Capitulo 13

1 0 0
                                    

Quando meus pés tocam o fundo, Galen me solta. Vou em direção à costa na ponta dos pés, saltando com as ondas como uma criança pequena. Chegando à praia, deito na areia longe o suficiente para a água não molhar meus pés.

— Você não vai entrar? — pergunto a ele.

— Preciso que você jogue para mim o meu short — diz Galen, apontando para um ponto atrás de mim.

— Ah. Ah! Você está nu? — grito, quase parecendo um golfinho.

Claro, eu devia ter pensado que as barbatanas não têm lugar para guardar coisas, e a maioria dos Syrenas não precisaria levar consigo algo como uma roupa de banho. Não importa muito quando ele está na forma de peixe, mas ver Galen — não, pensar em Galen — nu na forma humana arruinaria meu plano de usá-lo. Poderia ser minha perdição.

— Então acho que você não está conseguindo ver dentro da água ainda — diz ele. Nego com um movimento de cabeça, e ele continua: — Tirei o short antes de você sair hoje de manhã. Prefiro não estragar a peça sem necessidade.

Pigarreando, eu me levanto e atravesso a faixa de areia, e encontro o short a alguns metros dali. Eu o jogo para ele e volto a me sentar, para o caso de minha visão, de repente, enxergar dentro da água. Felizmente, Galen mantém tudo dentro da água até alcançar a peça, que flutua, e vesti-la. Amarrando o short enquanto caminha em direção à areia, ele chuta água em mim antes de se sentar ao meu lado.

— Por que não consigo me transformar, Galen? — Coloco as pernas contra o peito.

Ele se apoia nos cotovelos e olha para o mar, como se tentasse decidir como responder. Estamos aqui o dia todo, e eu ainda não senti nem um formigamento nas pernas, muito menos a sensação que ele prometeu.

— Não sei — diz ele. — Talvez você esteja preocupada demais com isso. Procure relaxar, vai acontecer.

— É assim que acontece com você? Sem querer?

— Não, nunca é sem querer. O que quero dizer é que se você parar de prestar atenção e apenas tentar se divertir, talvez aprenda a se transformar.

— Estou me divertindo — declaro, sem olhar para ele.

— Eu também estou.

— Pelo menos, amanhã é sexta-feira. Teremos o fim de semana todo para treinar. Além disso, podemos treinar amanhã depois da escola. Ah, acho que você não precisa mais ir à escola — digo. — Você já alcançou seu objetivo, certo? — Ignoro a pontada em meu peito.

— Na verdade, quero continuar indo por um tempo, ou sua mãe não vai ficar muito feliz em saber que você está namorando alguém que largou os estudos.

Dou risada.

— Não, não ficaria. Mas acho que ela gosta de você.

— Por que diz isso? — pergunta ele, inclinando a cabeça.

— Quando telefonei para ela, ela me pediu para lhe desejar bom dia. E então me disse que você "vale a pena". — Também disse que você é sexy, o que, na escala das coisas aterrorizantes, está no máximo.

— Ela não vai pensar isso se eu começar a não estudar. Já faltei muito às aulas para fingir nesse aspecto.

— Talvez você e eu possamos fazer uma troca — sugiro, retraindo-me ao perceber que isso poderia ter vários sentidos diferentes.

— Além da troca de saliva?

Sinto um aperto na boca do estômago, mas digo:

— Nojento! Foi a Rachel que ensinou isso a você?

Poseidon Onde histórias criam vida. Descubra agora