Capítulo I

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Segunda-feira, mais uma semana de trabalho está prestes a começar. Realizo todos os afazeres antes de sair de casa, como sempre. Hoje está nublado, provavelmente vai chover mais tarde.

Após deixar Clarie bem alimentada, vou a sair para a cafeteria. 

Meu apartamento é simples, sem nada demais, mas o que diferencia das outras é uma estante cheia de livros, organizadas por ordem alfabética, gênero e cores, provavelmente eu possuo algum tipo de transtorno obsessivo compulsivo; dois quartos proporcionalmente iguais, uma cozinha, sala, varanda e banheiro, simples.

Ao entrar na rua da cafeteria, vou a ver Marie, uma senhora artista de 79 anos; ela é especial pra mim, posso contar meus segredos com ela e pedir conselhos de qualquer assunto. Estava desenhando uma família sentada na praia, em um lindo pôr-do-sol, perfeitamente desenhado.

-Bom dia Marie! Como foi o seu final de semana?

-Olá meu querido Hux! Foi ótimo! E o seu? Escreveu muito?- Essa última frase soou um pouco fraco vindo da voz dela.

-Muito bom também, estou começando a escrever um livro mas- me aproximo dela e falem em um sussurro- ele é secreto. Posso contar com a senhora para não falar para mais ninguém?

-Sobre o quê? Eu não sei do que está falando Hux-Ela deu uma piscadela de olhos.

Me retiro e vou a abrir a cafeteria.

Rey, dona do estabelecimento e minha amiga de infância, chega logo depois, com novos produtos para serem organizados. Era essencial termos novos copos e canudos recicláveis, pois poderemos utilizá-los depois ou descartar corretamente. Esse é o tipo de vida que a ela vive, conhece novas pessoas e opiniões, aprende e discute as juntamente e depois ou viram amigos ou se afastam, e assim sucessivamente.

Eu achava interessante isso, porque eu, totalmente diferente dela, não sou muito sociável; sou do tipo em que se você falar comigo, eu falo, mas se você não falar, eu não ligo. Por isso eu fora conhecido de: a escultura que se move, na escola.

O mais interessante foi como a Rey se aproximou de mim, após ficarmos em duplas nos trabalhos de geografia frequentemente, decidirmos conversar sobre coisas além de mapas e conhecimentos gerais.

Estava tranquilo o movimento dos clientes e seus pedidos, um iced tea e dois capuccino  para viagem, junto com biscoitos de leite que tinham o formato de retângulos. 

Após o almoço, começou a surgir mais clientes reunido com outras pessoas. Era comum haver maior movimento à tarde, pois várias pessoas se reuniam para fazer algo, descansar após um dia movimentado do trabalho ou apenas para se descontrair. Hoje, tinha um grupo de Jovens discutindo sobre o seguinte tema:

O amor é essencial em nossas vidas ou é apenas um sentimento momentâneo?

Ora, mas é claro que é essencial. Sem ele, coisas simples da vida seriam sem sentido, como uma mensagem de bom dia, um abraço confortável, um beijo de despedida e até o "Eu te amo". Se eu estivesse nesse debate, com certeza eu diria que sim. Na verdade, a maioria que estava naquela mesa pensava o mesmo que mim.

Porém, um homem alto, de cabelos longos pretos, com uma estatura de aproximadamente 6 pés¹, que vestia um moletom cinza e camisa preta, chamou a minha atenção. Segundo seu posicionamento, o amor é desnecessário para nós, é algo que podemos sentir, mas sem razões específicas, só satisfação da situação em que a sente.

Na minha mente eu odiei isso; Por que ele não acha o amor algo intrigante e bom? Como um livro de Sir Arthur Conan Doyle, mostrando as formidáveis aventuras e os mistérios que Sherlock Holmes e seu companheiro Watson vivem? Sim, é a opinião dele, mas eu estou intrigado agora. Quero saber o porquê de ele pensar assim.

Já sei! Vou falar com ele e perguntar.








1- 6 pés correspondem a aproximadamente 1,82 metros.

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