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Estava tendo ótimos sonhos, se não fosse um barulho extremamente ensurdecedor saindo de meu telefone

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Estava tendo ótimos sonhos, se não fosse um barulho extremamente ensurdecedor saindo de meu telefone. Me levanto, colocando as mãos na cabeça com prontidão enquanto procurava o aparelho eletrônico, que por sorte, logo o acho, vibrando entre alguns travesseiros jogados nos pés da cama. Observo a tela com o seguinte nome "Urrea's Entreteriment". Meus olhos se arregalam enquanto o coração não tinha nem tempo de disparar direito.

Atendo a ligação com as palmas das mãos suando frio. Me levanto praticamente correndo até o closet para escolher algo adequando de usar, enquanto, claro, Jacob gritava sobre imprudência e responsabilidade. Detalhe, o prédio sempre estava lotado de prostitutas no pé do diabo.

- Any Gabrielly Soares, são 8:30h da manhã e aonde você está?- Ele pergunta, ou melhor, grita ao telefone. Parece que esta em uma sala pequena, que fazia sua voz se abafar.

- Eu chego em cinco minutos, é que, meu carro quebrou, eu estou presa em casa... vou pegar o metrô.- A esta altura do campeonato, Joalin deveria estar em seu sono da beleza, pelo visto, faltaria a aula de hoje.

- O que? Metrô? Estamos com uma sala cheia de investidores aqui do lado, Gabrieely. Nem fodendo! Me passa o seu endereço.- Noah diz ríspido ao celular enquanto eu tentava processar tudo. "Ele viria me buscar?".

- Não morre Soares, passa logo a porra do endereço, Martín chega em um minuto.- Falou novamente em um tom pouco menos ignorante. Me toquei do que estava acontecendo e mandei por e-mail. Finalizando a ligação de poucos segundos, que ao meu ver, foram uma eternidade.

Tomo o tempo de algum motorista de Urrea vir me buscar, e começo a me arrumar. Como fui me esquecer que era reunião, estamos no começo do ano, claro que teria essa baboseira de boas novas ao início de uma nova era e blá blá blá.

Passando os dedos pelo cabide, retiro um vestido tubinho, de cor neutra, para ser mais ágil. Coloco uma camiseta branca por baixo e meu salto alto preto. Nada de diferente do comum. Utilizo uma meia calça de bolinha e não esqueço de pegar meu sobretudo. Ainda estava nevando, não poderia passar muito frio e correr o risco de ficar resfriada. Em minha bolsa, estavam as pastas e planilhas que usaria hoje, mas no fundo havia algo... era um batom vermelho cereja... "Por que não?!'.

{...}

Caminhando em passos largos para pegar o elevador, um indivíduo entra na imensa máquina de ferro e aperta o botão. Tento acelerar o passo e solto um gritinho, pedindo para que esperasse por mim. Mas ao invés disso, as portas simplesmente fecham. Teria de esperar o idiota subir... 32 andares até que pudesse chegar lá sem ser apedrejada por Urrea.

- Escroto!- Deixo um tapa sobre a porta fechando os olhos com pura frustração. Me viro tentando fazer o tempo passar mais rápido. Algo interrompeu minha concentração, era exatamente o som das portas abrindo novamente.

Viro levemente o rosto, podendo ter visão de Joshua Beauchamp. Dou um sorriso amarelo, caminhando ate um canto do imenso elevador prateado de Urrea. Solto um suspiro baixo o observando pelo espelho, fazendo uma certa cara de questionamento talvez.

- Você acabou de me chamar de...-Ele inicia dando uma risada, virando seu rosto para me encarar melhor, o que fez partes de minha face se avermelharem por tamanha vergonha.

-Não!- Exclamo por cima sorrindo novamente. Minhas bochechas estavam fartas de tanto fingimento. Por hora, não gostaria de ser demitida. Noah me aniquilaria se soubesse desta desfeita e total desacato a um de seus melhores investidores.

Josh iria acrescentar algo quando finalmente as portas do elevador se abrem, podendo me deparar com o próprio diabo de braços cruzados enquanto seu corpo estava encostado sobre o batente da porta. Ele suspira e encara Josh, o cumprimentando com a destra dando um tipo de sorriso falso. "Cínico".

- Pode me esperar na sala de reuniões com os outros, obrigada por vir, Beauchamp.-Urrea dizia assim que suas mãos se soltaram. Josh agradece, mas vira outra vez para me encarar e apenas sorri, o que fez um sorriso surgir de meus lábios no momento.

Sinto algo queimar em meu rosto. Viro a cabeça de leve, vendo Noah praticamente espumar ao meu lado. Ele prensa seus dois lábios um com o outro, creio eu, que era para evitar gritar comigo aqui.

- Da próxima vez... Você vai pro olho da rua!- Seu corpo estava próximo ao meu. Pude sentir seu cheiro e minhas pernas fracas. Meu peito subia e descia freneticamente. Não era para ele estar tão perto assim. Estava encostada nas portas do elevador que logo iriam se abrir. Noah apoia as mãos na cabine de aço, deixando cada uma por um lado de minha cabeça, e chega com a boca de leve, próxima a meu ouvido.

- Estamos entendidos, Soares?- Ele pergunta num sussurro, enquanto minha única reação foi concordar com a cabeça o fitando dos pés a cabeça conforme se afastava para o final do corredor.

Engoli seco tentando controlar minha tremedeira idiota. Tiro meu sobretudo e touca, colocando em um canto de minha cadeira. Assim que tomei coragem para caminhar. "Foco no trabalho Any..". Minha mente ecoava, fazendo-me lembrar da lousa na sala de materiais. Agradeço aos céus por ter preparado tudo semana passada. Não daria conta de tudo hoje.

Saio pelo andar puxando o grande quadro por portas, até chegar na que todos esperavam desde as 8h em ponto. Abro a mesma, pedindo um "Com licença" desajeitado. Vou puxando a lousa para frente da sala enquanto Noah se sentava em minha frente, esperando que apresentasse a oferta do ano.

- Bom dia a todos, hoje vamos falar do projeto mais bem trabalhado pela Urrea's Entreteriment!-Exclamo tento atenção da maioria, dando meu melhor sorriso que ainda me sobrava por hoje.

Até o próximo capítulo...xoxo

I hate my bossOnde histórias criam vida. Descubra agora