John pov
Já passava do horário de almoço e eu ainda não tinha comido nada, eu estava em uma praça, com o meu disfarce, pensando no que eu faria depois de voltar de Paris... Vou ter que me separar da Cyn.
Eu não sei mas eu sinto um arrependimento momentâneo, não porque eu não quero ficar com a Anna, mas porque o processo de separação vai ser complicado e essa era a última coisa que eu queria agora.
Chamar a atenção da imprensa... Deve ter um jeito de fazer isso tudo no sigilo, vou perguntar para o Brian.
O relógio já apontava 14:15.
Eu estava morrendo de fome, mas o almoço vai ficar para depois, porque teria que ir para a casa do Paul já que não posso voltar para minha casa.
Andava até o carro onde o motorista me esperava, ele estava sem paciência, já que eu havia o deixado lá por mais de 2 horas.
Ao longe eu via a cara emburrada dele.
-John?- alguém me chama.
Me viro para ver quem é, me deparo com a Ann e Carter.
-Anna, Oque fez aqui?- pergunto feliz em vê-la.-Espera antes de tudo, como me reconheceu?
-eu conheço os seus óculos.- ela ri e me abraça.- it's everything ok? Você parece um pouco confuso.
-Está bem eu acho, e com você? I've missed you.- beijo sua bochecha.
-well it's everything wonderful.- ela abre um sorriso grande.
Percebi em sua fala e andar que estava meio bêbada.
-hey John.- Carter me cumprimentou de longe.
-Hey.-O cumprimento da maneira mais respeitosa que eu posso, eu não gosto dele.- Ann, você está bêbada?
-Eu bebi um pouco, mas não acho que esteja bêbada.- ela fala. Isso me tranquilizou um pouco, sair bêbada pelas ruas de Londres não é seguro.
-ótimo... I need to talk to you.-pego em suas mãos.
-Ok, pode falar.- ela presta atenção em meu rosto.
-na verdade é algo um pouco sério, vem vamos para o carro.- pego em sua mão e começo a guiá-la até o veículo.
-mas e o Carter?- ela pergunta.
-vocês se encontram depois.-reviro os olhos.
-Carter, me encontra no hotel do August daqui 1 hora.- ela fala com ele que nos acompanhava.
-vai me deixar aqui sozinho?- ele pergunta dando uma risada sarcástica.
-deixa ele ir com a gente John.-Ela pede.
-I'm sorry but, the car is too tiny for three.-falo e faço uma careta.
-But this is a DKW!- Ele não errou, o carro era um DKW, um veículo normalmente usado por famílias, por ser espaçoso.
-yeah I know.-bato a porta em sua cara.-Drive!
Anna abre a janela do carro que já está em movimento.
-Me encontra no hotel em 1 hora!- ela grita e acena para ele.Anna pov
-para onde vamos?- pergunto, já que ele apenas me colocou no carro sem falar nada.
-não sei, para onde quer ir?-ele parecia perdido, sei lá, ele não é assim.
-quer ir para o minha casa?- pergunto.
-yeah that seems nice.-concordou.
Os olhos dele estavam levemente vermelhos e suas bochechas também, pelo oque eu sei ele nunca usou maconha... até agora não.
-John seus olhos estão vermelhos, você usou maconha?- perguntei preocupada e triste por ele não ter me contado e nem mesmo me chamado para experimentar com ele.
Ele me olha espantado com a pergunta, como se eu tivesse o xingado ou algo do tipo. Então constatei: ele estava chorando, mas porque?
-você acha que eu sou um viciado? Não uso esse tipo de drogas.- ele fala se sentindo insultado.
-I'm sorry, I didn't mean to offend you.- falo com um tom mais calmo.- É que suas bochechas estão vermelhas e seus olhos... eu pensei que.- ele corta minha fala.
-não, eu não fumei maconha.- ele da um sorriso de lado.
-para aonde vamos senhor Lennon?- o motorista pergunta.
John olha para mim e eu falo o endereço do hotel.Confesso que eu estava com um pouco de vergonha do que ele acharia de onde eu morava... Por mais que seja um hotel charmoso, John agora está acostumado com luxo e coisas do tipo.
O motorista estaciona bem em frente ao local.
-chegamos.- o homem fala.
Nós descemos do veículo. John ainda estava com o seu disfarce, meio ruim pra falar a verdade, um casaco grande, óculos de grau comum e uma boina não são bem disfarces.
-August está aí?- ele pergunta arrumando os seus óculos.
-ahm, provavelmente sim.
-cool, I like him.
Estávamos passos antes de chegar até a porta. O nervosismo cresceu e eu precisa avisar que era um lugar simples.
