Capítulo 1: aquele no metrô

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A quantidade de pessoas na plataforma quase impossibilitou a saída da maca e dos enfermeiros. Pessoas querendo tirar foto, saber o que aconteceu, ou querendo simplesmente pegar o metrô, foi uma loucura, como se os fatos ocorridos há poucos minutos não fossem loucos por si só.

Assim que as garotas saíram do vagão repórteres as sufocaram, tantos microfones, câmeras e flashes ao redor que o ar quase faltava. Sem perceberem elas se separaram, e que diferença fazia já que elas nem se conheciam.

Juleka: Foi muito tenso.- Comentou passando a mão pelo cabelo todo molhado de suor.- Daquelas coisas bem típico de novela, que a gente acha que nunca vai acontecer na vida real.

Alya: Foi bem sinistro, bem que a minha irmã me avisou, é sexta-feira treze.- Sua respiração ofegante se misturava com as palavras.

Mylène: Tava tudo indo normal, até... Bem, vocês sabem.- Ela respirou fundo e sorriu apesar de toda preocupação.- Sei lá, acho que foi destino.

Alix: Corri, corri muito, caí na escada e ralou um pouco a perna, mas eu precisava ajudar.- Com o gelo em seu joelho sendo segurado por uma de suas mãos.

Rose: Teve uma hora que eu quase desmaiei, mas me controlei, a garota precisava de toda ajuda, e se eu desmaiasse alguém ia ter que me socorrer.- Riu nervosa, não tinha muito o que fazer.

Marinette: Eu nunca imaginei que seria tão doloroso, muito menos que aconteceria assim.- Essa foi a única frase dita pela jovem antes das portas da ambulância fecharem, e a voz de cansaço era evidente visto a situação que passara.

Essas seis garotas não se conheciam, então o que explica eles estarem juntas e todas terem presenciado a mesma situação? Para explicar é preciso voltar alguma horas.

Primeria parada - O Le Caveau de la Huchette.

Le Caveu de la Huchette é um clube de jazz no Quartier Latin de Paris. O edifício é do século XVI, mas se tornou um clube de jazz em 1949, e continua fazendo sucesso até os dias atuais. E lá encontramos Juleka Couffaine Stone, a última a sair - como sempre - de qualquer balada.

Já passavam das 6 horas da manhã, e Juleka se encontrava sentada em um dos bancos vermelhos de couro do estabelecimento com uma garrafa de água cheia de vodka, que escondia na mochila. Adorava ouvir o som do jazz em ambientes amplos, principalmente em baladas, onde só entrava com a sua identidade falsa. Tinha 17 anos, mas para qualquer pessoa que mostrasse a identidade ela era Jamille Fay, uma jovem com 22 anos.

Assim que bebeu o último gole da garrafa um rapaz apareceu a sua frente com os braços cruzados, e uma cara que expressava irritação. Aqueles olhos castanhos escuros Juleka conhecia bem, então nem precisava reparar no cabelo moreno com um topete sharp em loiro.

Juleka: Como é que você entrou aqui? Já sei como foi, Kai Renouard.- A jovem prestava atenção nos olhos do rapaz que piscavam lentamente.- Que foi? Você sabe que eu sempre acabo aqui.- O rapaz respirou fundo e não se mexeu.- Se você só veio aqui ficar me olhando podia ter entrado no meu Instagram. Qual é? Cadê o grande atleta que não aceita desaforo de ninguém?

Kim: Essa vai ser a última vez que você eu vou atender você no meio na noite, essa vai ser a última vez que eu vou rodar Paris inteira atrás de você, Juleka.- Sem ela esperar o rapaz a pôs no ombro a levando embora do estabelecimento indo em direção ao carro.- Tem água no porta luvas, toma um pouco aí e um balde nos pés do banco pra vômito.

Juleka: Qual é, Kim, só passei um pouco da conta, e você age como se você nunca tivesse feito isso.- Assim que o rapaz entrou no carro, ajudou a amiga a colocar o cinto de segurança.- Escuta aqui, eu nem tô tão mal assim...

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