Capítulo 11

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— Não pensei que seguiria com o planejado — Sebastian disse ao caminhar para Elizabeth, tirando o paletó do smoking no caminho, suas mãos puxando a gravata e a jogando no chão ao parar na frente da poltrona.

Ele pôs as mãos dos dois lados de Elizabeth, seus braços a prendendo na cadeira.

— Eu não minto — ela rebateu, sem parecer se abalar com a proximidade. Mas o ardor em seus olhos claros queimavam como incêndio, e em um gesto ágil, Sebastian tirou a taça de vinho da mão da mulher e molhou os dedos na bebida, levando-os aos lábios de Elizabeth, que arregalou os olhos, surpresa.

— Despertarei todos os seus sentidos — ele ronronou, molhando os lábios dela com o vinho até eles se abrirem e permitirem a sua entrada. — Chupe, Elizabeth.

Incrivelmente, ela obedeceu ao fechar os lábios carnudos ao redor dos dedos de Sebastian e os chupar, seus olhos claros presos nos de Sebastian. Cada chupada o fazia endurecer ainda mais.

— Chega — ele disse em um tom baixo e alarmante, segundos antes de puxar os dedos da boca de Elizabeth e devorar a sua boca.

Ela gemeu, empurrando sua língua contra a dele, o gosto do vinho estimulando os sentidos de Sebastian. Ele segurou um dos seios de Elizabeth, enquanto a outra mão descia pelo seu corpo, parando por um momento em sua barriga antes de continuar seu caminho e empurrar a calcinha de renda preta para o lado e tocá-la. Sentiu a umidade em sua vagina.

— Eu nem ao menos a toquei direito, querida.

Sebastian empurrou seu dedo médio dentro dela, o polegar acariciando o clitóris.

Elizabeth o empurrou para baixo até deixá-lo de joelhos, seu desejo claro em sua expressão ofegante.

Ela estava quase chegando lá.

— Como quiser — Sebastian disse, puxando a calcinha dela para baixo e...

Com um estampido surdo o local foi levado à escuridão.

***

O que era para ter sido um dos maiores eventos do ano se tornou um dos piores em questão de segundos. Em um momento Suzanna estava sendo perseguida por Michael que a tinha visto circulando pelo lugar, e no outro se encontrava tateando o salão escuro tentando fugir dele. Sabia que não deveria ter ido àquele baile.

— Saiam da frente! — um grito estridente cortou o ar, os convidados detidos pela polícia no salão empurravam-se para os lados a fim de abrir caminho para a mulher desgrenhada, que ela percebeu ser Elizabeth.

Suzanna, por sorte, estava perto o suficiente do chefe do departamento de polícia para ouvir o grunhido de Elizabeth dirigido a ele.

— Ninguém sai até darem seus depoimentos. Quero o ladrão atrás das grades antes do fim da noite.

Oh! Então algo havia sido roubado, afinal... De qualquer modo, Suzanna não apreciava muito estar presa como um peixe em uma rede.

Michael passou o braço pelos ombros de Suzanna e ela apenas revirou os olhos. Ele a encontrara novamente.

— Está com medo de me empurrar e ser presa? — ele perguntou, o riso contido em sua voz.

Havia dois jeitos em Michael: um, ele bebia e virava um embuste; dois, ele bebia e ficava simpático, de um modo surpreendente. Hoje era um dia de sorte, pois ele estava no modo dois.

— O que? Claro que não, você é tão idiota quanto dizem. — E a melhor parte era que não precisava agir formalmente com o Michael bêbado, uma vez que ele não se lembraria de nada no dia seguinte.

— Meu pai foi preso — ele sussurrou de repente, fazendo o queixo de Suzanna cair.

Outra coisa que o Michael bêbado fazia era dizer coisas realmente reveladoras e tão chocantes que pareciam ser mentira.

— Você tem mais álcool que sangue no corpo — ela resmungou, e ao perceber que ele não sorria, tornou sua expressão séria. — Como?

— Ele importuna a Diana diariamente. Ele merece.

— Você não parece triste — ela observou.

Michael gargalhou, atraindo a atenção de um policial que falava com um casal próximo deles.

— Vou ficar com as ações dele. Por que estaria triste?

— Talvez por ele ser seu pai?

— Ainda não caiu a ficha do quão bosta eu sou? Para vovó e Elizabeth sim.

Suzanna suspirou.

— Não supus que fosse tanto, mas parece que me enganei.

O policial que os olhava veio na direção de Michael e Suzanna, seus ombros tensos indicando desconfiança.

— Você é Michael Greenwood, não é? — o policial perguntou, erguendo a sobrancelha em uma óbvia desaprovação.

— A seu dispor — Michael diz, tentando fazer um floreio e falhando miseravelmente.

— E você é...?

— Suzanna Wright.

— Tudo bem, Srta. Wright. Que horas o Sr. Greenwood a trouxe para o local?

— Perdão?

— Suponho que sua empresa tenha um honorário de...

— Está deduzindo que sou uma acompanhante?! — ela exclamou, seu rosto queimando de raiva.

— Deduzi errado, senhorita?

Àquela altura, não se importava que o homem fosse a porra de um policial.

— Se acertasse pediria uma noite? Quer ver os meus valores, tira? Dependendo do que deseja, o valor é diferente — sibilou.

— Deseja ser presa neste momento, garota?

— Gostaria de vê-lo tentar.

O desafio brilhava nos olhos de Suzanna.

— Docinho, não seja tão maldosa — Michael interveio, puxando-a mais para perto dele em um aviso sutil para que calasse a boca.

O policial torceu os lábios em repulsa.

— Onde estavam na hora do roubo?

— No salão — os dois responderam em uníssono.

O policial estreitou os olhos, achando graça.

— Ouvi muitas pessoas dizerem que não viram vocês no salão por um longo tempo.

Oh, não. Esse homem havia aparecido em sua vida para ferrar com ela.

— O que um belo herdeiro faz em um lugar isolado com a cuidadora da avó dele? Suponho que não seja lhe ensinar a como fazer a Sra. Greenwood dormir — Suzanna rebateu.

Sentiu Michael tenso ao seu lado.

— Você confirma, Sr. Greenwood?

Com o breve instante de hesitação por parte de Michael, Suzanna temeu que ele negasse a história.

— Sim, eu confirmo — respondeu com um dar de ombros.

O interrogatório prosseguiu pelo que pareceram minutos intermináveis antes do policial finalmente sumir de suas vistas e a pergunta finalmente vir.

— Por que você mentiu? — Michael perguntou, parecendo mais sóbrio que antes.

Os olhos de Suzanna tremeram.

— Eu sou uma mulher estrangeira e pobre trabalhando para uma família rica. Quem você pensa que será o primeiro suspeito? Eu ou você?

Michael cerrou o maxilar, desviando os olhos.

Suzanna se desvencilhou do braço dele, dando passos calculados para trás.

— Foi o que pensei.

Um Passo Atrás de Você (Conto 1 - Série Secrets)Onde histórias criam vida. Descubra agora