My Secret Book

Capítulo VII

Minha resposta? Mas, resposta de quê? Eu estava perdido, o que foi que ele me perguntou que eu não percebi?

-Desculpa Kylo, você me perguntou algo que eu não percebi? Eu estou sem entender.

-Sim eu perguntei mas, leve o tempo que quiser.

-Eu faço a mínima ideia, poderia repetir a pergunta? Ou melhor, refazer de um jeito mais explicado?- O que eu estou fazendo?

-Claro. Mas preste atenção, só vou repetir mais uma vez.

-Okay.

-Sobre aquela suposição que eu fiz, o que você me responderia?

-Bom, eu diria o que eu sinto por você e aí a gente decidia o que fazer.

-Ótimo.

-Era isso?

Ele começa a rir.

-Você parece confuso com a resposta. Tem certeza que é só isso?

-Na verdade, eu não sei o que argumentar, prefiro ficar pensando em uma resposta coerente e sincera, desculpe.

Ele solta um sorriso bobo para mim.

-Então, o que você acha de- Fui interrompido por causa do meu celular tocando- Licença.

Era a Rey.

-O que foi?-Falo sussurrando.

-Hux, preciso de você aqui, agora!

-É muito urgente?

-Demais.

-Certo, já estou a caminho.

-Está tudo bem?-Kylo me pergunta.

-Eu não sei ao certo, preciso ajudar minha amiga. Desculpe por sair assim.

-Sem problemas, pode ir. Obrigado pela a companhia esta noite.

-Digo o mesmo. Boa noite.

-Boa noite.

Ele solta mais um sorriso.

Agora, eu estou saindo ás pressas para a cafeteria, deve ser algo de extrema urgência para me fazer interromper o momento que eu ia saber de quem ele gosta mas eu deixo isso para um próximo encontro.

Entro na rua da cafeteria, tinha muita gente na frente. Entro na loja e avisto a Rey:

-O que aconteceu Rey? 

-Uma pessoa veio aqui atrás de você, disse que precisava te contar algo.

-Quem? Que estranho. Tem certeza que sou eu?

-Sim, ele veio aqui no balcão e me perguntou "Armitage Hux trabralha aqui? Tem como eu falar com ele?" e então eu te liguei.

-Ele está em que mesa?

-19.

-Certo, vou lá então, me deseje sorte.

-Não seja sequestrado!

Fui em direção a décima nona mesa, era um adulto na casa dos 40 quase 50, de cabelos castanhos, olhos claros e uma estatura de 5 pés, estava com uma pequena caixa em suas mãos, escrito 'Armitage meu querido'. Estranho.

-Licença senhor, por acaso me procuras?

-Hux? Como você mudou todos esses anos! Você não se lembra de mim mas, eu sou Arthur, seu tio, irmão de sua mãe. Passei anos a sua procura, preciso te explicar tantas coisas que com certeza deve se questionar desde aquele dia.

Impossível, como podia ser meu tio alegre e divertidão de anos atrás? Ele sabe o motivo pelo qual meu pai me abandonou? Aquele dia que se refere é o dia mais traumatizante da minha vida?

Eu estava chocado, ele me contou detalhe por detalhe sobre o dia, sobre o meu pai, tudo.

"De tarde, seu pai foi ao meu trabalho entregar algo, mas eu não sabia o que era, só pediu para entregar-te. Horas depois, sua avó me liga dizendo que você tinha ido sair com a Clarie no parque e ainda não tinha voltado; liguei para a polícia por sua busca, já que o seu pai também não atendia o celular. De seis horas da noite, você foi sequestrado e amarrado em frente ao túmulo de sua mãe. Seu pai o deixou preso e desorientado com uma injeção de remédios de tarja preta, seus olhos estavam completamente dilatados e sua roupa rasgada. Por causa disso, você teve que passar dias no hospital entubado e em recuperação. Ás sete horas, seu pai liga para mim e uma de suas frases ditas foram: me perdoe, mas eu não aguento mais essa vida, isso é um adeus. Ao acabar a ligação, ele foi visto em uma construção abandonada, morto por um tiro na cabeça enquanto ele pulava do telhado do local. Essa cena foi registrada por uma câmera de segurança. Depois começamos a te procurar, mas foi desnecessário, já tinha sido resgatado por um grupo de orações noturna. E uma dessas mulheres você tem contato até hoje, Marie Ridley, uma senhora floricultora. E depois, passei anos á sua procura até que eu resolvi encaixar todas as peças e te encontrar. Não culpe o seu pai, ele estava em desespero por virar um pai solteiro com medo de não conseguir cuidar de você. Ele não quis a ajuda de ninguém, por isso aconteceu esse surto dele que não foi bem. Sei que foi um trauma mas, tente superar. Sua avó faleceu de câncer terminal no estômago 7 anos atrás. Sobre sua família paterna, não tenho contatos, desculpe. E agora, essa caixa é com você: se quiser abrir, tudo bem; se não, jogue fora se quiser. Só queria esclarecer os fatos para você."

Eu não aguentei no momento, chorei tanto que fiquei fraco, eu sempre pensara que meu pai traiu minha mãe e não quis saber mais de mim mas, eu agora estou calmo por um lado por saber a verdade e assustado de outro. Por que ele não quis ajuda? Apenas desistiu de viver por causa disto? Não, deve ter algo nessa caixa que explique tudo.

Eu agradeci meu tio por não desistir de me procurar, foi muito importante de sua parte querer explicar tudo para mim. Conversamos mais um pouco e depois ele foi embora. Isso me mostrou o quão é importante saber os dois lados da moeda. 

Rey me confortou e ainda disse que se eu quisesse não ir trabalhar amanhã, estaria livre. Finn e Poe me levaram para casa, não estava nem aguentando botar o pé no chão sozinho. 

Assim que eu fechei a porta do apartamento, me caí aos prantos. Chorei, chorei e chorei. Segurei Clarie com a maior força do mundo. Me senti perdido, sozinho. Precisava de alguém que me entendesse naquele momento, um abraço aconchegante e silencioso, estava sem rumo até que recebo uma ligação no celular:

-Alô?- Falei em um tom fraco.

-Hux meu querido! Estou passando perto de sua casa, posso te visitar?

Aquela voz confortante, Marie seria meu porto seguro.

Em instantes ela estava na minha residência, me ouviu e me confortou com seus abraços e palavras doces, ela era como uma mãe para mim, sem Marie naquele momento, seria capaz de eu pensar alto e desabar de vez, mas ela me ajudou e me protegeu. Como é importante ter pessoa que confiamos perto de nós. No final, eu acabei dormindo nos braços dela, como se estivesse em uma posição fetal. Marie e Hux, mãe e filho fictícios.