So wrong, but it's so right - Adaptação Noart

Capítulo 55

POV'S NOAH

In my blood- Shawn Mendes

Me ajude
É como se as paredes estivessem desmoronando
Às vezes, sinto vontade de desistir
Mas eu não posso
Não está no meu sangue
Deitado no chão do banheiro, sem sentir nada
Eu estou sobrecarregado e inseguro, me dê algo
Que eu poderia tomar para relaxar minha mente lentamente
Apenas tome uma bebida e você se sentirá melhor
Apenas a leve para casa e você se sentirá melhor
Continuam me dizendo que vai ficar melhor
Será que vai mesmo?

-Noah querido?- Minha mãe bate mais uma vez na porta, minha cabeça dói e acho que dormi quase 10 horas seguidas depois do remédio que Heyoon me fez tomar- Josh está aqui e está perguntando se você vai voltar para o hospital.

- Vocês deveriam ligar no hospital e perguntar se a Sina vai querer me ver hoje- Respondo e então escuto os cochichos da minha mãe e do Josh.

Sina acordou hoje pela manhã e pediu para que eu não entrasse no quarto, eu quis protestar, quis vê-la a todo custo, quis me fazer de forte, mas a verdade é que eu senti medo, medo dos traumas de Sina, medo de que ela tivesse medo de mim. Eu senti raiva, quis encontrar Joseph e matá-lo por bagunçar nossas vidas, por ferir minha Sina.

- Ela pediu pra vê-lo, Any disse que você pode entrar depois do check-up diário dos médicos- Josh diz do outro lado da porta. Não é preciso que ele diga mais nada para que eu me levante como o Flash.

[...]

- Daqui uns 20 minutos Noah- Any me informa novamente checando no relógio- Ela está fazendo alguns exames, mas a enfermeira prometeu me informar quando ela estiver de volta ao quarto.

Eu arfo enquanto Josh se joga no sofá do lobby do hospital que já é praticamente nossa casa, vejo Hina vir a passos rápidos da entrada com uma bandeja de cafés na mão, ao seu lado uma figura inesperada, Diarra Sylla.

- Ai caramba- Ouço Josh falar baixinho no sofá, sem acreditar no que vê.

- Você é o Noah Urrea?- A garota de tranças coloridas me pergunta tirando os óculos escuros que usa.

- Eu mesmo- Respondo.

- Sinto muito pela Sina, quero que saiba que minha equipe cortou qualquer laço com a gravadora daquele verme- Ela diz- E eu vim prestar minha solidariedade e dizer que estou a disposição pra ajudá-los a colocar Joseph na cadeia. Graças a Deus ele não tentou nada contra mim, mas pelo que fui informada a pouco, a música que Joseph me apresentou como sendo dele, na verdade foi roubada de outro compositor, e bem, agora eu tenho que ir até a UCLA procurar por Josh Beauchamp.

- Mas o Josh tá aqui- Digo apontando para o sofá, Josh permanece parado como um abobalhado.

- Aaah, então você é o compositor de Legends?- Diarra pergunta para Josh, que permanece como uma estátua, uma estátua feia.

- Josh!- Any arfa lhe puxando pela gola da camisa lhe pondo de pé- É ele, o compositor. Diga a ela Josh - Any lhe dá um cutucão.

- Beuachamp.. Josh, eu sou... Joshua Beauchamp. Isso, esse é o meu nome. Me desculpa, é que eu sou muito fã das suas músicas- Josh gagueja.

- Olá Josh, e eu sou fã da sua música- Diarra ri.

- O Josh tem várias outras músicas, não é Josh? - Any o empurra com o ombro.

- É Josh, mostra pra ela suas músicas- Hina sugere.

- Bem, eu adoraria ouvir, se todas forem tão boas quanto Legends, meus empresários podem conversar com você e propor uma parceria- Diarra diz.

Vejo Any acenar para mim e então em direção a ala de quartos onde Sina está, eu prontamente entendo e sigo pelos corredores em direção ao quarto.
[...]

