Capitulo 8

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O último sinal toca e os alunos saem de todos os cantos do prédio de tijolos aparentes. Freadas de ônibus podem ser ouvidas a distância e os operários se aglomeram na plataforma da estação, lutando para embarcar. Os alunos do segundo e terceiro anos se reúnem no estacionamento em um fluxo constante, que parece convergir para Galen e seu carro não muito modesto. Ele se recosta no porta-malas, assentindo para os caras que estão admirando o veículo e evitando contato visual com as meninas que admiram outra coisa.

A onda de alunos se transforma em trânsito pesado. As buzinas se tornam menos frequentes conforme carros cheios de adolescentes humanos vão para a estrada. Atrás dele, Galen escuta alguém de skate cair no asfalto e gemer de dor.

Ele olha para o carro estacionado ao lado do dele. Onde ela está?

Quando ela aparece nas portas duplas, o ar entre eles parece estar carregado de energia. Ela olha para ele. Desapontado ao ver que ela não sorri, ele se afasta do carro e a alcança antes de ela completar dez passos.

— Deixe-me carregar seu material. Você parece cansada. Você está bem?

Emma não reclama por causa do material dessa vez. Apenas o entrega e joga os cabelos brancos para o lado.

— Só estou com dor de cabeça. E nossa! Você perdeu um dia todo de aula depois de brigar comigo porque mudei minhas aulas.

Ele sorri.

— Não vi as coisas dessa maneira. Só sabia que você não se concentraria na aula se eu ficasse. Você me perturbaria o dia todo por causa do seu segredo, e já perdeu bastante aula.

— Obrigada, pai — diz ela, revirando os olhos. Quando eles chegam ao carro, ele joga a mochila dela no banco de trás do conversível.

— O que você está fazendo? — pergunta ela.

— Pensei que tínhamos planos de ir à praia.

Ela cruza os braços.

— Você fez os planos. E depois foi embora.

Ele cruza os braços também.

— Você concordou na segunda, antes de bater a cabeça.

— É, você não para de dizer isso.

Sem pensar, ele segura a mão dela. Emma arregala os olhos — ela está tão surpresa quanto ele. O que estou fazendo?

— Tudo bem, então você não se lembra de eu tê-la convidado. Mas estou convidando agora. Você pode, por favor, ir à praia comigo?

Ela puxa a mão, olhando para algumas crianças que passam disfarçando seus sussurros atrás de uma pasta amarela.

— O que a praia tem a ver com meus olhos? E por que você está usando lentes de contato?

— Rach... Hum, minha mãe diz que elas vão me ajudar a me misturar melhor. Ela diz que a cor chamaria atenção para mim.

Emma resmunga.

— Ah, ela tem razão. Os olhos azuis fazem você se tornar muito mais comum. Na verdade, quase não percebi você ali.

— Isso fere meus sentimentos, Emma. — Ele sorri.

Ela ri.

Galen diz:

— Eu pensaria em perdoar você... Se você fosse comigo à praia.

Ela suspira.

— Não posso ir com você, Galen.

Ele passa a mão pelos cabelos.

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