Eu Mesma O Perguntei

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Olivia White

Aquela noite parecia mais fria ainda.

O céu aparentava estar mais escuro e o ambiente mais sombrio do que de costume.

Estava insuportável permanecer na torre da Grifinoria. A dor consumia-nos por inteiro.

Os alunos estavam agitados e não era por menos.

A professora McGonagall tentava manter o controle.

Harry encontrava-se em um estado impossível de se descrever. Eu, Mione e Ron trocávamos olhares preocupados e piedosos.

Estávamos machucados assim como o resto da Armada e Madame Pomfrey demorou o dobro do tempo normal para nos examinar assim que chegamos à escola.

Dumbledore nem havia chego ao castelo, ficara no Ministério para esclarecer os acontecimentos. Meus pais também estavam lá e ainda mais furiosos.

Minha cabeça parecia querer explodir.

Havia sangue-Meu sangue- em meu moletom de gola branco que escorria e pingava até minha calça jeans de cintura alta.

Ao olhar as manchas vermelhas, senti minhas mãos tremerem ainda mais e imagens dos acontecimentos daquele dia rodaram em minha mente.

Sirius havia sido assassinado, o feitiço lançado pela própria prima do falecido havia passado por mim de raspão.

Sirius estava morto...

Eu poderia ter morrido...

Meu Merlin! Meu Deus! Sirius estava morto!

Ele morreu sem ter sua inocência revelada.

Como Harry ficaria? Como a Ordem ficaria?

Voldemort... Tomara posse de Harry com tanta facilidade. Estávamos perdidos! Estávamos perdidos?

Iríamos morrer! Todos nós! Iriam nos matar como fizeram com Sirius.

Gostava tanto de Sirius. Nunca mais o veria... Por Grifindor, nunca mais o veríamos!

-Olie?- Ron se aproximou de mim, tirando-me de transe.

-O que foi?- O olhei sem enxerga-lo, perdida em pensamentos.

-Vai dar uma caminhada... Harry está mais calmo!

-Eu... Eu não posso. Eu... O Sirius, Ron... O Sirius... A Armada...

-Olie...- Ele segurou meus braços, atipicamente carinhoso- Vai... Você está precisando...








Comecei a vagar absorta pelos corredores escuros e frios. Meu estômago doía e sentia-me zonza.

Entrei no banheiro feminino das masmorras -nem sabia como havia chego lá- fui até a torneira e com a pedra de sabão de canela que ficava na pia, tentei limpar as manchas do meu próprio sangue nas minhas próprias roupas.

Mesmo com o pulso direito dolorido por causa de uma queda quando corria dos globos de profecias que tentava nos inundar, comecei a esfregar cada vez mais forte.

As bolhas de sabão se formavam sobre o tecido e um grito frustrado saiu de minha boca quando percebi que o sangue nunca sairia, da mesma forma como aquelas memórias ficariam impregnadas em minha mente para sempre.

-Droga!- Berrei ao lançar o sabonete contra a parede.

Um minuto se passou no total silêncio para que minha respiração se normalizasse.

Olhei meu reflexo no espelho e arfei ao ver meu rosto todo machucado.

Reuni minhas duas sobrancelhas ao ouvir algo.

A Leoa De SnapeOnde histórias criam vida. Descubra agora