quatorze

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CARINA

Não me importava sobre o Lucas ter saído e me deixado sozinha em casa. Nem com a possibilidade dele descobrir que eu saí a noite, ainda por cima com um homem. Também não me importava se eu estava errada naquela situação.

Tudo deixava de importar quando eu escutava o riso de Marcelo, que saía fácil quando eu, ou até ele mesmo, contava algo engraçado.

Não deixamos o assunto morrer por todo o caminho que fizemos até chegar a um food truck que encontramos pelas ruas de Madrid. Pedimos lanche e andamos mais um pouco, nos sentando em uma calçada qualquer para comermos.

— Você gosta de ketchup? — Pergunto mexendo na sacola e pegando alguns saquinhos.

— Sim. — Respondeu e eu entreguei para ele.

— Eu não gosto muito. — Digo, me ajeitando e olhando para ele.

— Bom que sobra mais pra mim. — Brincou e eu ri.

Ele começou a comer e eu fiquei o encarando. Me surpreende ele ainda estar solteiro.

É um cara bonito, inteligente, divertido e tem diversas outras qualidades. Com certeza muitas mulheres dão em cima dele.

— Vou ficar com vergonha se continuar me olhando. — Falou e eu pisquei algumas vezes, ficando completamente sem graça.

— Desculpa. — Peço e ele ri.

— Estou brincando. — Disse e me empurrou de leve com o ombro. — No que estava pensando? — Perguntou.

— Não era nada. — Respondo. — Do que você mais sente falta lá do Brasil? — Pergunto, dando uma mordida no meu lanche em seguida.

Observo ele pensar por um tempo.

— Família, as comidas e as praias. — Disse.

— Saudades das comidas. — Concordo. — E das praias. — Completo.

— Da família não? — Perguntou.

— Acho que não. — Murmuro e me ajeito, um pouco desconfortável com a possibilidade de ter que falar deles.

Volto a atenção para o meu lanche e ele entende que não quero falar sobre, então logo muda de assunto, fazendo perguntas bobas e me arrancando algumas risadas.

Ficamos longe por poucos dias, mas já estava sentindo saudades do tempo que passávamos juntos.

Era incrível como ele fazia eu esquecer das outras coisas e aproveitar o momento.

*
MARCELO

Paramos em frente a uma casa e Carina começou a remexer nos bolsos do casaco, pegando uma chave e brincando com ela.

— Aqui que eu moro. — Falou e olhou para a casa.

— É um casa bonita. — Afirmo e ela volta o olhar para mim, abrindo um meio sorriso.

Ficamos nos olhando por um tempo, até o silêncio e o clima começarem a ficar desconfortáveis.

— Então... — Murmurou e mexeu no cabelo. — Obrigada por hoje. — Completou.

— Eu que agradeço. Sempre bom passar um tempinho com você. — Digo e ela sorri abertamente.

— Digo o mesmo. — Falou. — Eu tenho que entrar agora. Não some de novo não, tá?

— Pode deixar. — Rio e faço continência, arrancando um riso dela.

— Boa noite, menino Marcelo. — Falou e se aproximou, deixando um beijo demorado na minha bochecha.

Se afastou e sorriu, caminhando até a porta da casa e destrancando. Acenou outra vez para mim e entrou, fechando a porta em seguida.

— Boa noite, menina Carina. — Sussurro e suspiro, colocando as mãos nos bolsos do casaco e saindo dali.

*

*
carina
De verdade, adorei hoje.
Você me fez muito bem.

Boa noite de novo. ❤️

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O que é amor? ━━ Marcelo VieiraOnde histórias criam vida. Descubra agora