Brasa Incandescente

❇ 13.

❇ Malia narrando ❇ 

Eu estava chegando em casa quando fui pega de surpresa com um abraço mega forte, logo de cara eu já sabia quem era.

— Oi, tia! — Guilherme disse, estendendo os bracinhos para que eu o pegasse no colo.
— Oi meu amor, como você está? — perguntei, o pegando no colo e enchendo o mesmo de beijos.
— Estou dodói tia, mamãe disse que eu poderia passar o dia todo com você.
— E com certeza pode. — falei, sorrindo.
— Lena disse que eu podia entrar e esperar você aqui dentro Mali, desculpa se...
— Ei Aline! Pode parar porque você sabe que é de casa.
— Ah — ela sorriu sem graça — posso deixar ele um tempinho com você? Preciso resolver algumas coisas hoje e hoje não teve aula.
— Claro, sem problema algum.
— Então tudo bem.
— Tchau mãe, tia Mali vai fazer bolo pra mim.
— Ok. — ela disse rindo e nos despedimos dela.

Eu o coloquei no chão e deixei minha bolsa no sofá, estava com uma vontade imensa de comer bolo de chocolate e então eu iria fazer para mim e Guilherme. Guilherme é meu sobrinho , infelizmente meu irmão faleceu em um acidente de carro quando ele tinha 2 anos, mas Aline continua sendo minha cunhada de coração mesmo ela já morando com outro e estando casada.

— Tia, não quero bolo de chocolate com aqueles negócios por cima. — ele reclamou, fazendo uma careta.
— Granulado? — ele assentiu — então tudo bem, sem granulado!

Ele comemorou e eu comecei a fazer o bolo, ele me ajudava mas algumas vezes mais atrapalhava do que tudo porém só a presença daquela coisinha ali já me deixava bem mais feliz.

 As coisas entre eu e Matheus estavam um pouco ruins, ele ficou um pouco ruim na festa que Heitor disse quando Heron chegou e eu fiquei com um pouco de raiva, se ele disse mesmo que queria assumir nosso filho acho que no mínimo ele teria que começar a ter um pouco mais de responsabilidade.

Aquele cheiro do bolo assando começou a me enjoar do nada e pela 3ª vez no dia eu fui correndo pro banheiro, Guilherme foi atrás de mim todo preocupado e eu fiquei com uma certa pena dele por me olhar como se não entendesse nada.

— Tia, que foi? Como eu ligo pra vovó? — ele já perguntou com a voz um pouco falhada.

Eu queria dizer para ele que eu estava bem mais eu naquele momento só conseguia vomitar e isso seguiu por mais uns 15 minutos até que por fim eu consegui ir até a pia e lavar minha boca escovando meus dentes logo em seguida.

— Tia, agora você tá bem?
— Sim meu amor, a tia só teve um enjoo tudo bem? Nada demais e agora vamos comer o bolo.
— Eba! — Gui disse animado e saiu correndo na minha frente.

O bom era que ele não tinha me enchido de perguntar porque ia ser difícil esconder isso dele.

— Está gostoso? — perguntei, vendo ele se saborear com o bolo e se sujar todo de brigadeiro.
— Sim, muito bom. — falou terminando de comer e bocejando.