True home

SEJA LIVRE

Tomando um café quente em sua sacada e inalando o que a natureza emanava na tarde ventilada, Arizona pensará no que ocorreu na semana passada quando acabou batendo na porta da latina estando alcoolizada.

Seu eu não negava a felicidade que expandiu no coração pelo acolhimento de Calliope. Se parasse para analisar a situação até o presente momento, veria que a proporção que a relação com sua secretamente amada, estava saindo dos trilhos e indo para um rumo no qual adorou.

Já seu laço com Eliza, continuava a mesma coisa de sempre, se acertaram e até ontem mesmo, se encontraram. Na seca ela não ficaria.

Respirando fundo, pegou sua câmera que estava no banco de veludo do lado de onde permanecia sentada, e levou-a até seus olhos da cor do céu. Ninguém explicava a beleza única que a vista das coisas mais simples podia proporcionar. Um click registrando aquilo que via, foi o suficiente para lhe tirar um sorriso.

No 502, Callie esperava nervosamente sua prima. Depois de ter colocado Sofia para tirar um cochilo, mandou uma mensagem para Addison pedindo para a mesma comparecer no apartamento pois tinha algo para contar.

Em todos esses dias que se passou, pensou bem e decidiu que já estava na hora de se livrar do males do passado. E para isso teria que primeiro colocar para fora algumas coisas que sentirá todos esses anos.

— Torres? – Addie adentrou a morada, e pegou-a distraída lendo um livro na poltrona.

— Que susto, merda! Custava chamar antes de entrar?

— Custava minha boa vontade de ficar gritando por você. Entrar assim é muito mais fácil, aliás, por que tudo está escuro aqui? – Fez uma careta reclamando pela única iluminação da sala ser um abajur. — Virou morcego por acaso?

Callie bufou deixando o livro de lado. — Não, idiota. Está anoitecendo e eu achei mais fácil ligar o abajur do que me levantar e sair do meu conforto para acender a luz. – Relatou. — Pouco importa também, que bom que veio. – Agradeceu observando a ruiva se sentar.

— Estranho receber uma mensagem sua pedindo pra conversar, fiquei preocupada.

— Talvez tenha sido uma péssima ideia, que tal esquecermos tudo isso e fazer alguma coisa divertida? – A morena inquiriu nervosa.

Addison revirou os olhos. — Não comece com sua enrolação, se me chamou um motivo importante teve. Pare de fugir disso, me dá nos nervos te ver assim e não saber nada do que se passa na sua cabecinha. – Declarou acolhedora.

— Tudo bem, mas quero que sua reação seja de uma mulher madura, não quero acordar amanhã sabendo que causei um caos na nossa família. – Mordeu o lábio temerosa.

— Como assim? Callie, estas me deixando realmente preocupada. – Olhou-a densa.

— Não nossa família em si, mas tem muita coisa que aconteceu entre mim e Lúcia que você não sabe.

— Sua mãe? – Franziu o cenho.

— Infelizmente, sim. – Respondeu não gostando da referência feita.

— Pois conte-me, se é algo muito sério prometo que vou te respeitar. – Foi sincera, deixando sua bolsa ao lado e ajeitando sua posição ficando de frente pra latina.

— Obrigada por estar aqui.

— Callie, vamos logo com isso antes que você desista. Se sinta segura sabendo que pode ficar tranquila me contando o que quer que tenha acontecido. – Comprimiu os olhos.

Sentindo-se acolhida, Torres começou a relatar tudo que ocorrerá com sua mãe no passado, desde sua adolescência até a morte do seu marido. Na medida que ia contando os detalhes, nervosamente, viu a expressão da sua prima tornasse chorosa.