-ei John, entes de você entrar... Não é um hotel chique como os que você costuma ir, então por favor não é pra julgar as coisas ok?- falei rapidamente.
-Ann, você acha mesmo que eu me importo com isso?- ele ri.
-não sei, talvez.
-claro que não sua boba.- ele me abraça de lado e finalmente adentramos no hotel.
Eu tiro o meu casaco e penduro no cabideiro, John faz o mesmo.
-Aug, I'm here!- grito como sempre faço.
-hey Ann como foi a reunião.- ele descia as escadas. Parece que ele ainda não percebeu que John está aqui.
-ah nada mal.- minto.
Aug olha confuso para John que ainda estava de óculos e boina, até que ele finalmente percebe que é ele.
-John Lennon!- ele fala surpreso e animado.- você aqui no meu hotel.
-hey August, how are you?- John estende a mão para o Aug.
-I'm good, good! And you?- Ele estava encantado assim como da primeira vez que eles se viram.
-já tive dias melhores.
Eu tiro a boina do John e penduro junto aos casacos.
-you guys want some tea?
-yes, I'd love some.- John responde, já estava a vontade no local, tanto que foi até a cozinha pegar chá junto ao Aug.
Sentamos todos na mesa para tomarmos chá juntos, mas parece que a atenção ia toda para o August. Era como se eu não estivesse na sala, eles conversavam super entusiasmados, sobre Elvis, Chuck Berry e Bobby Dylan.
Eu tentava entrar na conversa mas parecia que só existiam os dois no mundo.
Não eu não estava com ciúmes, na verdade eu estava super feliz por ver os dois se dando tão bem.
-O chá estava delicioso.- John fala como se estivesse finalmente dando um ponto final na longa conversa.
-receita da minha avó.- Aug sorri.
-me mostra o seu quarto?- John pede para mim.
-claro!- levanto entusiasmada por ter sua atenção de novo.-Já voltamos Aug.
Pego na mão do John e o guio pela escada. Ele parecia animado por estar indo conhecer o meu cantinho.
-Bloody hell this is John Lennon!- a velinha que estava hospedada lá arregala os olhos.
-No, I'm Eric.- Ele acena para a velinha, eu só pude rir.
Continuei a guia-lo pelos corredores beges e mal iluminados.
-Aqui está.- falo assim que chegamos na porta. Pego minha chave e com dificuldade a abro.
Ele ansioso como sempre entra rapidamente em meu quarto.
-it's smaller than I thought.
-hey No judging!
-ok ok I'm sorry.
Ele olhava cada detalhe do lugar, encostava em todas as coisas e cheirava todas as roupas jogadas que encontrava.
-Gostei daqui.- ele fala se jogando na cama.
-sério?
-sério, é arejado e tem o seu cheiro.- estava retirando os seus sapatos.
Eu me junto a ele na cama, me deito ao seu lado e me agarro ao seu corpo.
- e qual é o meu cheiro?- pergunto rindo.
-cheiro de Anna.- ele olha para mim e sorri.
-oque queria conversar mesmo?-mudo de assunto, enquanto mexo em seu cabelo.
-She knows.- joga as palavras no ar.
-who knows what?-pergunto confusa.
-Cyn, she knows about us.- ele agora fala em um tom mais sério.
-oh...-Eu ainda tentava assimilar oque tinha acabado de escutar.
De novo a ansiedade vem, os joelhos começam a tremer e meu estômago revira. Mas eu tinha que manter a calma, isso é mais difícil para ele do que para mim.
-Ela viu o jornal?-pergunto.
-Como você sabe do jornal?
-Todo mundo sabe.
-É acho que sim.
Ele se levanta e anda de um lado para o outro pelo quarto, até se deitar no chão.
-Nós meio que nos separamos.- ele fala como se não sentisse nada. Mas eu sei que ele sente.
-E você está bem com isso?- me deito ao seu lado, tentando fazer seus sentimentos saírem.
Ele ainda hesitava.
-you can talk to me.- faço carinho em suas bochechas.
-I think I'm sad because she's sad. Mas ao mesmo tempo me senti bem por ter tirado esse peso das minhas costas, não gosto de mentir. - ele faz uma pausa.-Cyn estava tão triste e vazia mas não estava surpresa, isso fez eu me sentir um bosta... É como se ela já esperasse isso de mim.
-porque?
-Acho que é porque ela sempre soube que você sempre foi a número um. Eu só fico triste de magoá-la, mas ao mesmo tempo me sinto bem de finalmente poder ficar com você, só você.
Eu não sabia se ficava feliz ou triste, feliz por finalmente ter ele só para mim e não precisar esconder, mas triste por separar uma família.
