Penúltimo capítulo
Baekhyun virou notícia nacional e internacional. A fama, com seus bens e males, promoveu a ansiedade dos investidores mais modernos da Ásia e da América. Quão ousado aquele rapaz poderia ser? Manchete por todo lado. Baekhyun representa uma nova geração? Herdeiro, empresário e inovador. Com as ações da empresa Byun subindo no valor, o Sr. Jung não teve outra opção a não ser consentir nas entrevistas que apoiava o filho. Acionistas da empresa pressionavam o rapaz para abrir o capital e mergulhar de vez no mercado. Assim Baekhyun fez. No primeiro mês alugou um quarto pequeno, bem diferente do hotel que tinha ficado, com espaço somente para os computadores e cama. Investir na empresa tinha tirado todo seu fundo reserva. Sem apoio financeiro do papai chaebol, Baekhyun se via numa estrada montanhosa. Ao mesmo tempo em que parecia levar ele para o topo, podia muito bem tropeçar e perder tudo. Nesse momento, contou com o apoio de Kyungsoo que assumiu a vice-presidência e de Chen, contratado como diretor executivo financeiro da Eris. Os dias e noites passavam rápido dentro daquele quarto apertado... e isso era bom. Desenvolvendo dados para jogos, Baekhyun ocupava a sua mente dessa forma. Quando se via no fundo do poço, sozinho, entre a bagunça do cubículo e as luzes do computador, se jogava no colchão de bruços e enterrava a cabeça no travesseiro. Chorava. Daí tomava um banho rápido e ia para o hospital. Assim permaneceu nos longos meses do primeiro ano.
(...)
— E essa aqui é a janela. Dá pra ver de tudo lá fora. Mas aqui, encomendei uma miniatura de adivinha quem? — Baekhyun se movimentava com o celular na mão se filmando no novo escritório. — Você tem três segundos. Conseguiu? Então... sonso, errou. É o Da Vinci. O Michelangelo é você quem vai comprar pra mim. — Baekhyun sorri e termina o storie. Quando ergue a cabeça vê Chen na porta o observando. Engole em seco e finge costume se sentando na mesa.
— Ainda faz vídeos todos os dias? — Chen se aproxima com uma pasta.
— Ficou pronto o relatório?
— Tá aqui, Baek.
— Obrigado. Tem mais alguma coisa?
— Ah tem! Eu... ando meio preocupad-
— Não. Aqui não.
— Baekhyu-, digo, Sr. Baekhyun... Faz... um ano. Acha saudável continuar assim? — Chen pergunta cautelosamente, olhando para a mesa.
— Chen, eu não preciso tentar explicar porque talvez nem faça sentido pra você. Adianta eu dizer que gravar minha vida e clicar na foto dele para enviar é algo mais sobre mim do que sobre ele? — Baekhyun sorri soprado — Quer dizer, eu digo coisas que nem teria coragem de dizer pessoalmente, então só... relaxa. — Baekhyun assina um papel e entrega a Chen.
— Tudo bem, então nem sei se você vai aceitar a minha ideia. Andei pensando um pouco e... acho que eu e você sempre estamos querendo fazer algo a mais por Chanyeol. — O nome tocava no coração de Baekhyun — Sabe os quadros que ele pintava? — O verbo no modo de passado doía — Talvez... poderíamos montar uma galeria de arte e promover os quadros. A gente contrata um pessoal qualificado pra cuidar de tudo e colocar o nome dele em evidência. Ele ainda pode ser o artista que sempre sonhou, não?
É verdade. Era algo possível. Por fim, Chen disse algo útil entre as malditas tentativas de consolações, pensava Baekhyun. A empresa Eris já não era motivo de preocupação. Desde que abriu o capital as ações explodiram e entrou para uma das cinquenta empresas mais valorizadas no ramo de jogos no primeiro semestre, feito significativo. Tinha seu próprio prédio. Desenvolvedores renomados como funcionários. Uma equipe com seu perfil, ainda que grande parte estrangeira... japoneses, americanos e até brasileiros. Então, decidiu dar vida a ideia do amigo se dedicando a realizar o sonho de Chanyeol no período a seguir.
