Capítulo 19

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Pov Josh

Não pude deixar Noah sozinho, passei o dia e acabei ficando para dormir lá também. Claro que, desta vez, eu avisei a minha mãe, e ela acabou concordando. Quis até fazer uma janta para nós, mas eu disse para ela que não precisava, que a gente se virava.

Eu fiz um macarrão para nós, enquanto Noah ficou na sala, ainda tentando assimilar tudo. A perda de Any foi impactante para nós dois, ela era a luz do nosso grupo, porém Noah está sentindo muito mais por eles terem brigado um dia antes. Ele acha que é culpa dele, mas não é.

- Noah, a janta está pronta! – eu falo, depois de ter arrumado a mesa para nós. Ele tem uma mesa enorme e mora sozinho, sem contar na casa! Eu juro que eu não entendo esses tios dele, quem teria coragem de o abandonar? Ele é a pessoa mais doce que eu conheço e só merece ser amado. E eu finalmente percebi que o amo.

Ele se senta na cadeira, e eu sirvo o macarrão para ele.

- Eu não sei se tá muito bom, mas me esforcei bastante. - falei para ele, que sorriu para mim. Esse sorriso foi uma luz no fim do túnel, como se ele estivesse querendo melhorar, e eu realmente espero que ele melhore.

- Eu aposto que está uma delicia. - e ele dá a primeira garfada, fazendo uma cara de prazer. Ok, então está bom! - Meu Deus, Josh! Isso aqui está muito bom!

- Obrigado! - e eu começo a comer também.

Após a janta, ele insistiu em lavar a louça, e eu o ajudei, claro. Parecíamos um casal, e eu gostei de pensar que éramos. Porém ele ainda não me disse nada sobre ser recíproco ou não.

- Você pode me emprestar uma roupa? - eu pergunto depois de terminar de secar a louça - Não quero dormir com esse terno de velório. - ele ri após o meu comentário. Isso é bom.

- Claro. - ele me puxa pela mão até seu quarto, onde pega algumas roupas e uma toalha para mim. - Pode tomar banho no meu chuveiro, vou arrumar a cama aqui.

- Você arruma a do quarto de hóspedes para mim? - ele virou desacreditado para mim. Ué, o que falei de errado?

- Quem disse que você vai dormir no quarto de hóspedes? Você vai dormir aqui, comigo. - ele fala, se aproximando de mim.- Agarradinho comigo. - ele fala, se aproximando para me beijar. E, no momento que nossas bocas se tocam, o mundo parece certo, como sempre. Meu Deus, eu amo muito ele! Me afasto com muito custo, com muitos selinhos.

- Isso tá bom, mas eu realmente preciso de um banho. Depois a gente continua – digo, entrando no banheiro. Eu estava feliz, apesar de tudo. Acho que a Any teve que partir para isso, e nós nunca nos esqueceremos dela, mas aconteceu, o destino quis assim.

Refleti durante o banho sobre toda a minha vida, sobre a perda do meu pai, a qual ainda dói, porque sempre vai doer, mas já é algo suportável, e, agora, a perda de Any, que um dia nós vamos conseguir suportar também.

Saio do banho e vejo Noah sentado na cama, meio cabisbaixo. Fiquei com medo que tudo tivesse voltado. Mas quando ele ouviu meus movimentos, levantou a cabeça e sorriu. Ele estava bem, pelo menos é o que eu espero.

- Sua vez, gostosão. - falo para ele.

- Você me acha gostosão? - me pergunta, dando um sorriso sacana.

- Acho, mas vai ficar mais ainda depois do banho, quando estiver limpinho, então vai lá. - empurro ele até a porta do banheiro, mas, antes de fechar, ele me dá um selinho. Eu só sorrio com a situação.

Me deito na cama, esperando por ele. Enquanto mexo no celular, não havia nada de interessante como sempre, mas um monte de gente do meu colégio estava postando homenagens para Any, sendo que nunca falaram com ela. Hipócritas. Inclusive, o diretor da minha escola quer fazer uma homenagem quarta-feira para ela, e está convidando todos os conhecidos. Quero ver no que isso vai dar...

Noah sai do banho secando o cabelo, com uma toalha e sem camisa. Ai meu Deus, eu acho que estou tendo um gay panic! Desvio o olhar dele, envergonhado, e finjo estar entretido com o celular. Acho que ele percebeu que eu estava o observando, pois se aproxima de mim, tirando o celular da minha mão.

- Ei, devolve! - eu falo.

- Pra que, se tem eu aqui? - ele responde, me beijando. Ele subiu no meu colo, já que eu estava meio que deitado, e assim nos beijamos bastante. Mas hoje não é o dia para isso acontecer, e ele sabe disso, por isso se afasta mordendo o meu lábio. Ai, Noah, não faz isso!

- Desculpa, amor, mas hoje não vai rolar... – ele me fala. Eu concordo com a cabeça, porque ele tem razão... Peraí, ele me chamou de amor?

- Amor? - eu pergunto, sorrindo.

- Não gostou?

- Eu amei – e ele deita no meu peito, abraçando a minha cintura. - Você está bem? - pergunto enquanto faço carinho no cabelo dele.

- Não 100%, mas tô melhor. - ele fala, cheirando o meu pescoço. Tô vendo que essa noite não vai ser fácil... De repente, ele começa a rir. Olho para ele, o questionando por que ele está rindo. - Essa situação até que é cômica. A Any queria tanto que isso aqui acontecesse – ele aponta para nós dois - E agora ela não está aqui para ver. Parece que eu consigo ouvir a voz da Any dizendo “eu tive que morrer pra vocês assumirem que se amam, que saco!”

- É verdade. - concordo, rindo. - Porém só um de nós disse isso... - jogo no ar.

- Achei que você tivesse entendido o recado, mas aqui vai... Josh, eu te amo. - ele fala, sorrindo. Eu dou um selinho nele. - É sério, Josh, eu te amo, e eu deixo seu monstro amar o meu. - ele fala, relembrando o que eu disse mais cedo.

- Eu te amo. - falo novamente para ele. Nunca vou me cansar de dizer isso.

Ele me dá outro selinho e apaga as luzes, para, assim, dormirmos. Novamente ele me abraça muito forte, só que dessa vez eu consigo sentir o medo dele. O medo de eu partir. Mas, se depender de mim, eu nunca vou deixá-lo, e prometo sempre tentar mostrar isso para ele

Monster In MeOnde histórias criam vida. Descubra agora