-e você está bem?- pergunto, não sabendo ao certo oque eu queria ouvir.
-yeah I guess... É engraçado como as coisas mudam rápido.Ele faz uma pausa e então começa a chorar. Um choro silencioso e envergonhado, com as duas mãos cobrindo o rosto e pequenos suspiros. Ele estava vulnerável, havia derrubado o muro de sarcasmo que ele usava para se proteger do mundo, ele se abriu para mim. Eu o abraço o mais forte possível, na tentativa de acalmar.
-I'm sorry.- ele se lamenta.
-for what? Você não fez nada.
-for everything.- ele coloca o rosto contra meu pescoço.
-não precisa se desculpar por nada.
Ficamos abraçados por um tempo até ele se acalmar.
Eu queria conversar com ele sobre Julian e em como eu queria que ele fosse um pai presente para o menino... Mas acho que agora não é uma boa hora.
-O divórcio vai ser complicado mas eu vou estar aqui com você.- beijo a pontinha do seu nariz.- Eu não entendo nada de divórcio, eu tenho 16 anos! Sixteen!- começo a rir para descontrair.
-you should be in school!- ele não se contém e solta um leve sorriso.
-yeah I know.
-Eu tenho idade para ser seu pai!- ele fala irônico.
-oh shut up!- bato em seu braço.
-hey I'm kidding.- ele se protegia. Como eu amava ver ele rir, fico feliz dele estar rindo em um momento tão tenso em sua vida, não gosto de ver ele triste.
Ele me abraça e me dá um selinho demorado.
-quer descansar um pouco? Você parece exausto.
-como eu queria poder descansar, meu voo parte para Paris em 2 horas.- quando ele disse isso eu já comecei a sentir saudades, por que ele tem que viajar tanto?
-Ah não, fica por favor!- eu o agarro com uma certa possessão.
-I can't, estamos gravando um novo álbum.
-Oh that seems important.
-você sabe o nome do álbum?- ele pergunta.
-como eu vou saber o nome do álbum?- eu solto uma risada nasal.
-ué você veio do futuro, sabe tudo oque vai acontecer.- ele mexia na mecha loira do meu cabelo.
-sim eu sei... Mas ué você não sabe o nome do seu próprio álbum?
-não, ainda não escolhemos um nome, mas vamos ter que escolher nessa semana.
-estou ansiosa para saber qual vai ser esse nome.- falo brincalhona.
-shut up you already know.- ele deu um sorriso de lado.-Você poderia ir para Paris com a gente.
Eu queria tanto mas tanto poder ir para Paris com ele, mas eu tenho que ficar aqui para tentar arrumar um emprego... Não quero ser uma desempregada e deixar John preocupado, não quero que ele me sustente e tenha pena de mim por eu não ter um emprego. Então eu preciso arrumar um emprego antes de qualquer coisa.
-I would love to, but I can't.
-why??-ele bufa.
-y'know, work and stuff.
-stuff? You mean Carter right?- ele fala com ciúmes, eu não consigo acreditar que ele ainda pensa nisso!
-John Eu não tenho nada com o Carter. Ele é meu agente, a-g-e-n-t-e.- Falo pausadamente.
-ok ok I'm sorry, I just don't like him.- revira os olhos.
-não precisa ter ciúmes, você é o único para mim.- falo com um tom de provocação, ele odeia quando eu digo que ele sente ciúmes.
-I'm not jealous, I just don't like him.
Ficamos em um silêncio envergonhado. Até eu subir em seu colo e dar um beijo demorado em seus lábios.-temos 1 hora oque quer fazer?- Pergunto. Meu Deus que déjà vu que eu tive agora.
-I wanna eat, I'm starving!- ele põe a mão sobre a barriga.-And we can fuck later.- ele aperta minha bunda.
-uh abusado você né. No.- mas é claro que é uma grande mentira, eu nunca recusaria. Só falei isso para provocar ele.
-mas eu estou triste, você deveria me deixar feliz.- ele faz uma voz de bebê.
-Poor baby!- o trato como o grande bebê que ele é.- I'm kidding, I'll do whatever you want me to do.-falo na beira do seu ouvido.
Me levanto rápido de seu colo para poder tirar o meu sapato, afinal para que ficar de sapato se não vamos sair do hotel.
-Let's eat!
Um ponto para mim, eu havia deixado ele feliz. Tomara que permaneça assim.
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Here today - John Lennon
Fiksi PenggemarAnna voltou para o futuro contra a sua vontade e vai ter que aprender a lidar com a dor que isso a causou. Confusão, tristeza e um vazio toma conta dela, mesmo tentando de várias maneiras mandar esses sentimentos embora, ela sabe que só encontrará...