5- Apenas o começo

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Escuridão, meu novo lar, estou presa aqui a tanto tempo que nem sei o que sou, ou o que eu era.

Não sinto nada, nem tristeza e muito menos felicidade. Não sei se pertenço a vida ou a morte.

Sei apenas que sou algo... Mas o que?

················

Minha primeira sensação é um toque quente e macio em minha mão. Logo em seguida meus ouvidos capitam resmungos indecifráveis, e tenho uma estranha intuição de estar sendo observada.

Primeiramente tento abrir meus olhos, mas tenho bastante dificuldade. Porém quando consigo, fecho os mesmos rapidamente ao senti-los arderem pela claridade.

Fico com eles fechados por mais um tempo e volto a tentar abri-los, lentamente dessa vez.

Ao conseguir abri-los totalmente, demoro um pouco para focar em algo. Enxergo o branco, e percebo então ser o teto, fico um tempo o encarando, escutando apenas o som da minha respiração.

Escuto o mesmo resmungo, mas talvez minha mente esteja apenas brincando com meus sentidos ainda dormentes. Porém sinto um aperto na minha mão.

Direciono meu olhar para baixo e vejo um menininho deitado na cama ao meu lado.

Um linda criança. Encaro os lindos olhos azuis claros que devolve meu olhar de uma forma curiosa, admiro sua pele branquinha e suas bochechas gordinhas, cabelos escuros como a noite e pequenos dentinhos branquinhos. Sim, um lindo menino inocente.

Mas quem é ele?

E porque está aqui?

E onde séria aqui?

Porquê ...eu... estou aqui?

Melhor... Quem séria eu?

Inclino-me levemente em uma tentativa de sentar na cama. Primeiramente sinto uma pontada de náusea o qual passa rapidamente.

O menininho continua me olhando e abre um sorriso banguela enquanto se aproxima de mim. Ele senta desastradamente no meu colo.

-Ma...ma - diz com uma voz fofa de bebê e se aconchega no meu peito.

"Mama?"

Isso séria "mamãe?"

_O que está acontecendo...? - sussurro para mim mesma em completa confusão.

Observo atentamente o quarto onde me encontro, em uma tentativa falha de encontrar algo que possa fazer o mínimo de sentido para mim.

Percebo a existência de um armário, provavelmente para roupas, mas minhas roupas?

Também tem uma comada ao lado da cama, uma estante de livros, duas poltronas de cores neutras, e uma bandeja com uma jarra e copo ao lado da poltrona, como se alguém tivesse ficado ali a pouco tempo.

Fico um tempo sentada na cama, tentando apenas processar alguma coisa. Lembrar de alguma coisa.

Nesse meio tempo o pequeno bebê aconchegado em mim, dormiu no meu peito. Olho para baixo e toco delicadamente seus traços pequenos e bonitinhos. Toco lemevente seus cílios londos e negros e estranhamente sinto um calor no peito.

My Duque (Pausado)Onde histórias criam vida. Descubra agora