CAPÍTULO 9

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       Na garupa da moto de Peter, eu conseguia fingir que estava tudo bem

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       Na garupa da moto de Peter, eu conseguia fingir que estava tudo bem. Agarrei seu tronco mais forte do que realmente precisava, mas ele não reclamou. Alguns minutos depois de pegarmos a estrada, senti que começamos a desacelerar. Abri os olhos então fechados para descobrir onde estávamos.

       — Oregon Zoo? — perguntei surpresa, nunca imaginei que ele me levaria lá.

       Desci da moto e esperei que ele fizesse o mesmo para poder devolver o capacete. Eu não gostava da ideia de Peter dirigindo sem proteção, mas achava bonito de sua parte querer que eu usasse o capacete em seu lugar.

       — Já veio aqui?

       Eu poderia contar sobre as dezenas de vezes que meus pais me trouxeram para cá, sobre como esse era o nosso lugar preferido em toda Portland, mas apenas acenei com a cabeça concordando. Falar de meus pais nos levaria a mais histórias tristes, e naquela noite já tivemos o suficiente delas.

       — Está fechado — falei apontando para o portão acorrentado.

       Era um tanto óbvio que o local não se encontrava aberto, pois estávamos em plena madrugada. Não fazia sentido Peter me levar lá.

       — Eu não disse para você relaxar, Vanilla? — perguntou sorrindo, o sorriso que sempre surgia em seus lábios quando eu falava algo que o entretia.

       — Você pretende o que? Invadir o lugar? Porque eu sou muito nova para ser presa — respondi cruzando os braços, mostrando claramente que eu não concordava com a ideia.

       O zoológico possuía uma fachada bonita. O letreiro estampando seu nome tinha colorações verde e laranja, assim como as duas pequenas cabines de atendimento separadas por um portão de ferro. Alguns cartazes pendurados mostravam animais do zoológico. Era como um convite prometendo que você sairia de lá com boas lembranças.

       — Ninguém vai ser preso — ele garantiu, mas não coloquei tanta confiança em sua fala.

       Peter segurou minha mão, um hábito melhor do que agarrar meu braço, e me puxou para a cabana de madeira ao lado da entrada do zoológico. Ela era relativamente grande, com telhado triangular, quatro cabines de atendimento e uma porta escrito recepção em cima. Foi na frente daquela porta que paramos.

       Não consegui esconder minha expressão de confusão quando Peter tirou de dentro do bolso um molho de chaves. Ele parecia procurar pela certa, até que finalmente a encontrou e não perdeu tempo em levá-la em direção à fechadura da porta.

       — Como tem a chave daqui? — o questionei atônita.

       Esperei ele admitir que tinha roubado a chave, mas a explicação que deu não era bem o que eu imaginava.

— Trabalhei aqui alguns anos atrás. É uma longa história — explicou ao destrancar a porta.

       Entramos na pequena sala escura. Levei um susto com o som da porta sendo fechada, mas uma mão cobriu minha boca me impedindo de gritar.

Flecha de Cravos que Propagam o Fogo (REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora