❇ 37.

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❇ Loreta narrando ❇

O fim de semana finalmente chegou, foram 3 longos dias tendo que olhar para a cara daquela Melissa e saber que ela e Heron tinham dado um tempo me fez ter um pouco de esperança.

— Ah se eu pudesse ir com você pra toda a comilança que vai ter nessa festa. — Thaís falou.
— Eu estou animada — confessei — achei que não iria estar, mas estou.
— Você precisa sair um pouco desse inferno que está toda essa convivência com a chegada da putalissa, ou seja, mesmo que seja com o Felipe eu apoio porque pelo menos você vai estar em novos ares.
— Felipe não é esse bicho de sete cabeças, até porque se fosse eu não iria querer ve-lô nem pintado de ouro depois do que ele fez comigo.
— Eu te amo por uma dessas coisas, seu coração é bom e perdoa com facilidade Lô.
— Depende... eu perdoei sim, mas não esqueci até porque não sofro de amnesia, amiga.
— É, está certa.

Ouvimos o barulho da campainha e presumi que era o Felipe porque no relógio marcava a hora que eu tinha combinado com o mesmo, Thai saiu do quarto indo até a sala e eu fechei minha mala me olhando no espelho para ver se eu estava apresentável.

— Será que posso entrar? — Felipe perguntou, parado na porta me olhando.
— Sim, juro que tentei me arrumar o mais rápido possível. — brinquei.

Ele soltou uma risada breve.

— Não ligo, já teve época que você demorou mais. — falou, pegando minhas malas.
— Pode deixar que aquela ali eu levo — falei, apontando para uma que estava em cima da cama — vai descendo, só vou me despedir da Thai.
— Jaé.

Ele saiu e eu sai logo atrás com a outra mala, Thai estava na cozinha preparando alguma coisa.

— Só porque vou sair você vai fazer coisa gostosa, dona Thaís? — perguntei, fingindo estar brava.
— Sis não seja dramática, quando você chegar eu faço isso umas mil vezes para você.
— Receita nova? — perguntei, enfiando a cara dentro da panela.
— Loreta! — ela me repreendeu — sim, Taniel disse que estava com saudade da minha comida.
— Ah, tá explicado então..
— Larga de ser otária. — ela disse, revirando os olhos.
— Enfim sis, fui! — disse, abraçando-a.
— Juízo e me liga quando chegar.
— Ok mãe. — zombei, saindo da cozinha.

Saí do apartamento e desci pela escada mesmo, não estava com paciência para esperar elevador. Cheguei no hall e vi Felipe encostado no carro provavelmente me esperando.

— Vamos?
— Claro po, tava te esperando.

Eu dei a volta e entrei no carro, Felipe entrou rapidamente e deu partida, de Floripa até o chalé de seus pais dava quase 3h e se fosse a algum tempo atrás seria enlouquecedor ficar no mesmo local com Felipe mais de 20min mas eu já estava começando a superar isso.

Durante o caminho inteiro fomos conversando coisas de todos os tipos e relembrando um pouco de quando namorávamos, certas coisas que ele falou mexeram um pouco comigo mas em nenhum momento eu deixei transparecer nada, até porque no meu pensamento a última coisa que aconteceria naquela viagem seria eu ficar com Felipe.

— Minha mãe disse que você não deve ter mudado nada. — ele disse, já entrando numa pequena estrada que dava no chalé.
— Ah, sua mãe que parece que nunca envelhece cara, sério! — falei, soltando uma risada.
— Depois que ela se aposentou se preocupa com a beleza mais do que tudo.
— E seu irmão? Lembro que da última vez sua cunhada estava grávida.
— Quando terminamos minha cunhada teve a Malu e agora minha meia irmã teve a Larissa.

Eu o olhei surpresa e ao mesmo tempo contente.

— A família então deve estar em uma animação.
— Ô, nem se fala. — ele disse, rindo.

Brasa IncandescenteOnde histórias criam vida. Descubra agora