Capítulo 34

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POV'S SINA 

Um reality show de culinária está passando na TV, esse é o nosso programa de casal, assistir alguém flambar maçãs.

-Sina?- Noah pergunta tirando a cabeça do meu colo, nós dois confortavelmente deitados sobre a enorme e macia cama do hotel.

- Oi- Respondo ainda com os olhos na TV onde o cozinheiro agora prepara um tipo de merengue.

- Você acha normal um cara que saiu do ensino médio e ainda ser virgem? Tipo, perder a virgindade no colegial é quase que um rito de passagem, pra fechar com chave de ouro- Ele me pergunta meio inseguro.

-É normal Noah, ninguém deve se comparar, todos temos nossos momentos, e se você não quis transar com ninguém ainda é uma escolha sua, e você não tem que se sentir pressionado a fazer por quê os seus amigos já fizeram.

-Você sabia que eu sou virgem?- Ele indaga me encarando.

- Digamos, que a Mia talvez tenha deixado escapar- Digo, Noah revira os olhos exasperado.

- E você não me acha um babaca por isso?

- Se você é um babaca por não transar eu sou uma babaca e meio Urrea- Eu dou risada.

-Você também é virgem?- Ele indaga.

- Não é muito fácil arrumar um namorado no ensino médio quando você é estrangeira, bolsista, de uma família baixa renda e está cercada por adolescentes que cresceram sendo ensinados que a cor da pele, sua origem e seu status financeiro determina seu lugar na sociedade. Sabe, uma vez minha tia arrumou um trabalho temporário pra mim, eu iria substituir a faxineira da casa de uns ricaços, ela pegou uma licença pra cuidar da filha doente. Eu realmente estava precisando da grana pra ajudar nas contas em casa, e foi um bom trabalho, até descobrir que a casa era dos pais de Tom Miller, o riquinho metido a besta capitão da equipe de matemática do colégio. Ele fez vários vídeos jogando comida no chão, bagunçando a casa pra que eu tivesse que limpar e depois juntou tudo num vídeo só e saiu por aí mostrando pros coleguinhas idiotas dele. Eu virei chacota na escola. Tudo isso por estar trabalhando pra não passar fome, eu não entendia por que me humilhavam, nem por que odiavam minha origem e minha classe social, e isso me chateou muito Noah. Foi o período que tive minhas piores crises de ansiedade- Respiro fundo sabendo que elas ainda estão presentes, e que tenho que lutar todos os dias pra que não se apoderem de mim- Levou muito tempo pra eu entender que a pior coisa pra um racista ou xenofóbico é ver a vitima ter sucesso, eu nem sou rancorosa sabe, mas foi ótimo ver Tom com cara de taxo quando eu venci ele no concurso de Cálculo e tomei seu lugar como presidente da equipe.- Eu rio satisfeita.

- Você é incrível Sina- Noah diz se aconchegado em mim- Seu cabelo é lindo, a cor da sua pele é linda, sua origem é linda, você é linda por inteiro, eu quase não consigo acreditar que é minha namorada- Ele diz me dando um beijo enquanto sua mão traça carícias sobre minhas costelas, enviando ondas de calor por todo o corpo. Noah é incrível, e eu não consigo negar que estou completamente rendida por ele, não é só a beleza ou o charme, é algo a mais, algo que eu buscava, algo que me faz crer que ele é a pessoa certa.

- Noah?- Chamo enquanto ele acaricia meu rosto e me dá beijos repetitivos pelo pescoço.

- Sim- Ele sussurra próximo ao meu ouvido me causando arrepios, e eu tenho que reunir forças pra conseguir dizer aquilo que está preso na garganta.

- Eu quero que minha primeira vez seja você.

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So wrong, but it's so right - Adaptação NoartOnde histórias criam vida. Descubra agora