Eu estava fervendo, meu pescoço e braços arrepiados com os beijos quentes depositados estrategicamente. Ele sabia que era o meu ponto fraco.
- Eu tenho que ir. - Consegui formular devagar, tentando afastar seu corpo do meu. Foi em vão.
- Você sempre tem que ir a algum lugar. - Seu hálito quente bate no meu pescoço e me trás outra onda de arrepios.
Suas mãos seguram meu vestido de seda com força entre os dedos, como se assim a peça pudesse desaparecer magicamente. Ele passa a língua do meu pescoço ao decote do vestido, entre os meus seios, minha cabeça pende para trás e um suspiro alto sai.
- Eu queria muito terminar isso, mas tenho outro cliente para atender. - O afasto do meu pescoço e sorrio, seu rosto antes cheio de luxúria agora é uma careta. - Marcamos para outro dia. Você sabe que tem preferência. - Pisco saindo do seu colo e o homem bufa se deitando na cama.
- Quatro horas é muito pouco. Eu quero mais na próxima.
- Se eu tiver tempo, prometo que te encaixo pra um dia inteiro. - Falo enquanto visto minha calcinha de renda de volta, ele fica de lado na cama, apoiando a cabeça na mão para me ver melhor.
- Quem é o próximo cliente? - Pergunta curioso, as sobrancelhas franzidas.
- Um homem mais velho. Bem mais velho. - Sorrio para a sua cara de descontentamento.
- Vai me trocar por um idoso? - Ele brinca, seus dentes perfeitamente brancos e alinhados a mostra.
No entanto seus dentes não são a única coisa que me atraem nele, Dereck tinha um rosto lindo, barba preta bem feita, lindos olhos cinzas e lábios nem finos nem carnudos. Seu rosto era todo harmonioso, poderia facilmente ser um modelo de capa de revista, se não fosse um estilista famoso. Seu corpo era incrível, era magro e malhado na medida certa, nada exagerado e tinha um ótimo condicionamento físico.
Dereck era o tipo de cliente insaciável, sempre queria mais um pouco, nem um fim de semana inteiro na cama saciava seu desejo, e eu amava isso. Com Dereck era fácil, as vezes eu esquecia que ele era um cliente, afinal, ele era diferente dos outros. Era simpático, amigável, sexy e já era meu cliente fixo há mais de um ano. Vinha para os EUA quase todo mês e sempre nos encontrávamos no mesmo hotel, mas já fui algumas vezes ao ateliê dele aqui em Nova York. Depois de tanto tempo, eu via mais Dereck como um amigo com benefícios do que como um cliente.
- Independente da idade, todos são clientes, e ele me paga muito bem.
- Melhor do que eu? - Dereck finge surpresa. - Eu pagaria muito mais se a minha esposa não controlasse o dinheiro.
Ele também fazia parte do extenso grupo de clientes que eram casados, na verdade, 80% dos meus clientes eram casados e apesar de eu não concordar com traição, era o meu trabalho. Dereck tem 38 anos e estava no terceiro casamento, dizia que a sua atual esposa era o amor da sua vida, sua musa e inspiração e apesar dela ser 10 anos mais jovem que ele, nada impedia que fosse traída pelos quatro cantos do mundo.
Terminando de me vestir, peguei minha mala de mão onde guardava tudo que era preciso para fazer o meu trabalho.
- Nos vemos mês que vem? - Perguntei, mas já esperava que fosse um sim. Dereck era pontual comigo.
- Não, gata. - Ele solta num suspiro, me puxando para ele pela cintura. Sua barba raspa meu pescoço e seus lábios beijam toda pele que encontram. - Tenho um desfile para preparar em Milão, vou ficar preso lá. - Faço biquinho, sentida, estava acostumada a vê-lo todo mês, sentiria falta dos nossos encontros.
- Vou sentir falta. - Murmuro e Dereck sorri de lado, sua marca registrada.
- É melhor se preparar porque quando eu voltar, não vamos sair desse quarto por uma semana. - Seu sorriso malicioso e seu olhar transbordando luxúria me diziam que aquilo não apenas provocação, mas uma promessa. E uma das boas.
∆
Eu nunca me cansaria do Palace Hotel, sempre tirava alguns segundos para admirar decoração, paredes brancas e detalhes dourados, não era a toa que era um dos mais caros de NY. Me redirecionei a recepção e dei meu nome, rapidamente ganhei acesso ao quarto. Era assim que funcionava, tudo muito rápido, confidencial e seguro para ambas as partes.
Entrando no quarto, tiro mais alguns segundos para me encantar com a arquitetura do hotel, o quarto era bem maior que o meu apartamento inteiro e mil vezes mais bonito, com certeza. Logo avisto na cama um dos meus clientes que se tornaram fixos recentemente, um homem de 60 e poucos anos, cabelo e barba brancos como a neve, sentado na ponta da cama com um terno caro. Sr. Lawrence era um advogado muito importante pelo que descobri em uma breve pesquisa na internet e tinha ganhado muito dinheiro com isso, o suficiente para me pagar uma quantia bem generosa semanalmente.
