Capítulo V

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Aquela mensagem me deixou surpreso. Não esperaria esse tipo de mensagem vindo dele; mas somos amigos né, vamos nos encontrar e conversar, admirar a paisagem e tudo mais, apenas amigos. Amigos.

Espera, eu estou sorrindo por causa desse convite inesperado? O que está acontecendo comigo? Eu não sou do tipo que sorri pensando em se encontrar com alguém, que bobo de minha parte. Se fosse se olhando, eu acho que eu sorriria mais. Espera, o que eu estou pensando?

Ligo para a Rey:

-ALÔOOOOOOOOOO?-Ela atende.

-Rey, eu sorri por causa de uma mensagem que recebi e não foi nenhuma proposta de editora.

-Ai Hux, essas coisas simples acontecem- Simples? O que está insinuando?- Eu fico feliz com um 'bom dia' ou um 'tudo bem' que recebo. Mas foi por isso que me ligou?

-Não, preciso dizer algo.

-Solta a bomba.-Rey e suas expressões.

-Eu vou me encontrar com alguém, pode me ajudar?

-Acho que até já sei quem é esse alguém.

-Você sabe. O que devo levar pra se ver? Devo me vestir formalmente ou um estilo casual?

-Já quer se casar é? Vá do seu jeito, confortável e elegante. Isso vai demonstrar confiança e não algo muito sério.

-Certo. Eu levo algo?

-Que algo Armitage?

-Sei lá, um presente, um livro ou algo do tipo.

-Vocês já estão namorando e eu não sabia? 

-Não.

-Então não se preocupe. Apenas se encontrem e age normalmente.

-Falar é fácil né.

-Ok Armitage, você está apaixonado, aceite.

-Não, eu não estou. E por que eu pareço apaixonado?

-Quer que eu repita o que você falou anteriormente?

-Não.

Eu realmente percebi que estou sentindo algo. Ele me faz bem, eu sinto que posso confiar nele pra tudo. E também, ele é atencioso e gentil, diferente de mim que sou ansioso. Será que eu estou realmente apaixonado por Kylo?

-ALÔOOOOOOOOOOOOOOOO TERRA CHAMANDO HUX IN LOVEEEEEE!!!-Rey grita do telefone.

-Só mais uma coisa, NÃO ME DEIXE SURDO SUA LOUCA.

-Se é isso, vou trabalhar agora, aproveite a folga e, se der bom, puxa ele pra um beijo viu!

Rey encerra a ligação.

Primeiro de tudo, isso me desencadeou algo, ansiedade e dúvida. Preciso me concentrar...

Mas espere, eu já sei! Vou escrever mais um capítulo do livro!

Saio correndo para casa com Clarie, parecemos dois ladrões escapando de uma perseguição policial.

Ao chegar em casa, arrumo meu escritório e me sento na mesa em frente à janela, era grande e dava visão para a rua de onde eu moro, casas simples e cercas brancas ao redor. Clarie gosta de quando eu abro a janela, ela fica em frente e fica brincando, ou apenas curtindo a brisa que vem dela. Era muito satisfatório escrever e ter inspirações por perto, faz com que eu escreva mais e mais. Com o intuito de melhor a cada palavra escrita, isso é satisfatório e suficiente para mim, agradar as pessoas com palavras, elas são fortes e, se não souber usá-las, pode acabar se ferindo ou alguém. Os capítulos que escrevi, usei sem moderação frases e citações famosas, que me fazem pensar alto e refletir os atos, como o clássico O Pequeno Príncipe: "Conhecer não é demonstrar nem explicar, é aceder à visão", pude concluir nesse trecho que, se eu faço amizades, não precisa demonstrar muito afeto, apenas a compreender e respeitar. Algumas vezes eu posso parecer louco, mas todos temos nossa loucura, nosso Surto como Machado de Assis demonstrara em suas obras.

Eu me empolguei tanto naquele tema que era essencial eu escrever algo que desse impacto, chocasse aquele que irá ler, o deixar questionante por um momento, que parasse aquele capítulo, olhasse ao seu redor, analisar suas ações e reações e o que o proporciona com isso.

A ansiedade seria para mostrar que tudo que ela te faz pensar são superstições, é necessário agir para que aquilo aconteça; mas se não quisesse aquilo, é só parar que isso não vá à tona.

Podemos criar tudo com a mente. Ela pode ser uma prisão ás vezes, mas é necessário escapar daquilo e viver como se não tivesse um amanhã. Faça o que gosta; fique com aquelas pessoas que você gosta, sinta-se agarrando uma oportunidade única; quebre algumas regras do seu cotidiano, se sinta livre pra escolher o que quiser. Seja capaz de ser você mesmo, sem vergonha e medo, viva o momento.

E depois de um longo capítulo, encerro com palavras casuais, para que o leitor sinta intimidade com o livro, que seja seu porto seguro.

Ao concluir, percebo que está tarde, pulei uma refeição mas não faria mal, estou satisfeito com a escrita, ela me deixa cheio. Tomo um banho com uma sintonia de Mozart no fundo, encantador para mim. Escolho minha vestimenta: uma calça jeans com uma camisa de estilo polo turquesa, cor extravagante e simples ao mesmo tempo; calço um sapato de estilo sapatilha e tênis, nada demais. Passo um perfume de fragrância cítrica e penteio o meu ruivo cabelo, aproveito e tento deixá-lo de um estilo diferente. Mas não deu muito certo então, apenas o deixo para o lado direito. Estava pronto.




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