Capítulo 3

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Naquela semana Chanyeol não conseguia pensar em outra coisa além de Baekhyun. Queria abraça-lo, protegê-lo, ou se não, só observá-lo, mesmo de longe, lembrava do seu calor quando tinham ficado juntos e da sua indiferença quando estavam na mansão, e que agora parecia até um charme a mais. Acordava com o garoto em sua mente, tomava café já se perguntando o que o outro poderia estar fazendo. Arrumava o quarto se perguntando se deveria ter agido diferente naquele dia, se deveria ter segurado em sua mão e o abraçado, pois não o fez. Só esperou os pais de Sehun deixar a casa para poder ir embora. Sentia preocupação por Baekhyun ter que reprimir quem realmente é por causa do pai. Aquelas palavras magoaram profundamente Chanyeol, e ele imaginava como Baekhyun, que era filho, teria se sentido... bem pior provavelmente. E não parecia a primeira vez. Quantas houveram? Seria esse o motivo de Baekhyun ser tão indiferente e sério na maioria do tempo? Porque me importo tanto? Não é da minha conta. Só foi uma ficada. Só foi um rolê aleatório. Se antes era impossível haver algum romance pelas diferenças sociais, agora então, estava fora de cogitação se apaixonar por aquele garoto. Pobre Chanyeol, ainda se convencia de que não estava apaixonado, só queria prestar solidariedade ou apoio, pensava. Sei como ele se sente, talvez eu seja o único que pode entende-lo agora. As justificativas para aqueles pensamentos apareciam. E mesmo ele não sabendo, era o início da história do grande amor da sua vida inteira.

Como Chanyeol tinha tempo de sobra em casa, treinava os desenhos e as pinturas pelas manhãs e durante a noite buscava mais informações na internet sobre as empresas e galerias que trabalhavam com desenhistas. Sua mãe gostava de ficar no celular conversando com amigos virtuais e rindo sozinha, mas para ele era melhor ver sua mãe ocupada na internet do que saindo com pessoas interesseiras que a levavam para as dívidas. Ainda na mesma semana, quatro dias após o último encontro com Baekhyun, numa sexta-feira, Chanyeol foi para a mansão Byun cumprir o trabalho. A aula se tornou mais dinâmica quando eles decidiram treinar inglês cantando Beyoncé.

Você ri muito alto, meu Deus. — Sehun arregalava os olhos — continua, tá pouco.

Você é um meme ambulante, Sehun!!! Já se viu no espelho imitando Beyoncé?

Já, várias vezes, claro. — Sehun balança os cabelos com deboche — Mas tenho que aproveitar que agora tenho plateia, nunca tive. Posso continuar?

Porque não canta pro seu irmão? — Chanyeol pergunta e logo percebe que tocou em um assunto desnecessário. Teme a reação de Sehun.

Baekhyun? Nah... Tá mais pra você ser um irmão pra mim do que ele. Já tentei, mas não adianta. — Chanyeol se surpreende com a simplicidade de Sehun em ser sincero e busca expressões de quem está compreendendo. — Primeiro, nós não temos a mesma mãe. A mãe dele o abandonou e, logo em seguida, meu pai se casou com minha mãe. Ele deve achar que minha mãe foi o motivo disso acontecer... e na verdade, as vezes eu também acho, mas gostaria que não fosse.

Vocês... nunca conversam sobre?

Nunca. Mas porque ele se distancia sempre. Ele é um babaca. De verdade... babaca. Antes eu ficava triste, sempre pedia pra ele jogar comigo na sala de jogos... ou quando eu tinha algum amigo da escola em casa, meu sonho era brigar com ele, tipo aqueles filmes em que os irmãos não se dão bem e ficam se xingando na frente dos outros... Mas nem isso ele faz, ele apenas... ignora. Mas a pior parte é que eu não consigo odiar aquele filho de uma... aquele desgraçado.

Ele é seu irmão...

Não. Não é por isso. Ele... bom, ele teve que passar por umas coisas ruins por causa da minha mãe. Então, ainda não consigo odiá-lo. Mas é questão de tempo, quando eu tiver a oportunidade... vou escolher odiá-lo.

Renascença (chanbaek)Onde histórias criam vida. Descubra agora