Nem todos meus clientes se tornavam VIP, algo que eu havia inventado para ter clientela e salário fixos, eu passava meu whatsapp de trabalho para todos clientes da lista, onde nós fazíamos chamadas de vídeo quentes e eu mandava algumas fotos sensuais, além de terem preferência na minha agenda, tudo isso por um preço significativo, que para eles, todos homens podres de rico, não era quase nada.
Sorrindo sensualmente, tiro meu casaco e revelo meu vestido curto de seda lilás que marcava bem minhas curvas, Sr. Lawrence começa a afrouxar a gravata com os olhos vidrados em cada movimento meu.
- Quer que eu tire isso? - Pergunto sensualmente, desamarrando as alças do vestido.
- Quero te ver nua. - Sua voz meio rouca soa, Sr. Lawrence mal pisca enquanto desabotoa sua camisa social.
- Você que manda. - E com um simples gesto desamarro o vestido e deixo que ele escorregue até cair aos meus pés, ficando apenas de calcinha a sua frente.
Sabendo que ele gosta que eu me toque na sua frente, passo as mãos pelo meu corpo lentamente, tocando meus seios vagarosamente enquanto ele se deleita. Desço as mãos até minha intimidade, coloco uma das penas ao lado dele na cama e começo a me tocar lentamente, gemendo baixinho. Me toco até quase gozar, então sinto seu toque pela primeira vez, subindo pela minha perna e substituindo sua mão pela minha, dois de seus dedos me penetram e eu arfo, segurando em seu ombro. Sr. Lawrence estoca até que eu esteja gemendo alto do jeito que ele gosta e para abruptamente.
- Senta pra mim. - Sua voz treme de tesão e rapidamente eu obedeço, ajudo a tirar sua roupa e logo estou afundando em cima dele.
∆
Algumas horas depois já estou deitada na cama de roupão, Sr. Lawrence foi embora por hoje, mas tenho o quarto só para mim até a manhã do dia seguinte. Cansada, mas com uma taça de champanhe na mão, confiro as mensagens que recebi, alguns clientes Vips pedem foto/vídeo e outros querem marcar horário para as semanas seguintes. Abro o roupão e envio uma foto rápida dos meus seios depois das minhas partes íntimas, confiro minha agenda e encaixo meus clientes nela, e trabalho concluído. Tiro um cochilo de duas horas, acordo num rompante quando ouço meu celular tocando, é número comercial e rapidamente atendo.
- Angel, querida? - Reconheço a voz de Phillip e me acalmo instantâneamente.
- Oi, Phillip. Tudo bem? - Pergunto preocupada, afinal, apesar de ser o mais próximo de empresário que eu tenho nesse profissão, raramente me liga.
- Sim, minha querida. Desculpe-me se te deixei preocupada, mas eu precisava falar com você e não podia ser por e-mail. Está ocupada? - Seu sotaque francês me aquece por dentro e sorrio sem nem perceber.
- Não estou com nenhum cliente agora, pode falar.
- Como você sabe, minha querida, estou na Itália a serviço e conheci hoje um homem muito interessante em uma reunião. - Eu quase posso sentir o cheiro de dinheiro. Phillip sempre me conta quando conhece algum homem rico a procura de companhia, conheci muitos homens que hoje são meus clientes através dele. - É um bilionário, mas não é nada famoso, então sem problemas para você. - Uma das minhas regras é não sair com caras muito famosos, geralmente são problemas ambulantes.
- Ele está interessado em mim? - Vou direto ao ponto, quem está interessada nele sou eu agora.
- Ele gosta de... Hum... Companhia feminina e eu mencionei você. Ele estará em Nova York na semana que vem, quer um fim de semana com você em um dos hotéis dele. - Phillip sempre teve problemas em falar o nome da minha profissão, garota de programa ou acompanhante, que é o meu preferido. Mordo o lábio, pensando nos meus clientes marcados para o fim de semana.
- Tenho dois clientes importantes para o fim de semana, Phill, não posso desmarcar a menos que ele cubra o valor. - Falo, mas sei que nenhum homem pagaria o valor de dois por um único fim de semana, meus dois clientes marcados pagam muito bem.
- Eu já contava com isso, querida. Falei para ele que você era a melhor nesse ramo e estava com a agenda sempre cheia, mas ele ficou interessado e disse um valor bem alto. - Na hora me sento na ponta da cama, meu coração bate mais rápido.
- Alto quanto? - Aflita pergunto em um murmúrio, não consigo chutar um número.
- Cem mil dólares. - Phillip fala sorrindo, como se nem ele acreditasse na quantia de dinheiro. - Posso dizer a ele que você aceita? - Eufórica eu começo a rir sem parar, me imaginando deitada em uma pilha de dinheiro fazendo anjinho como se fosse neve.
- Você devia ter aceitado na hora. - Falo ainda pasma, mas a curiosidade chega. - Quem é esse homem?
- Michele Morrone.

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La Prostituta
RomanceQuando a prostituição era tudo que sempre conheceu, Angel recorreu a ela como sua profissão. Com anos de profissão, era muito profissional na sua área, sabia como lidar com cada um de seus clientes e até onde se envolver, até que Michele Morrone vir...