Capítulo 3

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MEU CORAÇÃO DISPARAVA, eu não conseguia desgrudar os meus olhos daqueles olhos escuros e profundos dele, era tão fácil de me perder neles, mas eu devia confessar que, ao mesmo tempo em que, eles eram profundos, eles também eram bem assustadores. Eu estava cada vez mais confusa enquanto encarava aquele homem misterioso.

Um monte de coisas ficou passando por minha mente. O que será que ele vai pedir? Boa coisa ele parecia não ser e isso era o que me deixava mais assustada.

— O que você quer de mim?

— No momento, uma coisa apenas, eu quero a sua casa... Eu quero ficar aqui, e quero que você se comporte e não tenha ideias idiotas que todas as pessoas têm quando estão com medo, entendeu! — Ele falou num tom sério.

— Está bem e você vai me dar uma bolada de dinheiro apenas para ficar na minha humilde casa? — perguntei meio desconfiada. Era um pedido muito simples para ser verdade, não parecia que ele estava falando sério.

— É, preciso confessar que não é nem um hotel cinco estrelas... — disse num tom irônico, olhando a sua volta. – Mas acredite, eu já tive em lugares piores! — Ele deu de ombros.

Eu suspirei e discordei com a cabeça, totalmente inconformada.

— Isso não vai dar certo, o que eu vou falar para as pessoas? E para minha filha? — falei preocupada, achando aquilo tudo um completo absurdo. Além do mais, ele era um estranho e apontou uma arma na minha direção, não parecia ser boa coisa, e ainda se ele fosse um bandido existia a possibilidade da polícia aparecer e até eu mesma ir parar na cadeia sendo acusada de cúmplice. Então, com medo, eu respirei fundo e dei um passo na direção dele, torcendo mentalmente para que ele tivesse um pouco de emoção e sentisse pena, no mínimo da minha filha. — Eu não sei o que você fez e de quem você está fugindo, mas, por favor, pense na minha filha, ela é uma criança se quem você está fugindo aparecer aqui em casa? Se descobrirem onde você está? Podem fazer mal a ela, uma criança inocente... Por favor... — os meus olhos começaram a marejar, só de eu pensar na possibilidade de isso acontecer.

Ele me olhou de uma forma estranha, mas parecia até mesmo uma máscara sem emoção alguma, não consegui imaginar o que ele estava sentindo com meu pedido.

— Certo, então se você está preocupada com isso, eu até permito que a deixe ir para casa de alguém por alguns dias... — falou com desdém.

Eu entreabri os lábios.

— Para casa de alguém? — falei já vindo o nome de Victor e Genevieve na minha mente.

Ele umedeceu os lábios e cruzou os braços.

— Veja como seria interessante para você, sua preocupação acabaria, no máximo que falaria para essas pessoas é que sou um amigo e ficarei alguns dias na sua casa, você poderá ganhar dinheiro, mudar de vida, dar um futuro melhor para sua filha, e nem precisará fazer muito, apenas emprestar a sua casa, enquanto resolvo o que preciso resolver... — disse com desdém, dando de ombros.

— Por que você não vai para um hotel? — perguntei meio confusa, por ele ter cismado tanto com a minha casa.

— Eu estou sem dinheiro aqui, como você mesmo disse estou fugindo, eu preciso resolver algumas coisas, até ter o meu dinheiro de volta, ai eu terei dinheiro para te pagar também, só me dê alguns dias... — falou, e então o meu coração automaticamente deu mais pulos.

— Está bem, você é um bandido, o que é? Traficante? Assaltante? Assassino? Ai meu Deus! — exclamei, não acreditando que eu estava tão surpresa por isso, aquele homem havia praticamente me sequestrado, quer dizer, não seria um sequestro porque ele me obrigou a dirigir para minha casa, mas ele entrou nela sem ser convidado, a invadiu, e sem se importar que eu estava acompanhada de minha filha.

JoshuaOnde histórias criam vida. Descubra agora