(...)
(1 ano e 5 meses após o incidente)
— Aceita um chá? — A enfermeira pergunta a Baekhyun, que permanece em silêncio olhando para a janela. — Sr? Sr. Baekhyun?
— H-hum?
— Vou trazer um chá de maracujá para o Sr., percebi que anda muito silencioso nas últimas semanas... — Baekhyun permanece indiferente e imóvel. A tarde de sábado se põe sob seus olhos e o chá trago pela funcionária se esfria sob o cômodo. Baekhyun adormece sem perceber. Acorda. Já são 21h. Ele passa a mão pelo rosto e se levanta. Respira fundo antes de se sentar na beira da cama de Chanyeol. Baekhyun segura em sua mão. Desliza os dedos sobre a pele do rapaz. Depois leva a própria mão ao rosto frágil e macio do moço, fazendo carinho em uma jóia rara que podia quebrar. Do fundo do poço, Baekhyun tenta retirar forças... "Acorda". Quantas vezes já tinha feito aquilo? Quantas vezes ainda teria que fazer? Era bobo, mas como não tinha ninguém para assistir, Baekhyun não se sentia constrangido em implorar baixinho desse jeito. No fundo, não conseguia desistir. Ainda assim não funcionou, mais uma vez.
(...)
A galeria de arte iniciado há alguns meses estava tomando proporções grandes. Um autor talentoso que estava vivo, porém inconsciente viralizou na internet. As obras do Park Chanyeol. O jovem que há mais de um ano vive em coma se torna famoso sem saber. A história virou notícia internacional e matérias foram feitas em alguns dos principais jornais da Europa e da Ásia. Logo, alcançou também a América. Várias redes sociais foram feitas em apoio ao pintor. Fãs arrecadavam fundos para enviar a galeria de arte, pedindo que promovessem em outros países. Baekhyun ainda não sabia como lidar com essa novidade, mexer com esse assunto demandava energia e motivação. Mais uma ligação... agora do hospital. Baekhyun encara o celular. Levanta o dedo... mas não consegue puxar. É levado para o pior dia de sua vida. Engole em seco.
(...)
Já no elevador, não sabia ainda o que pensar. Estava dividido. Sabia que o hospital só ligaria em situações extremas. Aconteceu o pior? Não. No pior das hipóteses é uma cirurgia de emergência, vamos pensar assim. Ele acordou? Nossa, o coração faltava pular em cogitar isso. Se sentia uma criança iludida com um brinquedo que nunca vai ganhar, mas não conseguia evitar. Era tudo que queria. Eu preciso vê-lo acordado. Baekhyun sorriu. Aquele inferno tinha acabado? Mordia os lábios e fechava os olhos imaginando como seria o momento do encontro. O elevador abre as portas e ele corre para o quarto de Chanyeol. Abre a porta. Sorrindo. Olha para frente. Cai de joelhos. O sorriso se desfaz e seu choque toma lugar.
— Sr. Baekhyun, tudo bem? O Chanyeol... ele acordou. — A enfermeira o ajuda a se levantar. Chanyeol está sentado na cama, de olhos abertos... aquilo... era real?
— S-sim. Obrigado. Eu... — Baekhyun se aproxima do rapaz encostado na cama. — Chan-Chanyeol? — Baekhyun consegue sorrir de novo... é verdade, aquilo era real.
— O doutor Kim gostaria de conversar com o Sr. Primeiro. Pode me acompanhar? — A enfermeira achava que estava sendo ouvida.
— Chanyeol você... ce tá bem? Tá me ouvindo? Chany... — Baekhyun se emociona, a voz falha e os olhos se enchem. — Eu não tô acreditando, você... tá acordado...
— Quem... é você? — Chanyeol responde erguendo as sobrancelhas, assustado.
(...)
_____________________________________________
rs :')
VOCÊ ESTÁ LENDO
Renascença (chanbaek)
RomanceBaekhyun é um filho rico e mimado que mantém a postura de bad boy. Ele se encontra com o pintor Chanyeol às escondidas, mas não imagina que este vai parar na sua casa para trabalhar para sua família.