quarenta e um

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CARINA
um mês e meio depois

Começo a escovar o cabelo, olhando atentamente para o meu reflexo no espelho. Uma música calma tocava no meu celular, e eu murmurava a letra em alguns momentos.

— Carina?! — Escuto a voz alta de Marcelo e desvio o olhar para a porta do meu quarto.

— Estou no quarto! — Grito de volta e volto o olhar para o espelho outra vez.

Não demorou até eu escutar batidas na porta.

— Pode entrar. — Digo simples, me virando na direção da porta e vendo Marcelo entrar pela mesma logo em seguida. — Você voltou cedo. — Falo.

— É, hoje foi coisa rápida. — Respondeu e caminhou até a minha cama, se sentando na ponta da mesma.

Me viro para o espelho e termino de arrumar o cabelo, começando a procurar por brincos.

— Você vai sair? — Perguntou curioso.

— Vou. — Respondo e o olho através do espelho. — Como estou de folga hoje, resolvi procurar por casas ou apartamentos que estão para alugar.

— Ah... — Murmurou e desviou o olhar do meu para algum outro lugar.

— Está tudo bem? — Pergunto e termino de colocar os acessórios, caminhando até ele e me sentando ao seu lado.

— Está. — Respondeu e deu um meio sorriso.

— Mesmo? — Insisto, não acreditando nele.

Eu sabia quando Marcelo mentia ou escondia algo de mim. Foi fácil perceber o jeito que ele agia quando fazia uma das duas coisas depois de estarmos morando juntos a meses.

— Mesmo. — Afirmou, rindo quando eu o olhei desconfiada e deixando um beijo em minha bochecha em seguida.

Não havíamos combinado nada sobre a nossa relação, mas mesmo assim íamos com calma. Eu não me sentia pronta ainda para engatar em um namoro, e ele parecia perceber, então não passávamos de beijos e algumas trocas de carinhos, quando aconteciam.

— Vou confiar em você. — Digo. — Quer ir comigo? — Pergunto e me levanto em um pulo.

— Fico te devendo. — Disse, torcendo o lábio.

— Vai sair também? — Pergunto e ele pareceu pensar na resposta, confirmando com a cabeça depois de um tempo. — Então tá bom. Já estou indo, antes que fique tarde.

— Ok. — Falou, me olhando pegar a bolsa.

— Vejo você mais tarde. — Digo e me aproximo de novo, curvando meu corpo e dando um beijo no canto da boca dele, que sorriu e segurou em meu braço, me impedindo de me afastar.

— Vou te dar mais uma oportunidade para você beijar o lugar certo. — Disse e eu ri, negando com a cabeça.

Ainda assim, selo nossos lábios em um selinho demorado, que no fim se tornou um beijo demorado.

— Eu tenho que ir. — Sussurro. — Até mais tarde.

— Até. — Falou.

O que é amor? ━━ Marcelo VieiraOnde histórias criam vida. Descubra agora