Capítulo 2

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ENQUANTO EU PREPARAVA o café, algumas lágrimas caiam dos meus olhos, eu enxugava-as rapidamente, e estava tão distraída em meus próprios pensamentos que nem me dei conta quando Maggie entrou na cozinha, só notei a presença dela, quando, ela falou comigo:

— Bernard está preocupado com você...

Olhei rapidamente para ela, lhe lancei um sorriso falso.

— Por quê? Está tudo bem! — menti.

— Não, não está! – disse, sentando-se a mesa. Tirei o café do fogo, desliguei o fogão, depois eu peguei a garrafa térmica, a abri e comecei a despejar o café lá dentro. — Eu sei que talvez para você é estranho falar comigo, no fundo eu sei que sempre houve um certo clima estranho entre a gente... — Maggie comentou, eu fechei a garrafa e coloquei em cima da mesa, depois suspirei.

Eu não tinha raiva de Maggie, afinal, se Bernard e eu não demos certo, a culpa não foi dela, fora de nós dois. Mas por um lado ela tinha razão, eu não sabia o porquê, mas sempre existiu um clima estranho entre a gente, talvez seja pelo fato de que é esquisito ser amiga da esposa do seu ex-namorado, era algo que aconteceu de forma automática, não era por despeito, nem nada do tipo.

— Só que quero que você saiba que eu não tenho ciúmes, nem raiva de você, pelo contrário, te admiro como pessoa e adoro sua filha! — continuou, e em seguida suspirou. – Ás vezes a fico imaginando como minha filha vai ser, e quando penso tendo uma filha, eu sempre imagino a sua na cabeça, quero ter uma parecida com ela, ela é tão linda, parece uma bonequinha...

Eu sorri e então sentei ao lado dela.

— Imagino que quando Bernard e você tiverem filhos, eles sairão ruivos e de olhos verdes... – falei, ela riu. Maggie era ruiva, e de olhos verdes, seus cabelos eram cacheados e iam até a altura dos ombros, ela era bonita e tinha um sorriso doce, então logo imaginei os filhos deles puxando a aparência dela.

— É, seria uma graça, um monte de crianças sardentinhas... — disse e eu ri também, o que fora bom, porque antes eu estava triste e agora ela estava me distraindo.

— Mas podem sair loiras se puxarem o Bernard... — falei.

— Ah sim... isso é verdade! — Ela concordou.

Bernard era loiro, de olhos azuis, alto, másculo. Um homem muito bonito.

Logo fora impossível não pensar que quando eu estava com Bernard também imaginei como seriam nossos filhos, teriam puxado eu ou teria puxado Bernard? Seria idêntica a Emily? Bom, provavelmente já que também sou loira, como Bernard, então dos dois lados ela poderia sair loira, de olhos claros.

E uma coisa eu tinha certeza, se Bernard fosse o pai dela, ela com certeza no mínimo teria recebido uma ligação dele, e só de pensar nisso meu coração se apertou.

— Olha, eu também não guardo raiva de você, por ser a esposa do Bernard, pelo contrário, fico feliz por ver ele feliz, vejo que é uma ótima esposa para ele! – falei, levantando-me e indo até o armário para pegar as xícaras e também uma bandeja, tentando tirar esses pensamentos de minha mente. Coloquei a bandeja em cima da mesa, e as xícaras em cima da bandeja, depois as enchi com café.

— Você também teria sido uma ótima esposa para ele! – disse o que é um comentário um tanto estranho, eu olhei para ela com as sobrancelhas franzidas. – Sei que você deve estar estranhando o meu comentário, mas não é porque hoje somos casados que eu não posso admitir que você foi importante e ainda é importante para ele!

— Bernard e eu somos como irmãos, talvez por isso não tenha dado certo... — disse, dando de ombros.

— É, mas você merece encontrar outro homem que te faça feliz, aquele John, é um traste de pessoa, não merecia você e muito menos a Emily! — disse, e então meus olhos voltaram a marejar só de me lembrar de John.

JoshuaOnde histórias criam vida. Descubra agora