Capítulo 1

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A grande mansão da família Byun era elegante, assim como a família. Dono de um dos maiores grupos de uma famosa marca de celular na Coreia, o pai de Baekhyun tinha o respeito da nação e até fora dela. Baek, parado na sala do segundo andar de frente a uma parede de vidro que permitia a visão do jardim da casa, parecia concentrado em seus pensamentos, com as mãos no bolso e semblante fechado, transpassava a confiança de um homem mais velho, mesmo tendo apenas 22 anos. O típico garoto mimado que sabe ser cruel por diversão, era o que uma das empregadas pensava ao passar pela sala e notar a presença do herdeiro. Naquele dia a famíia estava se aprontando para mais um evento: a promoção do novo celular. O pai de Baekhyun, o Byun Jung, preferiu dirigir para levar a família: a esposa Byun Dan, o filho mais novo Sehun de 19 anos e o primogênito. No carro, o silêncio reinava. Sehun com fones de ouvido e Baekhyun no instagram conferindo quantas curtidas teve em sua última foto. O carro para em frente ao hotel onde estava para ocorrer o evento. Jung pede para que a esposa e o Sehun entrem primeiro, e eles o fazem. Baekhyun continua com o olhar no aplicativo.

Baekhyun. — O pai chama, seu olhar está no espelho interno do carro buscando a atenção do filho.

Hum? Ah... Sim... Não se preocupe. Eu não ouvi e nem vi nada hoje. — Ele ainda está encarando o celular.

Exato. Você... consegue me entender, né Baek? Não é como se fosse certo, mas também não é o fim do mundo. Só foi desconfortável ter que te ver naquela situação. Eu serei mais cuidadoso. Mas peço que também seja. Quer dizer, poderia ter sido pior se você tivesse entrado no quarto enquanto eu estava... você sabe... mas...

Eu sei. Não vai acontecer novamente. Eu vou tentar não ouvir o gemido alto da próxima vítima que você contratar. Só... escolha prostitutas mais baixas, o tom de voz tende a ser menos estridente, sabe...

Baekhyun finalmente desliga a tela do celular e leva o olhar ao pai pelo espelho. Jung com os lábios entreabertos prontos para repreender o tom de voz que acabara de receber do filho, desiste de continuar a conversa em prol da grande noite que o espera. Ambos falseiam um sorriso de lábios e saem do carro. A noite só começa.

Esse é o seu filho mais velho, Byun?

Crescido não é? Quase tô perdendo ele para as modelos, encontra com uma diferente toda semana. — O pai se gaba para o diretor executivo de uma empresa sócia. Os dois dão um gole na taça após uma gargalhada.

É assim mesmo. Mesmo que a gente oriente, é difícil controlar esses jovens.

Exatamente. Eu até tento, mas sabe como é. — Baekhyun engole em seco ao ouvir a conversa e sorri levemente para o diretor executivo, pede licença e sai da presença dos convidados. É sufocante estar ali. Sabia que seu pai era o primeiro a incentivar que ele fosse o típico machão galanteador, tinha que ouvir dele como ser um homem de verdade... o que se resumia a controle financeiro e sexualização de mulheres. Ele decide dar uma volta.

Dentro do mesmo hotel ocorria uma exposição de artes livre. Artistas independentes expunham diversos trabalhos. Artes plásticas, desenhos, esculturas, vídeos, sons, uma mistura de museu com uma feira interativa. Chanyeol, aos 21 anos, terminava os últimos preparos da exposição de seus desenhos e dos seus quadros pintados. Mesmo trabalhando como professor de inglês para sustentar a si e a sua mãe, ainda preservava o sonho de ser artista. Era inspirado por movimentos europeus clássicos. Tinha lido muitos livros do movimento Romantismo quando era adolescente, o que explicava essa interação. Ao terminar o encaixe de todos os quadros sorriu. Apesar da altura e do corpo levemente musculoso que denotava um porte físico másculo, tinha uma face que expressava humildade e sinceridade como de uma criança. Enquanto se aprontava em um dos banheiros que tinha no mesmo andar do hotel, pensou em como seria a reação das pessoas ao ver seus quadros. Era a primeira vez em um lugar realmente chique, quem sabe até uma oportunidade poderia surgir... era tudo o que mais queria, mesmo dizendo aos outros que já não tinha esperança. Após colocar sua melhor roupa, uma calça esporte fino, uma camiseta longa branca e um terno preto casual grande por cima, finalizou colocando seus óculos transparentes e bagunçou o cabelo escuro para baixo. Mesmo sem intenção, conseguia ficar charmoso com o simples.

Renascença (chanbaek)Onde histórias criam vida. Descubra agora