-Toc toc- Digo antes de ouvir Sina balbuciar que posso entrar. Quando abro a porta do quarto observo Sina sentada na cama com uma tigela de sopa sobre uma bandeja.

- Eu achei que você não viria- Ela admite dando um sorriso tímido, os hematomas do seu rosto começam a se tornar esverdeados.

- Você me chamou, eu sempre vou vir quando me chamar- Digo- Posso?- Pergunto se posso me aproximar, não quero invadir a zona de segurança de Sina, não depois do episódio que nos aconteceu na madrugada. Sina acena assentindo.

- É que eu pedi pra não ver você, eu não queria que me visse assim, tão... destruída - Ela confessa olhando para o prato de sopa, percebo que ela segura as lágrimas.

Eu finalmente lhe toco, me ajoelhado ao seu lado na cama, seguro sua mão com todo cuidado para não machuca-lá, ali escondo meu rosto e deixo que minha lágrimas fluam.

- Me desculpa, eu não devia ter deixado você a sós com aquele monstro- Digo.

- Você não tem culpa nenhuma Noah - Sina responde, e pelo seu tom de voz sei que também está chorando- Por favor não se culpe.

Eu levanto o rosto e encaro os olhos azuis de Sina, eles não brilham como antes, sua alegria fou roubada. Como alguém pode ter feito mal pra você menina? Minha Sina, tão nova, tão bondosa e já provou tanto as coisas ruins da vida.

-Posso ficar aqui com você quietinho, eu prometo não fazer nenhum barulho- Digo.

- Eu preciso tomar banho Noah- Sina diz.

- Ok, vamos tomar banho- Digo me preparando para levantar.

- Não Noah, eu prefiro tomar banho só- Sina me encara sem graça.

- Ok ok, entendi- Digo me deitando na cama quando Sina levanta ainda dolorida tentando parecer o mais normal que consigo.

Eu realmente entendo Sina, ela se sente insegura, mesmo que não tenha sido eu a machucá-la, Sina ainda tem medo de estar tão vulnerável próxima a alguém, e eu me sinto tão impotente em relação a isso.

Lembre-se do que a Mia disse Noah, seja paciente.

A porta do banheiro ainda está aberta quando a roupa de paciente que Sina usa cai aos seus pés. Meu sangue ferve quando vejo os hematomas nas costas dela, sinto vontade de provocar a mesma dor em Joseph, fazê-lo implorar por sua vida medíocre.

Sina percebe que eu a observo e fecha a porta rapidamente. Ela tem vergonha de como está seu corpo, tem vergonha de mim, justamente de mim, a pessoa que mais ama o corpo dela.

[...]

- Você pode pentear meu cabelo? É dolorido pra mim- Sina pede sentando com cuidado na cama.

- Claro- Digo me posicionando atrás dela na cama com muito cuidado para não assustar ela, pego o pente e começo a passá-lo entre suas mechas espessas- Sina?

- Sim Noah.

- Eu amo você- Digo quase sentindo as palavras entalarem na minha garganta, sinto que devia dizer isso a ela, algo que nos era comum como um bom dia, algo que sempre foi tão especial, se tornou mais ainda, Sina precisa saber que eu a amo, que sempre vou amá-la, que eu posso ter falhado em protegê-la, mas que isso nunca mais irá se repetir.

- Eu amo você Noah- Ela diz, e de repente sinto que ganhei o dia.

[...]

Meu celular toca fazendo com que eu me assuste, quase caio da poltrona, levanto me espreguiçando, minhas costas estalam pois dormi de mal jeito. Pego o celular, é quase meia noite, saio do quarto, não quero acordar Sina. Vejo no visor o contato de Amália, a tia de Sina, ela teve que voltar para a Alemanha durante a tarde, infelizmente nem todos os patrões são compreensivos como Simon.

- Oi Amália, tá tudo bem?- Pergunto.

- Não Noah, não tá nada bem- Ela responde me deixando nervoso- A Sina tá com você?

- Sim, ela tá, tá dormindo- Respondo observando Sina pela fresta da porta dormindo tranquilamente- O que foi?

- O monstro...- Amália respira fundo- o Joseph se entregou.

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