quinze

2K 166 17
                                    

MARCELO

Olho para o teto do meu quarto enquanto esperava o sono sair por completo do meu corpo, o que não iria acontecer até que eu tomasse um banho, mas eu ainda tentava.

Ouço meu celular apitar e procuro o mesmo sobre a cama, pegando e vendo uma mensagem no grupo dos caras. Ignoro e entro na conversa com Carina.

Queria mandar mensagem e perguntar se ela estava afim de fazer alguma coisa, mas também não queria causar problemas para ela caso o namorado dela visse. Do jeito que é maluco, não duvido que monitore o celular dela.

Nem havia acordado direito e já estava pensando nela.

Jogo o celular de lado novamente e bufo, passando a mão pelo rosto.

— Preciso de café. — Afirmo e me levanto, indo tomar um banho para ir até a cafeteria.

*
CARINA

Acordo com um barulho alto da porta do quarto batendo e um cheiro forte de bebida alcoólica tomando conta do cômodo.

Sinto o outro lado da cama afundar e faço careta, ainda de olhos fechados.

— Carina... — Chamou Lucas, aproximando o rosto do meu, já que senti o má hálito horrível dele.

Abro os olhos e encontro os dele me encarando, arregalados.

— Sai de cima de mim. — Peço e ele obedece, girando o corpo para o outro lado da cama. — Lucas, isso são horas de chegar em casa? — Pergunto.

Não fazia ideia de que horas eram exatamente, mas por uma fresta da janela eu sabia que já estava tudo claro.

— Não começa. — Resmungou.

Reviro os olhos e o encaro, vendo ele de olhos fechados, enquanto respirava forte. Faço cara de nojo.

— Vai tomar um banho, você está fedendo. — Falo e ele ignora. — Lucas. — Chamo e o balanço.

Ele vira de lado e puxa o cobertor para cima dele, ficando com a respiração mais pesada.

Me sento e passo a mão no rosto. Eu deveria estar parecendo uma zumbi, levando em consideração que eu não havia dormido direito, esperando por Lucas.

Levanto-me da cama e caminho até o banheiro, planejando tomar um banho demorado.

[…]

Termino de arrumar o meu cabelo e olho para a cama novamente, vendo que Lucas ainda estava dormindo.

Dou de ombros e pego a minha bolsa, saindo do quarto e não demorando para sair da casa, trancando a porta e levando a minha chave comigo.

Olho para céu e faço careta ao ver ele um pouco nublado.

— Preciso de café. — Murmuro sozinha, começando a minha caminhada até a cafeteria que eu frequentava juntamente com Marcelo.

Pego o meu celular ao me lembrar dele e penso em mandar mensagem, o convidando para um café comigo. Chego a digitar, mas logo desisto.

Eu já havia ocupado o tempo dele ontem a noite, não queria o atrapalhar novamente. Talvez ele estivesse ocupado.

Mordo o lábio e guardo o celular novamente, focando minha atenção à rua e mantendo meus passos, sem muita pressa, na direção da cafeteria.

*

Entro na cafeteria já pensando em como eu iria querer o café hoje.

Caminho direto para o balcão e apoio meu braço no mesmo, esperando alguém vir me atender. Enquanto isso, observei os acompanhamentos que eles tinham.

— Aquele é bom. — Ouço próximo ao meu pescoço e pulo de susto, virando rapidamente para trás. — Desculpa, não queria assustar você. — Sorriu Marcelo.

— Tudo bem. — Digo e sorrio abertamente em seguida. — Oi!

— Oi. — Riu. — Estava sentado ali e vi você entrando, fiquei esperando você olhar ao redor, mas você ficou meio distraída com... — Parou e olhou para atrás de mim. — Biscoitos. — Completou.

— Só estava pensando se eu deveria pedir um.

— Pede aquele. — Apontou para o mesmo de segundos atrás. — É muito bom, confia.

— Se for ruim, você que vai pagar. — Aviso e ele ri.

Viro de costas novamente e uma atendente sorri simpática para mim, perguntando o que eu iria querer.

Faço o meu pedido e volto a atenção para Marcelo, que agora estava do meu lado.

— Pensei em te mandar mensagem. — Conto e ele levanta as sobrancelhas. — Iria te convidar para um café, mas achei que estaria ocupado.

— Ah, não, hoje eu estou livre. — Falou. — E, mesmo se eu estivesse ocupado, daria um jeitinho de vir tomar café com você. — Completou e eu sorri.

— Bom, deu certo. Vamos tomar café juntos. — Rio de leve.

— Você vai fazer alguma coisa hoje? — Perguntou sério e eu pensei por um breve momento.

Era sábado, eu não tinha trabalho. Lucas iria dormir o dia inteiro e eu ficaria sozinha na sala de casa, provavelmente vendo algum filme bobo de adolescentes no colegial conhecendo o amor.

— Não, não vou. — Respondo e recebo o meu café logo em seguida.

— Podíamos fazer alguma coisa. — Falou e eu fiquei o olhando. — Eu não sei... ahn... — Tentou e em seguida fez careta.

— Eu topo. — Digo e tomo um longo gole do meu café, vendo ele sorrir como resposta.

**

O que é amor? ━━ Marcelo VieiraOnde histórias criam vida. Descubra agora