18. Um pinguim de gorro de natal aka Luke

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Após a chamada de Luke, fui até á cozinha comer alguma coisa, normalmente nas férias a minha mãe não me acorda com berros estridentes.
Graças a deus. 


Queria ir ás compras, mas antes de pôr a hipótese de ir sozinha, ocorreu-me ligar a Ashton.  
Peguei no telemóvel e procurei o nome "melhor amigo" nos contactos. Segundos depois começou a chamar.  
 

 
(…)  
(…) 
(…) 
 


- Estou ?  
 

 
Eu: Ashton ? Heey, por onde tens andado ?  
 
 


Ash: heeeey Ell … uhm por aí, desculpa não te ter dado atenção nos últimos dias... 
 
 


Eu: Não faz mal, está tudo bem ? 
 


 
Ash: Sim está tudo … perfeito! E contigo ?  
 
 


Eu: Á excepção de estar doente, sim diria que sim. Ouve, eu liguei para saber se querias vir comigo ás compras, comprar para a doença melhorar! 
 


 
Ouvi o alegre e habitual riso de Ashton do outro lado da linha.  
 
 


Ash: Eu ía, mas na verdade estou um bocado ocupado com outra coisa, desculpa Ell pode ficar para outro dia ? 
 


 
Um silêncio breve absorveu a chamada e por fim soltei um curto: " Está bem Ash, deixa estar. " 
 


 
Desliguei a chamada um pouco desiludida com a resposta. O que poderia ser tão importante para Ashton recusar uma ida ás compras onde claramente podia comprar mais bandanas e chapéus ?  
Voltei a subir as escadas que davam passagem para o meu quarto, e vesti um par de calças pretas seguidas de uma camisola de mangas compridas e gola larga cinzenta clara. Calcei os habituais all-star cinzentos e visto que havia feito a maquilhagem há uns momentos atrás, antes de poder ver Luke sentado num armário, não havia necessidade de a retocar. Peguei na mochila e reparei que a minha mãe não estava em casa, provavelmente foi também ás compras.  
 

 
Saí de casa e fechei a porta á chave. Ao caminhar o trilho que daria ao passeio, coloquei os fones e escolhi a música certa para o ambiente húmido e frio de Manhattan.  
 
 

- Vais para um centro comercial que nunca viste na vida, nem sabes onde fica ? - Ouvi uma voz rouca cortar o frio gélido que me cobria a cara.  
 
 


Voltei-me para encarar o ser humano mais fascinante que já tinha conhecido, tanto fisicamente como psicológicamente. Luke.  
 


 
- Hemmings ? E sim ía, e estava com ideias de apanhar um táxi - Reparei que ele estava a segurar uma bicicleta. Com dois lugares ? Oh Luke ... 
 
 

 
- Um táxi ? Tu ? - Riu-se avançando para mais perto de mim, fazendo-me sentir a sua respiração pesada e ofegante na minha testa, devido á diferença ainda significante de alturas. 
 
 
 


-Não posso andar de táxi é ? - Sorri-lhe erguendo uma sobrancelha que formou rapidamente uma expressão confusa na minha face. 


- Eu cá acho que ... - Virou-me as costas e deu passos rápidos até á sua bicicleta, pegando num capacete branco e azul - bicicletas são mais a tua cena ? 


Soltei uma gargalhada. Ele esperava que eu fosse com ele de bicicleta para um centro comercial ? 


- Não tinhas uma carrinha ? - Perguntei-lhe fixando o capacete que ele segurava. 


- Sim mas ... o meu irmão tá a usá-la - gesticulou aspas com os dedos - e não tenciono dirigi-la sem passar por uma boa lavagem. 


Ergui de novo uma sobrancelha, e meti uma mão na boca para conter rir-me na cara de Luke. 


- Não sabia que tinhas um irmão - Inquiri pegando no capacete e dirigindo-me á sua bicicleta. Luke seguiu-me. 


- Nunca perguntaste - Disse sentando-se na bicicleta e de seguida apertou o capacete. 


Imitei a sua acção. - Por isso é que a bicicleta tem dois lugares ? Para vocês os dois ? 


- Sim, mas já há um tempo que não andamos juntos, aliás, há muito tempo que não fazemos nada na companhia um do outro. 


Luke posicionou os seus pés nos pedais e pediu que o fizesse também. De repente parecíamos um daqueles casais já de idade que já não podem conduzir, então limitam-se a ir a todo o lado numa bicicleta de 2 lugares, extremamente desconfortável. 


*******

Ao chegar ao centro, dirigi-me á zona de restauração pois ainda não tinha comido nada e já eram quase 14:00h da tarde. 


- O que te apetece ? - Perguntou-me Luke enquanto observava as placas que registavam o nome de cada restaurante de fast food. 


- Mcdonalds ? não espera ... pizza hut ? hmmm Pans & Company ? 


- Tate, decide-te. - Empurrou-me, e depois ajeitou o cabelo e sorriu-me. 


- Hmm pode ser Mcdonalds vá. 

Dirigi-me ao posto de comida gordurosa mas incrivelmente saborosa e fiz o meu pedido. Após estar pronto, segurei o tabuleiro até chegar a uma mesa disponível de dois lugares. 
Durante o almoço tardío, não dirigimos uma palavra, eu comia, Luke observava. De vez em quando verificava o télemovel, talvez para não se fazer parecer "esquisito" ou tornar o ambiente "constrangedor" ao estar a ver cada dentada que eu dava desesperadamente num hambúrguer. 

Após o almoço, fomos passear. Como estava na altura do natal, haviam decorações por todo o lado da época festiva. Havia um pai natal a entregar os típicos gorros da ocasião. Claro, Luke sem hesitar, deu uns saltitos até estar a centímetros do suposto pai natal. Após um: "Obrigado, bom natal" colocou o gorro e virou-se para mim para mostrar a sua absoluta felicidade. 


- Luke, quantos anos tens mesmo ? - Ri-me e Luke aproximou-se de mim sempre com o seu sorriso satisfeito no rosto. 


- Tu adoras-me, admite Tate. - Ofereceu-me um sorriso de lado. 


- Nunca na tua vida - Sorri-lhe de volta. 


Ao proferir estas palavras, tive que batalhar com o meu interior, e pedir-lhe que parasse de pensar noutras palavras. No que eu queria realmente dizer, no que eu realmente sentia e no que eu nunca teria coragem de lhe dizer. 

Meet You At 102 [PT. FanFic]Onde histórias criam vida. Descubra agora