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Acordei com meu celular tocando irritantemente e óbvio, a cama estava com um peso a menos.
Demorei um pouco para vir pra realidade e me tocar que eu tinha que acordar para resolver algumas coisas do meu trabalho antes de ir trabalhar.

Em 40 minutos eu me arrumei, passei no quarto de Thaís e a porta estava fechada então com toda certeza Taniel tinha dormido aí, achei melhor nem mexer com os dois e sai sem falar nada. Fiquei esperando o ônibus e aproveitei pra terminar de ler meu livro, meu celular vibrou e era uma mensagem de Heron.

''Como chegar nela eu nem sei, ela é tão interessante e eu aqui pichando muro.''

Foi inevitável não sorrir igual uma boba, guardei meu celular porque avistei o ônibus e logo entrei dentro do mesmo, não iria responder a mensagem porque eu gosto de me fazer um pouquinho de difícil. Desci no ponto em frente a rua do apartamento de Zanon porque como eu disse, ele sempre me ajudava nos trabalhos que eu precisava.

Assim que cheguei o porteiro já liberou minha passagem porque Zanon já tinha falado, eu subi e quando cheguei em seu apartamento entrei — sim, eu sabia onde ficava a chave — me deparando com alguns pacotinhos com maconha jogados na mesa de centro da sala e roupa espalhada por todo o comodo, eu odiava ver aquilo e com certeza Zanon estava mal.

Recolhi tudo aquilo e coloquei no cesto de roupa já que a empregada que a mãe dele enviou para casa dele só ia duas vezes na semana e nunca poderia ver aqueles pacotinhos de maconha... Escondi no lugar que Zanon colocava e adentrei me deparando com ele dormindo de bruços e aquele cheiro horrível de maconha, me sentei ao seu lado na cama e eu ás vezes odiava ver Zanon naquele estado.


— Za.. — o chamei, balançando-o lentamente.
— Hum.. — ele resmungou, se revirando na cama.
— Acorda, acho que daqui a pouco você tem que ir trabalhar também.
— Que horas são?

Olhei no meu relógio de pulso rapidamente e vi que ainda eram 6h40.

— 6h40.

Zanon se levantou lentamente e estava visível que a noite passada tinha sido barra, ele saiu do quarto e eu abri aquelas cortinas e abri a janela para um novo ar entrar ali, logo ele voltou novamente e estava com uma cara melhor.

— Quer contar o que aconteceu ontem?
— Antes me fala que você tem algum desenho para eu fazer, porque estou precisando mais do que tudo desenhar.
— Tenho sim. — falei, rindo.

Tirei minha sapatilha e me encostei na cabeceira da cama, ele fez o mesmo e eu tirei vários papéis explicando como ele faria o desenho e para que, ele entendeu tudo e pegou seu material rapidamente e logo voltou a ficar na mesma posição que estava.

— Agora desembucha!

— Problemas com a minha família, minha mãe veio aqui ontem e jogou na minha cara que dos filhos eu era o que mais dava problema porque sempre me envolvia em coisa errada.
— E posso saber no que você se envolveu agora?
— Em nada mano, aquela mulher é maluca! Ela chegou e eu tava dando um tapa de leve e aí isso foi motivo para ela criar um fuzuê do caralho e o prédio inteiro ouvir.
— Talvez ela tenha feito todo esse fuzuê todo porque ela nunca viu você usando esses tipos de coisa Zanon.
— Tanta gente querendo nascer em família rica e eu dando a minha pra qualquer mendigo.
— Não fala isso! — eu disse, totalmente autoritária — sua mãe moveu céus e terras pra você e seus irmãos ficarem bem quando o pai de vocês morreu, sei que foi por causa disso que você entrou nesse mundo mas não põe a culpa nela não Zanon, tia Branca sempre fez de tudo!
— Minha mãe ganhou uma fã, é? — ele perguntou debochado.

Em nenhum momento Zanon tirava os olhos do desenho que estava fazendo e muito menos parava de desenhar, ele realmente tinha nascido para desenhar porque ele desenha com tanta perfeição e ao mesmo tempo com tanta agilidade que era de dar inveja.

Brasa IncandescenteOnde histórias criam vida. Descubra agora