With love

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YOUNGJAE

Quando me dei conta que todas as minhas noites eram dedicadas para viver a vida de outra pessoa eu não soube exatamente o que pensar, ainda sim eu ficava na dúvida de ser uma sabotagem da minha mente querendo me dizer que eu estava enlouquecendo. O dia em que me vi tão dependente de alguém indefinido eu também não soube o que pensar, digo, depender dos meus sonhos para dar um sorriso todas as manhãs para as mínimas coisas independente se dentro de minha casa não acontecia o mínimo. Para falar a verdade, tudo relacionado ao Jaebeom me deixava fora de ordem, eu nunca soube organizar meus pensamentos muito bem se ele estivesse envolvido. Sempre tive essa teoria de que o garoto dos meus sonhos me bagunçava por inteiro, pelo menos até eu conhecê-lo pessoalmente. Diferente do que eu pensava, Jaebeom pacientemente entrou dentro da minha vida e a fez diferente, hoje eu já não me vejo mais acordando com meu celular vazio da notificação de sua mensagem, me vejo sendo um quarto bagunçado mas onde eu sei exatamente onde tudo está.

A semana estava iniciando novamente, 1 semana após eu ouvir a voz de Jaebeom na entrada do auditório da faculdade. O dia em que passamos juntos foi inteiramente maravilhoso, desconsiderando o fato de não ter sonhado com o mesmo, até a noite havia sido boa. Naquele dia eu havia juntado coragem e deixado toda a vergonha de lado para pedir à ele para que fôssemos a faculdade juntos, nós dois sabíamos que meu pedido não era apenas no dia seguinte e era isso que fazia minha timidez gritar: nós dois sabíamos. Eu tive essa vontade desde que ele me deixou em frente a minha avó, é inevitável  não querer que ele acompanhe cada passo meu. Ele, como o garoto perfeito que é, deixou nítido que toda a minha vergonha para fazer o pedido era bobeira.

"Eu passo aqui para irmos juntos, tudo bem? Eu faria isso de qualquer forma."

E sorriu. 

E eu estava me perguntando novamente: como não se apaixonar?

Pedir à Jaebeom para que fôssemos a faculdade juntos podia não ser grande coisa pra alguém, mas se esse alguém tiver problemas do tipo timidez extrema quando o assunto é a pessoa por quem é apaixonado ele com certeza me entenderia. Eu estava passando por todos os sintomas de adolescente apaixonado pelo seu primeiro amor, a única diferença é que eu não era mais um adolescente. Eu podia denominar Jaebeom como meu primeiro amor, claro que já apareceu na minha vida aquelas pessoas que me atraia, mas nada se comparava ao que eu sentia pelo garoto dos meus sonhos. Enfim, estou apaixonado e isso se concretiza todos os dias quando eu abro a porta e vejo Jaebeom sorrindo pra mim e me desejando bom dia. 

No outro dia em que fizemos a rota até a universidade juntos ele percebeu que tinha alguma coisa errada mesmo eu repetindo os exatos passos dos dias anteriores, eu tinha dormido mal por conta de meu pai. Era nítida a ira de Jaebeom ao me ouvir contando e ele me prometeu que estava prestes a acabar, que tudo ficaria bem. Eu confiei por que era ele quem estava dizendo e de alguma forma meu corpo cedeu ao meu comando e relaxou diante a sua promessa. No segundo dia em que Jaebeom percebeu que havia acontecido de novo tivemos um novo momento, eu estava de cabeça quente e fui totalmente grosso com o garoto ao explodir dizendo que não tinha nada a se fazer e que eu estava destinado a isso o resto da minha vida, meu momento de nervosismo me fez falar que todos eram incapazes de ajudar. Beom ficou quieto e apenas me levou até o banheiro da faculdade, nos trancou na última cabine e falou calmamente tudo o que ele queria colocar na minha cabeça de uma vez por todas, eu ouvi todas as suas palavras, pedi desculpas e aceitei minha fúria passageira. Depois daquele dia, quando tornou acontecer, eu repetia sucessivamente pra mim mesmo que tudo ficaria bem e que eu tinha alguém pra me ajudar.

Eu passei isso para minha mãe, todos os dias eu lhe falava que iria ficar tudo bem, que o sofrimento não ia demorar pra acabar por que eu sentia isso e queria que ela sentisse também. Desde que a mesma percebeu que eu tinha companhia todas as manhãs não tem um dia que ela não pergunte como Jaebeom está e quando vai conhecê-lo, eu obviamente fujo de todo tipo de conversa do tipo porque todo mundo sabe – até quem nunca passou –o quão constrangedor é uma conversa sobre relacionamentos quando se tem uma mãe sem papa na língua e superprotetora. Levar Jaebeom para ela conhecer estava fora dos meus planos, o medo de soar como se estivesse botando seriedade no que ainda não tínhamos era maior.

MORPHEUS: between life and dream farawayOnde histórias criam vida. Descubra agora