fifteen and a beat!

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PARK DANBI


Junho deveria ser o pior mês do ano.

Sim, definitivamente era o pior. Havia toda a aflição do final do semestre, as provas e os trabalhos de última hora que alguns — eu disse, alguns — professores bondosos passavam para complementar a nota final. Era quase palpável o clima na faculdade e, para todo canto que eu olhasse, eu via estudantes prestes a entrar em colapso.

Eu não estava nem um pouco diferente deles. O último mês parecia ter sido bem mais cansativo que o normal e o estágio não me ajudava em nada. Com o começo da tour, eu acabei sendo transferida para a equipe do outro grupo da BigHit e só ai tive a confirmação que cuidar de rookies era tão complicado como cuidar de super-estrelas.

Além de tudo isso, eu ainda tinha que conseguir conciliar o meu namoro a distância com Jungkook, o que passava longe, muito longe de ser fácil.

Eu sempre me perguntei como seria o meu primeiro relacionamento de verdade, se eu seria uma namorada grudenta ou não, se faria gracinhas o tempo todo ou se seria mais séria, se eu iria gostar de comprar presentes ou fazê-los manualmente; eu só sei que nenhuma das opções era ficar longe.

Fazia um pouco mais de um mês que eu não o via pessoalmente. Ele estava nos Estados Unidos agora, num fuso horário completamente diferente do meu, com a agenda lotada de shows e entrevistas para rádios e programas de TV. Eu estava orgulhosa, era claro que estava, mas ao mesmo tempo me sentia chateada pela dificuldade de coincidir nossos horários.

No começo nós éramos muito bons em fazer piadas com a situação, já que eu tecnicamente estava vivendo no dia seguinte a ele e não perdia a oportunidade de zoá-lo, mas depois de algum tempo os tons das mensagens foram ficando mais melancólicas e as vezes que nós conseguíamos fazer uma chamada ela era tão curtinha que mal dava pra matar a saudade.

De vez em quando, parte de mim pensava que isso iria esfriar o nosso relacionamento — um que mal começou — e que talvez seria melhor eu não me apegar tanto a ideia de ter Jungkook por muito tempo.

Mas toda vez que ele me mandava alguma mensagem aleatória sobre o que estava fazendo, uma foto do que estava comendo ou a roupa que usava, eu sentia borboletas no estômago. E elas acabavam se transformando em um furacão enorme dentro de mim quando ele mandava um áudio dizendo que sentia minha falta ou que lembrou de mim quando viu algo.

E isso me fazia perguntar: quão apaixonado você tem que estar pra sentir-se afetada fisicamente por alguém que você nem está vendo?

Era assim que Jungkook me fazia sentir. Estranha, estranha, estranha. Mas de uma maneira boa e gostosa, de uma maneira que faz meu coração acelerar saudavelmente, que me faz andar por aí com um sorriso no rosto em meio ao caos da vida universitária, que me faz correr para chegar em casa no horário certo só para poder aproveitar uns minutos a mais de uma ligação de vídeo.

Tudo estava tão complicado e difícil, como uma maré forte contra mim, mas quando ele me lembrava de nós, eu me sentia confortada, abraçada, eufórica. Era algo tão novo pra mim, essa sensação de calmaria toda vez que a gente conversava e contava sobre alguma novidade. Acho que era sua voz ou talvez sua risada engraçadinha. Céus, talvez seja o combo inteiro de tudo aquilo que significava ser ele, cada pedacinho.

Eu solto um suspiro enquanto remexo a comida na bandeja e de longe sinto o olhar de Sooah sobre mim, como um gavião atento.

— O que foi? — pergunto e ela arqueia uma sobrancelha.

BEAUTY AND A BEAT | jungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora