nine and a beat!

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JEON JUNGKOOK



A estação de metrô estava muito, muito cheia.

Uma fila tinha se formado para podermos passar pela catraca, então julguei que teríamos que esperar por alguns poucos minutos. Eu olhava pros lados a todo momento, a sensação agoniante de que alguém estava me observando, mas eu não via ninguém. Todos pareciam ocupados demais com os olhos focados no celular ou no telão de horários para se preocuparem comigo. Mas eu ainda me sentia nervoso, como se a qualquer momento alguém pudesse cochichar o meu nome e pessoas perceberem a minha presença.

Encarei a nuca de Danbi, que estava parada em minha frente. Eu estava começando a me arrepender de ter aceitado vir de metrô com ela, mas eu tinha ficado tão afetado com o fato dela ter lembrado daquela conversa no carro e estar arriscando a própria imagem e estágio ao fazer aquilo, que eu simplesmente não conseguia falar nada.

Ela se virou para mim, entregando-me uma máscara descartável preta.

— Acho melhor você usar essa e subir o capuz — sussurrou, tirando a sua máscara de coelho e colocando uma máscara descartável também.

Coloquei a máscara sobre a boca e o nariz, subindo o capuz da jaqueta antes de tirar por completo a máscara de coelho. Danbi me encarou, tombando a cabeça um pouco para o lado e semicerrando os olhos. De repente, ela levou a mão até meu cabelo, bagunçando um pouco os fios e cobrindo parte do meu olho.

— Pronto, tá todo tampado agora.

— Por que não me deu essa máscara antes da gente sair de casa?

— Queria que a gente passasse um pouco de vergonha juntos.

Balancei a cabeça, sorrindo.

Nós passamos pela catraca em seguida e a quantidade de pessoas parecia ter sido multiplicada. Apertei a máscara de coelho nas mãos, deixando a cordinha presa em meu pulso e encarei Danbi ao meu lado.

— Hoje tá mais cheio do que o normal — comentou e se virou pra mim. — Acho que vou usar a desculpa de que tem muita gente pra eu poder segurar na sua mão e você não se perder de mim.

Eu ri, mas duvidava que ela tivesse ouvido muito bem. Danbi deslizou sua mão sobre a minha, entrelaçando nossos dedos. Meu coração pulou uma batida e eu senti todo meu estômago revirar. Encarei seus olhos e eu tinha certeza de que ela estava sorrindo, assim como eu.

Seguimos para a plataforma, onde tivemos que esperar mais um pouco até o metrô chegar. Apertei a mão de Danbi, assegurando-me que nós não iríamos nos soltar e entramos no vagão. Ela me guiou até o canto esquerdo, mas acabamos por ficar um pouco apertados pela quantidade de pessoas. Danbi se encostou na parede e eu fiquei em sua frente, aproveitando para ajeitar mais o meu capuz de forma que a lateral do meu rosto ficasse mais tampada. Danbi segurou na barra de ferro que tinha ali.

— Você tem que se segurar também — comentou, mas um pouco tarde demais. O metrô partiu e o solavanco me fez desequilibrar um pouco e eu teria caído se não tivesse segurado na mesma barra de Danbi a tempo. Ouvi sua risada e eu agradeci por estar com o rosto tampado, porque agora minhas bochechas ardiam. — Te falei.

A encarei, colocando as mãos agora na barra de ferro superior a minha cabeça. Danbi usou o pé para me fazer afastar um pouco as pernas e logo afirmou que aquilo era pra me ajudar a ter equilíbrio. Nós ficamos ali, em silêncio enquanto nos encarávamos a maior parte do caminho. Vez ou outra eu via os olho dela se apertarem, assim como quando alguém sorri, e eu estava morrendo de curiosidade para saber no que ela estava pensando, mas fiquei quieto, apenas desejando que ela estivesse se perguntando a mesma coisa sobre mim.

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