❇ 12.

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— Espera aí... você que é o Heron?
— Sabe meu nome? Milagre, metade me confundiram ou trocaram meu nome. — falou rindo.
— Ah. — respondi um pouco sem graça.

Não tinha entendido porque do nada eu estava mendigando a atenção dele e agora eu estava me esquivando um pouco.

— Que foi? Foi descobrir quem eu sou pra ficar assim? Não vou te morder.
— Ah, não, que isso. — falei.
— Você é amiga da galera? Digo, Heitor, Matheus...
— Sim, sou.
— Po, legal..
— É..

Eu encostei minha cabeça no sofá que estava atrás de mim e fechei meus olhos, estava tudo muito calmo até eu sentir alguém me cutucando.

— Ah não po, você não vai dormir não.
— Tô cansada.. e bêbada.
— Então vamos lá pra cima. — ele disse se levantando e estendendo a mão para mim.

Eu abri meus olhos e o encarei, com uma cara debochada.

— Não estou falando isso na maldade, porque se eu quisesse te pegar já teria te agarrado aqui.
— Mesmo assim, não quero obrigado. — disse, praticamente encerrando aquele diálogo.
— Se é assim vou nessa, tchau.

Ele nem esperou que eu respondesse e saiu da sala, eu voltei a encostar minha cabeça no sofá e fiquei ouvindo a barulhada que vinha lá de fora, meus olhos foram pesando e aos poucos fui sentindo meu sono vir, sei que se alguém chegasse na sala e me encontrasse naquele estado toda largada poderia pensar que eu estava em algum coma alcoólico mas eu estava com tanta preguiça de levantar dali que fui deixando o sono vir e acabei cedendo.

Acordei no susto sentindo alguém me colocando em algo ou em algum lugar, abri meus olhos rapidamente e vi que eu estava um pouco mais alta e alguém estava me levando da sala e subindo as escadas comigo.

— Me solta. — foi a primeira coisa que eu consegui falar.
— Achei que você estava dormindo. — era voz de Heron.
— Achei que você estava lá na festa. — disse cínica.
— Vou te levar pro meu quarto porque eu e os meninos vamos fazer uma partida de futebol.
— Dentro da sala? — perguntei sem entender.
— Partida de futebol no xbox. Entendeu agora? — ele respondeu, debochando da minha cara.
— Não sou burra a esse ponto.

Ele não respondeu mais e logo adentramos dentro de um quarto e supus que era o dele.
Heron me pôs na cama e eu me sentei prendendo meu cabelo em forma de coque e então ele ficou me encarando.

— O quê?
— Belo decote.

Foi então que eu olhei para baixo e percebi meus seios quase pulando para fora, o jeito que Heron havia me pegado no colo fez com que aquilo acontecesse e eu nem me toquei.

Revirei os os olhos em resposta e arrumei meu decote.

— Bom, acho que você só precisa deitar e dormir, qualquer coisa quando sua amiga estiver indo embora eu te acordo.
— Tudo bem. — foi a única coisa que eu respondi antes dele sair do quarto, apagar a luz e eu me deitar, voltando a dormir de novo.

***

— Como vai olhar pra ele amanhã? — Thais perguntou, enquanto tomávamos café
— Normal. — falei, como se aquilo fosse a coisa mais óbvia do mundo.
— Ele conseguiu te arrastar pra cama dele, uau.
— Você é muito babaca mesmo hein Thaís, se você fala isso perto de uma outra pessoa com essa malícia na voz vão achar que eu conheci ele e em 30 minutos já estava dando.
— Mas você não deu porque não quis, com um gostoso daqueles eu fazia e acontecia. Principalmente se ele me colocasse pra dormir na cama dele na maior ''inocência''. — ela disse, fazendo aspas no ar.
— Não sei porque você usou essas aspas no final, bonitinha. — falei, me levantando e colocando meu copo de suco em cima da pia.
— Porque com certeza ele fez isso com nem 1% de inocência, bonitinha.
— Se ele quisesse mesmo me pegar teria tentado algo, mas ele não tentou nada.
— Ainda. — ela disse, dando ênfase.
— Vou tomar banho. — falei, revirando meus olhos.

Fui pro banheiro e assim que entrei debaixo do chuveiro senti minha dor de cabeça vindo com tudo e foi então que eu lembrei da noite passada, do Felipe, da nossa ''conversa'' e droga, eu já estava chorando novamente por causa daquele otário. 

Obviamente eu fiquei um tempo á mais no chuveiro esperando meu choro passar para que Thaís não ficasse me perguntando qual o motivo de eu estar chorando e ela saberia a resposta logo de cara e me falaria novamente que ele foi uma perda de tempo, que eu mereço coisa muito melhor e por aí vai, mas o problema é que eu simplesmente não conseguia entender o que eu sentia de verdade pelo Felipe mesmo ele sendo um idiota do início ao fim do nosso namoro, ele também sabia ser romântico em alguns momentos que infelizmente eram poucos.

— Quer sair? — Thaís perguntou assim que eu entrei no quarto.
— Pra onde?
— Sei lá, caminhar por aí, tô precisando pensar. — ela deu de ombros.

Eu soltei um suspiro e me sentei na cama ao lado dela.

— Somos duas.
— Você tá bem?

Não ia ter como eu esconder algo dela porque eu tinha novamente ficado mal pensando nele.

— Não, ontem eu e Felipe tivemos uma conversa rápida e aí eu lembrei de tudo hoje e cara... Por que eu ainda insisto em apostar alguma coisa no Felipe? Sei que eu ignoro, falo que não quero mais ver ele pintado de ouro na minha frente, mas porra, é foda cara.
— Amiga, você sabe o que eu penso mas se você quer novamente algo com ele, tenta ué, talvez ele tenha mudado.
— Ele não mudou Thaís tenho certeza — falei, deixando uma lágrima escapar — droga. — resmunguei, limpando-a rapidamente.
— Não fica assim..

Bom, era fácil falar....

Brasa IncandescenteOnde histórias criam vida. Descubra agora