— O quê aconteceu? — perguntei, largando minhas malas na sala e indo até minha mãe.
— Sua mãe que não sabe fazer merda nenhuma! — meu pai disse irritado, adentrando.Me sentei ao lado da minha mãe e como sempre ela estava chorando.
— Parece que você gosta de sofrer, mãe... — sussurrei, abaixando a cabeça.
— Talvez eu goste filha... — ela disse, com a voz rouca por causa do choro.Soltei um suspiro e me levantei, não iria valer a pena ficar ali com a minha mãe tentando convence-lá a sair daquela vida e mostrar para o meu pai que estamos em outro século, as mulheres não são mais submissas aos homens, bom, nem todas, minha mãe infelizmente ainda fazia parte dessa minoria.
Entrei no meu quarto junto com as minhas malas e as deixei em um canto qualquer, peguei uma roupa leve porque o calor estava de matar. Me arrumei em questão de 30 minutos, o bar do tio Romão era ótimo para conhecer todas as pessoas de Floripa, além de ser super bem frequentado, Romão era tio da Malia, por isso todos da galera o chamavam de tio Romão, ele era super gente boa.
— Tô saindo. — falei, passando pela sala.
Ninguém me respondeu e eu não liguei muito, a casa estava em paz então meu pai com certeza havia saído e minha mãe estava lendo ou vendo tv, ela nunca saia de casa fim de semana.
Fui andando para o bar, não era muito longe da minha casa, cheguei no mesmo e pude avisar Malia, Taniel, Heitor, Matheus e uma outra garota sentando já do lado de fora, sempre gostávamos de sentar para fora porque conforme ia anoitecendo lá dentro ficava lotado e abafado.
— A flor do dia chegou. — falei, me sentando ao lado de Taniel.
— Tá mais pra flor da noite, demora do caralho. — Taniel reclamou.O abracei bem apertado, dando um beijo em sua bochecha seguido de uma mordida.
— Que saudades de você, brother! — falei, desfazendo o abraço.
— Me deixou por três meses. — ele disse, fazendo seu típico drama.
— Deixa esse drama pra Thaís, que tá vindo ali. — falei, avistando-a.Tani abriu um sorriso de canto á canto, era fofo ver o carinho dos dois mesmo sendo dois abestalhados.
— Caraí, olha quem tá vindo. — Heitor disse.
Olhei para trás e vi Zanon se aproximando junto com seu fiel amigo inseparável: seu violão.
Ele era o mais ''doidão'' da turma, adorava o Zanon de paixão! Ele era todo largado e todo tranquilão, sempre que podia se juntava com toda a galera, mesmo ele tendo a outra galera dele.— E aí, sumidão! — Taniel disse, fazendo um toque com o mesmo.
Ele deu uma risada e cumprimentou os meninos também, Thaís se juntou a nós também se sentando ao lado do Tani, desnecessário eu falar que eles começaram a se beijar do meu lado.
— E aí, gata. — Zanon disse, me dando um beijo na bochecha e se sentando ao meu lado.
— Fiquei com saudades, quase 4 meses que não nos vimos. — falei.
— Pô, eu viajei! E quando voltei os moleques falaram que você viajou com a morena ali, ai fiquei esperando tu voltar.
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Brasa Incandescente
Teen Fiction''O coração é safado, tonto demais, bobo ao extremo, ordinário pra caramba! Tenta nos enganar e fazer jogo, jogo sujo. Dá golpes baixos e é chantagista da pior espécie, de quinta categoria. O coração tem vontade própria. E numa dessas vontades do me...