trinta e oito

2K 201 114
                                    

CARINA
semanas depois

Ouço barulho na porta e olho na direção da mesma já com um sorriso no rosto, esperando Marcelo entrar, o que não demorou.

— Olá, menina Carina! — Disse ao me ver.

— Olá, menino Marcelo! — Sorrio e me ajeito no sofá, enquanto ele colocava a bolsa e a chuteira ao lado da porta, vindo até mim e me cumprimentando com um beijo na bochecha.

— Como passou o dia? — Perguntou, se sentando ao meu lado.

— Muito bem. — Respondo. — E você?

— Acho que estou morto, mas passei bem. — Disse e eu ri.

— Tenho uma novidade. — Digo animada e ele sorri por isso, esperando eu dar continuidade. — Lembra daquela entrevista que fiz na semana passada?

— Lembro.

— Fui contratada! — Falo e levanto os braços para cima, escutando a risada de Marcelo.

— Parabéns! — Disse e passou o braço por meu pescoço, me puxando para mais perto e deixando um beijo no topo da minha cabeça. — Eu disse que você iria conseguir.

— É, você disse. — Concordo, me lembrando do dia da entrevista.

Me lamentei por horas, repetindo que a entrevista havia sido horrível e que eu fiz tudo errado, enquanto Marcelo continuava dizendo que eu havia me saído bem e que daria tudo certo.

— Temos que comemorar. — Afirmou.

— Como você disse que está morto, acho que uma noite de filmes já está bom para comemorarmos. — Digo.

— Não prefere sair? Falei aquilo mas não quero atrapalhar seus planos.

— Meus planos se resumem em nós dois, uma bacia de pipoca e um monte de filme. — Falo e me levanto em um pulo. — Vamos ou não?

— Você faz a pipoca. — Falou e eu ri, indo para a cozinha.

*

Sinto Marcelo se ajeitar na cama e olho para ele, que estava atento ao filme que passava na TV. Depois de longos minutos decidindo o quarto filme a ser assistido, resolvemos colocar um de suspense.

Puxo mais um pouco da coberta para mim e também me ajeito na cama, devagar para não virar a vasilha de pipoca que estava no meio de nós dois. Dentro dela restava apenas alguns caroços de milho que não estouraram, mas ainda assim tomei cuidado para não sujar a cama de Marcelo.

Olho para o filme e faço careta ao não fazer ideia do que estava acontecendo. Volto meu olhar para Marcelo, que continuava do mesmo jeito de antes.

O cabelo estava em um black bagunçado e ele tinha uma expressão de confusão no rosto, me levando a acreditar que ele também não estava entendendo o filme. A boca formava quase um biquinho, já que ele estava mordiscando o lábio inferior.

Paro o olhar ali.

— Você não está vendo o filme. — Sussurrou e eu pisquei algumas vezes, subindo o olhar para os olhos dele, que continuavam na direção da TV.

— Eu me perdi. — Murmuro.

— Também não estou entendendo nada. — Riu e me olhou.

A luz do quarto não estava acesa, mas a luz da televisão já era o suficiente para eu conseguir observar cada detalhe do rosto dele.

— Quer mudar? — Pergunto.

— Ah, queria saber o final. — Respondeu.

— Ok. — Digo e me viro para a TV, mordendo o lábio.

Senti o olhar dele sobre mim durante os minutos seguintes, o que fez com que eu me virasse para ele novamente.

— Agora você que não está assistindo. — Sussurro e ele sorri.

— Eu me perdi. — Me imitou e eu ri.

Fui fechando o sorriso conforme ele chegava mais perto do meu rosto, misturando nossas respirações. Sua mão subiu para o meu rosto e eu encarei os olhos dele, que estavam direcionados para a minha boca.

Eu poderia jurar que meu coração pularia de dentro de mim a qualquer momento, pela rapidez com que ele começou a bater.

Marcelo fez carinho no meu rosto e eu fechei os olhos, sentindo o nariz dele encostar no meu.

— Eu posso beijar você? — Perguntou em um sussurro.

Um milhão de borboletas dançaram em meu estômago.

— Sim. — Sussurro de volta.

Sinto seus lábios roçarem nos meus e coloco minha mão na nuca dele, tentando ficar ainda mais próxima do mesmo.

Entreabro os lábios e os dele se encaixam nos meus, iniciando um beijo calmo. A língua dele pediu permissão e eu cedi, aprofundando um pouco mais o beijo.

Ele continuava com a mão em meu rosto, da maneira mais leve possível, como se tivesse medo de a qualquer momento me quebrar. Também não tinha pressa no beijo, o que era ótimo.

Quanto mais tempo eu sentisse os lábios dele nos meus, melhor.

**

**

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
O que é amor? ━━ Marcelo VieiraOnde histórias criam vida. Descubra agora