Joshua

Capítulo 13

Depois que Beatrice fora tomar banho eu fui fazer o almoço, afinal, eu queria ajudá-la e também ela precisava relaxar um pouco, ainda mais depois do que aconteceu. Quando ela saiu do banheiro, notei que ela ficou um tanto surpresa com minha atitude de cozinhar, mas ela parecia ter gostado, tanto que até decidiu aproveitar o tempo livre para passar roupa, enquanto eu terminava o almoço.

Assim que terminei a comida comemos e conversamos um pouco, como se já fossemos amigos de longa data, eu entendia toda essa aproximação, porque de uma forma ou de outra era normal criarmos certa intimidade um com outro, já que estamos convivendo vinte e quatro horas do dia juntos.

Depois que comemos, ela voltou a passar roupa e eu lavei a louça para ela, antes de, enfim, me preparar para ir a minha missão, assim que entrei na sala de estar para avisar a ela, a vi com uma agulha na mão, ela estava tentando colocar uma linha na agulha, provavelmente para costurar alguma roupa, porém percebi que suas mãos tremiam, e ela parecia totalmente incomodada com esse fato.

Suspirei, me aproximei, parei atrás dela, vi que ela me olhou rapidamente com um olhar assustado, provavelmente por causa da aproximação, eu calmamente coloquei as minhas mãos por cima da dela, peguei a agulha e a linha, colocando-a para ela. Vi que ela ainda me olhava, parecia um pouco nervosa, talvez pelo fato de estarmos muito próximos um do outro, o suficiente para até mesmo eu ver algumas sardas que ela tem em volta do nariz, e que sinceramente, combinavam muito bem no rosto dela.

Devolvi a agulha para ela e me afastei.

— Eu vou lá! — disse já ansioso para terminar isso logo. — Me espere para o jantar!

— Tome cuidado, está bem? — disse se aproximando de mim, sorri, me aproximei e dei um leve beijo na testa dela, antes de me afastar e ir embora da casa de Beatrice, o mais depressa o possível.

***

Olhei novamente o endereço no celular, eu o conhecia e sabia que realmente se tratava de um terreno baldio, porém, eu também sabia que eu precisava tomar cuidado, ainda não tinha certeza se poderia confiar em Hernandes, pois tinha a possibilidade daquilo tudo ser uma nova armadilha, para que eles pudessem terminar o que começaram.

O carro não estava muito longe, consegui fazer o trajeto todo a pé num tempo até razoável, ao se aproximar do local, olhei a minha volta para confirmar se realmente tudo estava vazio, ao ver que sim peguei então a arma na cintura, me aproximei até conseguir ver meu carro, ali, impecável, peguei a chave do carro no bolso e fui me aproximando lentamente dele, ainda olhando atentamente ao meu redor, assim que consegui abrir a porta, eu sorri, entrei nele e fechei a porta.

— Talvez Hernandes esteja falando a verdade... – falei, abri o porta luvas e vi que realmente as minhas coisas estavam ali. Senti então o celular vibrar em meu bolso, o peguei e eu atendi enquanto já ligava o carro e acelerava para sair dali o mais depressa possível.

— Recebeu minha mensagem? — vi que era a voz de Hernandes perguntando.

— Sim, já estou com o carro! — falei.

— Beleza, não vai fazer besteira, vê se você se mantém longe, vai para outra cidade, ou até mesmo para outro país se for possível... — Hernandes me aconselhou. — Antes que isso dê merda, você sabe...

— Sim, eu sei, eu vou falar com Charlotte para gente fugir o mais rápido que der, você por acaso avisou para ela que estou vivo? Que estou bem? Ela deve estar preocupada! — falei, enquanto dobrava a esquina em alta velocidade.

— Claro que não cara, esquece a Charlotte, tudo deu merda por causa disso, ela é perigo! —falou Hernandes, então eu parei o carro numa esquina, em seguida suspirei.