The dream that became real

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JAEBEOM

Outro sonho sem enxergar seus olhos.

O que, primeiramente, eu achei que seria uma exceção, provavelmente se tornou a regra. Não poderia ser apenas o acaso o culpado de me impossibilitar enxergá-lo duas vezes seguidas, com certeza existia algum propósito, alguma explicação por trás desta confusão toda. Eu só precisava descobrir o que era.

Ao despertar completamente, tentei colocar os pensamentos em ordem e repassar calmamente todos os principais acontecimentos do dia anterior. Amanheci doente e cansado, fiz um escândalo digno de novela de horário nobre, recebi mensagens de Jinyoung logo depois e desmaiei de fraqueza em minha cama. Tenho apenas flashes de memória depois disso, lembro vagamente de minha mãe ao lado da cama cuidando de mim e tentando me alimentar. Ela pediu inúmeras vezes para irmos ao médico, pois minha febre não ia embora de jeito nenhum e a única palavra que eu tinha forças para responder era "não". Eu sabia que era emocional, baixei completamente a minha guarda e me deixei ser tomado por uma avalanche de sentimentos que eu vinha reprimindo por muitos e muitos anos. Não há saúde que aguente tudo isso.

Apesar da preocupação em relação às mudanças nos meus sonhos, acordei bem melhor e bem mais disposto, ainda mais depois que lembrei da minha "descoberta" sobre o curso que o possível garoto dos meus sonhos fazia e que Jinyoung provavelmente era colega de classe dele. Não me demorei a pegar meu celular e verificar as mensagens para ter certeza de que não foi um delírio meu e em seguida responder Jinyoung.

"Ei, me desculpa a demora. podemos nos ver hoje no café em frente ao nosso campus?"

Não se passaram nem dois minutos quando obtive uma mensagem dele como resposta.

"Claro. Estarei lá daqui a 30 minutos."

Não esperava que ele me respondesse tão rápido, muito menos que marcaria de me ver no mesmo dia, mas eu e minha ansiedade agradecemos por esta atitude que ele havia tomado. Se ele demorasse, eu provavelmente arrancaria todos os fios do meu cabelo e terminaria de roer todas as minhas unhas da mão.

Me arrumei o mais rápido que pude e saí apressado, como sempre, de casa. Fui o caminho inteiro pensando em algum jeito de tocar no assunto que eu queria sem parecer um maluco ou um stalker, tinha que inventar alguma desculpa razoavelmente aceitável, mas eu precisava perguntar o nome daquele garoto e conseguir, pelo menos, o número do seu telefone ou até mesmo o seu endereço. Decidi que não passaria nem mais um dia sem saber sobre ele e sem descobrir se ele também sabia da minha existência.

No meio da confusão de pensamentos que se encontrava a minha mente, consegui pensar no passado e em Jinyoung. Não posso negar que sinto uma certa pena dele, pois sempre tentou se aproximar de mim e tentar ser meu amigo quando todo o resto do colégio me achava um estranho ou um metido por não falar mais que o necessário com ninguém. Eu juro que não fazia por mal, mas sempre dava um jeito de afastar Jinyoung, não me achava digno de ser amigo de ninguém, na verdade, até hoje, não me acho digno, e é por isso que me senti culpado por tentar me aproximar dele apenas para conseguir uma informação. Fiz uma promessa para mim mesmo de me esforçar ao máximo para criar laços e ser verdadeiramente um amigo para Park Jinyoung.

Consegui chegar no horário certo no local que foi combinado. Por mais estranho que possa parecer, a nossa conversa fluiu da maneira mais natural possível. Jinyoung era bom em se expressar e suas histórias eram interessantes, então não houveram momentos nos quais o silêncio constrangedor reinou. Conversamos por mais ou menos 40 minutos sobre coisas bobas até que eu finalmente tomei coragem para perguntar o que eu tanto queria saber.

— Jinyoung… Então… Tem algo que preciso te perguntar. — Eu disse pausadamente, pois estava morrendo de vergonha.

— Pode perguntar, beom. O que houve?  — Ele me respondeu após entortar o pescoço e me encarar como se eu fosse um louco.

MORPHEUS: between life and dream farawayOnde histórias criam vida. Descubra agora