto. Ele devia ter uns dezoito anos, era muito magro, de olhos castanhos, cabelos bem rebeldes, tinha uma máscara preta que cobria o nariz e a boca... - ele ia dizendo, mas Augusto o interrompeu.

— Espera aí, ele tinha olho castanho e cabelos rebeldes?

— Sim, exatamente. Foi só o que deu para ver antes de desmaiar.

Naquele instante, o delegado Augusto parou para pensar. Diversus não tinha olhos castanhos, pelo contrário, quando ele não entrava em ação, eram azuis. Bem azuis. E os cabelos dele eram pretos, que só desarrumavam no campo de batalha. Ou seja, não eram compatíveis as descrições dos dois, realmente não fora ele quem roubou os frascos de sangue.

— Ok Seu Alfredo, muito obrigado. Vamos fazer o que puder para achar o ladrão. - garantiu ele.

— Obrigado doutor.

Diversus - Sede de VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora