Capítulo 8

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POV'S BAILEY

O prédio de Ciências Biológicas é bem mais claro do que o de administração, estou espiando do corredor a garota de cabelos loiros que se mexe de um lado para o outro com seu jaleco branco e os cabelos presos com auxílio de um lápis, ela é linda. Como Noah pode dizer que algum dia Joalin pareceu com um garotinho magricela? Ela é linda e delicada, por mais que não me trate com tanto afeto, ela ainda é o ser mais lindo que eu já vi.

Eu não sei o que está acontecendo comigo, desde aquele dia na cafeteria, quando vi pela primeira vez aqueles olhos azuis redondos e brilhantes, os lábios rosados de respostas afiadas, e os cabelos loiros como a auréola de um anjo, eu estava apaixonado por aquele pequeno anjo zangado.

No meu pequeno caderno de capa preta de folhas grossas e sem pautas, o qual eu uso para rabiscar meus desenhos, agora só existe o rosto de Joalin pelas folhas, neste instante estou sentado num banco no corredor vendo Joalin no laboratório a frente, desenho seus traços marcantes que vejo pela vidro da janela enquanto ela está concentrada misturando substâncias coloridas em um frasco.

- Bailey? O que faz aqui?- Mia me tira do transe provocado por Joalin, automaticamente ponho o caderno fechado sobre o banco. Noah pode não admitir, mas ele considera Joalin como uma irmã, eles foram criados assim desde que o pai dela morreu, e se Noah soubesse que eu estou me esgueirando para capturar os traços perfeitos de Joalin, ele me consideraria um louco perseguidor.

- Aqui é mais tranquilo, melhor pra pensar- Enrolo- E você?

- Bem, an... Vim falar com uma amiga- Mia gagueja.

Eu estranho, mas não sou de fazer interrogatórios.

- Um instante, eu vou só buscar o sulfato- Escuto a voz de Joalin ficar mais alta, ela está se aproximando, saindo do laboratório.

- Eu vou pra aula- Digo me levantando rapidamente, não quero que Joalin ache que eu a persigo.

[...]

POV'S SINA

Estou na biblioteca tentando organizar minhas anotações de direitos trabalhistas, mas me falta um livro que foi indicado pela professora, me levanto e procuro entre as diversas prateleiras de livros de direito o bendito autor e então na penúltima fileira avisto o que procuro, quando o retiro, da fresta deixada pelo livro vejo a silhueta de alguém sentado num canto, solitário, Urrea está com fones de ouvido e olha pro nada.

Esta é a hora Sina Deinert, vai lá e pede desculpa. Digo para mim mesma.

- Noah?- Eu digo. Ele ergue a sobrancelha e me encara sem entender nada e então tira os fones.

- O que foi Deinert? Eu não tô afim de discutir- Ele diz secamente.

- Eu não quero discutir- Digo e me sento ao seu lado- Quero pedir desculpas.

- Desculpas?

- Eu não sabia sobre a sua irmã, eu fui tão ignorante- Respondo.

- Você sabe?- Noah quase arregala os olhos- O que te disseram? Quem disse?- Ele exige e então dá uma risada sarcástica- Foi a Joalin não é? Claro, ela não consegue controlar a língua dentro da boca.

- Sim Urrea ela me contou, só pra deixar bem claro o quanto eu fui estúpida. Mas convenhamos, com você por perto eu sempre tenho que estar na defensiva- Digo.

Noah solta um riso leve, acho que é a primeira vez que vejo ele rir assim.

- Eu sei, eu fui um babaca, você é muito inteligente Sina, tem um grande potencial pra ser uma ótima profissional, eu sei lá, tentei intimidar você, e você me tirou da minha zona de conforto. Mas agora eu vou levantar a bandeira branca, agora só disputas saudáveis ok?- Ele pergunta estendendo a mão.

- Disputas saudáveis- Respondo retribuindo seu aperto de mão, e eu apenas seguro sua mão sem pressa de soltar, talvez eu não consiga, e Noah também não desvencilha sua mão da minha.

- Sinto muito por sua irmã- Digo.

- Sinto muito por seus pais- Noah retribui.

E assim ficamos por minutos ou horas, não sei, sentados em silêncio no chão da biblioteca estendendo nossa trégua.

[...]

- Joalin, vamos logo!- Eu chamo novamente, já são 18 e 30 e eu fiquei de esperar Joalin para voltar pra casa, pois ela perdeu a sua chave do apartamento.

- Eu só estou desligando a estufa Sina!- Joalin grita de dentro do laboratório.

Arfo frustrada sentando num banquinho no corredor e então percebo um caderninho preto ao meu lado. Sem resistir a curiosidade eu pego o caderno e abro, tenho que saber se tem alguma informação para devolver ao dono ué, ou talvez ou só seja curiosa mesmo.

- Pronto apressadinha- Joalin diz saindo do laboratório.

Eu estou com os olhos presos nas páginas do bendito caderno.

- Joalin, eu acho que você precisa ver isso

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So wrong, but it's so right - Adaptação NoartOnde histórias criam vida. Descubra agora