Capítulo 2

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Suzanna não gostou nada do falastrão que acompanhava o Sr. Greenwood. Não que ela gostasse de alguém que o acompanhasse. Aquele homem não passava de um bon vivant que acreditava que todos os seus desejos deviam ser realizados, e isso, infelizmente foi passado para seu filho mais novo. Já sobre o acompanhante, aparentemente, Lídia não gostara muito dele também.

— Sabe Suzzie aquele homem não me pareceu estranho, tive a sensação de que já o vi em algum lugar, — disse Lídia com um ar pensativo.

— Ele tem uma fisionomia comum Sra. Greenwood, — Suzanna respondeu com a voz calma.

— Talvez seja isso mesmo, mas que seja. Elizabeth querida, avise seu irmão sobre a festa no sábado em nossa casa, — avisou Lídia seguindo em direção ao elevador.

— Claro mamãe. — Elizabeth respondeu secamente.

Suzanna percebeu o tom de Elizabeth. A mulher parecia uma máquina e por várias vezes Suzanna se perguntava o que poderia ter acontecido para que ela fosse tão fria.

— Certo. Bem, vamos Suzzie. — Lídia se virou para a filha novamente. — Espero ver você e Diana no sábado. Preciso fazer minhas unhas agora.

As portas do elevador se abriram e Lídia e Suzanna entraram. Assim que as portas se fecharam Suzanna percebeu uma leve movimentação nas câmeras interna.

— Sabe Suzanna não estou com um bom pressentimento sobre aquele rapaz. Ele é bem mais novo que meu Edward. O que ele está aprontando dessa vez?

— Sra. Greenwood não se preocupe, provavelmente não passa de uma questão de negócios, a senhora sempre menciona o quanto o Sr. Edward é bom em adquirir novos investidores para a sua empresa.

Suzanna percebeu o leve aceno de concordância da idosa. E por um instante, percebeu o peso dos anos sobre ela. Lídia sempre se mostrava forte como um touro, mas sempre estava preocupada com a prole, principalmente o filho mais novo.

— Tomara que esteja certa dessa vez Suzie. Michael mandou alguma notícia?

Michael era neto de Lídia e responsável pela parte comercial na filial de Chicago. Era lindo como um Deus grego e um completo mulherengo além de ser amante de aventuras radicais nas horas vagas. Mas, isso não impedia sua avó de amá-lo sem medidas.

— Nenhuma que seja importante Sra. Greenwood, mas o Sr. Michael confirmou presença na festa de sábado.

Suzanna suspirou ao pensar que precisaria ver Michael em breve. O ato não passou despercebido por Lídia.

— Sabe minha querida, acredito que você e Michael formariam um par excelente, quem sabe você consegue colocar aquele menino na linha? Seria maravilhoso tê-la como neta.

Suzanna não respondeu, pois assim que abriu a boca as portas do elevador se abriram e chegaram à recepção. Lídia atravessou o salão, desejou um bom dia frio para sua neta mais nova, entrou no carro estacionado em frente ao prédio e foram para o salão favorito de Lídia.

Quando o turno de Suzanna acabou seu celular emitiu um alerta de uma nova notificação. Porém um carro azul escuro esportivo parou à sua frente e o vidro do lado do carona abaixou. Lá dentro um rapaz com cerca de 20 e poucos anos se debruçou sobre o banco do carona e abriu-lhe um sorriso estonteante. Os cabelos castanhos claros com um corte impecável e os olhos verdes brilhavam sedutoramente: Michael.

— E aí, docinho, vai aceitar dar uma voltinha na minha máquina hoje?

— Sr. Michael, por favor, você não deveria estar em Chicago? E pare de me perseguir, já te disse que não quero nada com você. Além de que trabalho para a sua avó e...

— Qual é docinho, vim mais cedo para a festa e deixa aquela velhota pra lá. Posso te dar muito mais emoção do que ela em toda essa vida estática dela, e pare com essa formalidade de senhor pra cá, senhor pra lá. Pode me chamar de Michael. É bem mais fácil de gritar quando te fizer alcançar o prazer.

— Por favor, pare com isso. Não estou interessada em nada que possa vir do senhor.

— Tudo bem docinho, mas saiba que estarei esperando para te ver ajoelhada aos meus pés... Estou fazendo um favor pra você. Afinal quem se compadeceria de uma coisinha como você?

O carro esportivo arrancou e Suzanna se encaminhou para seu carro estacionado. Depois de entrar, abriu o celular e deu um pequeno sorriso.

— Finalmente!

Um Passo Atrás de Você (Conto 1 - Série Secrets)Onde histórias criam vida. Descubra agora