vinte e quatro

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CARINA

Tentava me convencer de que não era verdade a foto que eu estava vendo na minha frente, mas ela era bem clara: Lucas estava encostado em um muro, segurando uma mulher loira pela cintura e pela nuca, e eles estavam prestes a se beijar.

Não duvidava que Marcelo também tivesse tirado foto do momento do beijo, mas preferia não ver, mesmo já imaginando e sentindo um imenso nojo.

Limpo rápido uma lágrima solitária que rolou pelo meu rosto e entro em casa antes mesmo que Marcelo falasse mais alguma coisa. Fecho a porta e me encosto na mesma, ignorando as batidas dele.

Como eu sou idiota. Como acreditei que ele estava realmente indo encontrar os amigos quase todos os dias?

— Carina? — Chamou Marcelo, com um tom de preocupação na voz.

— Você já pode ir embora. — Falo com a voz embargada.

— Eu não quero ir embora. — Resmungou. — Abre a porta, por favor.

O ignoro e me sento ali mesmo, abraçando os meus joelhos e soltando um soluço.

— Carina, me desculpa por te mostrar isso. — Pediu. — Mas eu não iria me perdoar nunca se não te contasse. — Completou e eu continuei sem o responder. — Você é uma mulher incrível, não merece o que ele faz com você.

Uma mulher incrível.

Ouvir aquilo me dava uma leve vontade de rir. Que tipo de mulher incrível é essa que não agrada nem o próprio namorado? Uma mulher tão incrível que é facilmente deixada de lado por outra que, com certeza, é mil vezes melhor...

Se eu sou tão incrível, por que o Lucas estava fazendo aquilo?

O que eu havia feito dessa vez?

*
MARCELO

Carina não me respondia. Estava me escutando, eu sabia disso, mas tudo o que eu recebia como resposta era o choro dela, junto com alguns soluços.

Mesmo achando que fiz a coisa certa ao contar, começava a me sentir mal.

— Carina... — Chamo baixo, dando leves batidas na porta, já que ela parecia estar perto. — Deixa eu ajudar você. Por favor, abre a porta.

Espero por alguma resposta dela que, como das outras vezes, não veio.

Bufo e me afasto da porta, voltando para o meu carro e pegando um pedaço de papel e uma caneta. Anoto o meu número na folha e volto para onde eu estava anteriormente.

— Já entendi que você não quer olhar para a minha cara ou conversar sobre isso agora, mas por favor, me liga ou manda mensagem depois. — Digo e me agacho, passando o papel por debaixo da porta. — Me importo de verdade com você. — Completo baixo.

Olho para a ponta do papel que ainda mostrava do lado de fora e vejo ele ser puxado, me fazendo dar um pequeno sorriso, mesmo não sabendo se ela realmente entraria em contato.

**
oi, tava com sdd de vcs
:)

O que é amor? ━━ Marcelo VieiraOnde histórias criam vida. Descubra agora